Quantitativo

Notei que não consigo mais, de forma natural, escrever textos longos.

Me lembro da dificuldade que foi, ao migrar este blog ao perfil de instagram, aprender a ser concisa. A limitação de caracteres era um problema e diversas vezes precisei cortar trechos para poder publicar.

Mas, assim como estamos adaptados à cultura de informação rápida, vídeos curtos e quase zero tolerância pra qualquer coisa que demore um pouco mais, acabei me acostumando a escrever só o que cabe.

Talvez a concisão seja boa – normalmente até acho que é – mas sinto falta de contar as histórias mais completas e narrar as banalidades da vida.

Já não sei se sou capaz de me expressar sem emojis e “comentários de humor” (como os “rs” e “hahaha”). Outro dia me peguei pensando o absurdo de “como é que as pessoas saberão que estou sendo irônica ou engraçadinha sem esses marcadores comuns?”

Socorro! hahaha (!)

Pronto. Era só isso mesmo que eu tinha pra dizer.

;p

hahahaha

Também tem aquela questão antiga sobre os interesses, né?! Quem é que para hoje em dia pra ler histórias completas de banalidades narradas?

Eu paro, mas… não qualquer história. Tem que ser boa, interessante, bem escrita…

Há! Talvez a tal dificuldade não seja coisa nenhuma relacionada à chatice do nosso mundo de redes sociais e sim à boa e velha conhecida insegurança. Aquela, que já ganhou nome chique do tipo “Síndrome da Impostora” e tal…

Eu amo quando as percepções vem assim, no meio da escrita, com cara de insight em véspera de terapia.

Então sigo aqui, escrevendo pouquinhos que caberiam na rede ao lado, mas que deixo por aqui mesmo, como exercício de não emudecimento. Com a mesma coragem de quem aprende a andar (e cair) de bicicleta depois de velha. Com a mesma vergonha de quem só dança se não tem ninguém olhando. Com a mesma cara de pau de quem se acaba de gritar cantar no videokê.

Fazendo o que precisa ser feito e compreendendo que a necessidade (ou ausência dela) só cabe a mim. Assim como o que fica depois do feito ou desfeito ou não feito.

E fim.

Current Being

Me dei conta hoje de que no aplicativo Good Reads (que serve pra registrar e acompanhar os livros que vamos lendo) consta que tenho 8 livros na estante “Current Reading”. Destes 8, apenas 1 foi abandonado há mais de um ano – mas continua neste estante porque pretendo retomá-lo em algum momento possível. Os outros sete eu estou, mais ou menos, lendo atualmente. Tudo ao mesmo tempo agora. Dá pra acreditar?

Eu nunca nem achei que meu cérebro seria capaz de ter sete livros em aberto (ainda que não todos abertos ao mesmo tempo..rs) e cá estou eu. Sete leituras ativas porque o desejo de ler todos esses livros é alto o suficiente. Um desejo que gera libido suficiente pra que caiba revezamento. Ou seria uma libido que gera desejo suficiente? Sei não..hahaha

Fato é que me percebi começando o ano de 2024 com sede. Com fome. Com gana. Com vontade.

De ler todos os livros do mundo (ao mesmo tempo, aparentemente hahaha).De escrever um sonhado meu, quem sabe. De conseguir (mais) coisas que eu achava impossíveis. De fazer os exercícios que não pareciam ser pra mim. De concluir tarefas infinitas. De encontrar coisas que peçam de mim apenas, e totalmente, eu mesma.

Comecei o ano (mas num belo ato falho, escrevi “acordei”, porque é bem essa sensação) . Acordei o ano querendo querer. Querendo ser querente.

Abraçando mundos que matem a minha fome e deixem vontades de mais.

Não sei até quando essa pilha toda dura, mas enquanto dá, sigo. 7 livros por vez. hahaha

Bora?

(não sei mais escolher título porque no instagram isso não existe)

Há quase 2 meses resolvi deletar instagram e facebook do meu celular. Aquela história meio clássica de perceber que a quantidade e o tipo de informações que estavam vindo de lá estavam me gerando mais angústia do que as boas sensações de conexão interpessoal que eles propõe, sabem?!

Deletei do celular, mas mantive ambos no tablet, porque não estava exatamente preparada para lidar com crises de abstinência..hahaha. Acontece que naquele momento as crianças estavam em casa, tendo aulas online e quase todas as mil vezes que eu sentia vontade de entrar pra dar uma olhadinha nas redes, o Dante estava em aula no tal tablet e eu não podia usar.

E assim, uma vontade frustrada por vez – mas não todas, eu fui me desintoxicando…rs

E o negócio é muito louco: quando fico uns dois dias sem entrar, esqueço um poucos que as redes sociais existem. Mas a cada vez que eu entro, a vontade de voltar lá fica me assombrando durante o dia.

Atualmente estou entrando mais ou menos uma vez a cada dois dias. Mas quando estou lá quase nada me prende. Não gasto mais do que 5 minutos e tchau.

Passei por uma fase em que estive expert na previsão do tempo, porque, por hábito, abria o celular várias vezes e ao me deparar com a falta de timeline, ia parar no aplicativo do tempo! hahahaha Depois veio a fase de perder o celular pela casa 500 vezes por dia, porque simplesmente não tinha utilidade pra ele na maior parte do tempo. Hoje estou meio adaptada a essa nova relação com a tecnologia…rsrs

É estranho, confesso. Me sinto um pouco por fora do mundo. Me sinto alienada e, politicamente isso me incomoda. Me sinto afastada de algumas pessoas queridas com quem meu contato era quase exclusivamente pelas redes.

Mas ao mesmo tempo tenho muitíssimo mais tempo livre na vida: Estou aprendendo a tocar teclado, fazendo ponto cruz e exercícios físicos… (ou melhor, estava, pois depois de um curto período presencial, as crianças acabam de voltar para as aulas online e minha rotina está toda uma bagunça novamente).

Enfim, tem sido uma boa experiência que, de quando em quando, me pergunto quanto vai durar. (Ao começar esse texto me surpreendi com a constatação de que já foram quase 2 meses – a noção do tempo tá maluca demais!)

E esse texto tá vindo parar aqui porque, ainda que as vantagens de estar fora das redes esteja compensando as perdas, tenho sentido falta de ter meu lugar pra escrever. Eu podia postar isso aqui lá e sair correndo, claro. Mas não é assim que as redes funcionam, né?! Os likes, as notificações…tudo aquilo fica alimentando minha ansiedade, me chamando pra ir olhar quem viu, quem viu curtiu, quem postou, quem gravou vídeo, quem brigou….e aí, puf, me perdi num buraco infinito outra vez! hahaha
Aí me lembrei desse espaço aqui. Minha “tela primordial”. Meu cantinho amado de que eu sinto tanta falta!

De vez em nunca eu apareço aqui e prometo que “voltei”. Dessa vez não tem promessa, só espaço, folha em branco, tempo e oportunidade. Veremos o que acontece com tal encontro!

“A volta do Malandro”

Já tem quase dois anos que eu não entro nessa página em branco do wordpress. Sinto um frio na barriga que tem sabor familiar, ainda que a ausência prolongada o traga com um tempero diferente.

Esse blog deixou de ser alimentado porque as redes sociais tomaram um pouco seu lugar, porque a vida tomou um pouco seu lugar…. Mas já tem um tempo que sinto uma saudade louca de escrever mais rotineiramente. Saudade de anotar aqui as coisas corriqueiras da vida, de ter esse espaço de compartilhamento mas, principalmente, de registro e memória.

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No começo desse ano eu havia decidido apagar esse blog, mas antes quis garantir ter guardado comigo tudo o que já postei por aqui. Como não encontrei nenhuma forma mais prática e rápida de salvar os posts em forma de texto, comecei a fazer manualmente, copiando post a post e, claro, aproveitando pra reler tudinho. Ainda estou vivendo esse processo (que vai longe, por enquanto só copiei o ano de 2011 hahahaha) – e talvez um pouco daí venha toda essa saudade e vontade de retomar.

Tem sido muito lindo reencontrar essa Gabi de quase 10 anos atrás. Recém casada, recém expatriada, ainda na faculdade, recém mãe da Maní, sem filhos, etc. Eu vou me reconhecendo em várias linhas, me estranhando em tantas outras… vou enxergando caminhos traçados e recordando de passos que eu já não lembrava de ter dado.

E aí que no meio dessa experiência e dessa vontade, uma amiga querida (conquistada justamente aqui nesse blog!), a Marina, abriu um grupo de escrita chamado “A memória dos dias”. Um convite para resgatar o hábito de escrever e registrar o agora. Uma trajetória de escrita afetiva, curativa e emocionante!

Amei a sincronicidade do convite e fui correndo participar!

Quando a Marina nos perguntou qual era nossa intenção no processo e quando nos convidou a ter um lugar especial pra fazer os exercícios da jornada, eu não tive dúvidas de que aquela era minha porta de retomada pra esse lugar aqui e que não há outro caderno ou arquivo em branco que mereça mais esses escritos do que o canto tão amado que é esse blog!

Então, sim, estou voltando pra casa! Pra registrar o banal, o mundano, o vivido, o sonhado… pra colocar meus mimimis de sempre, pra dividir as conquistas, pra guardar o agora nesse potinho de memórias!

Termino esse post como quem entra num lugar familiar que há muito não visitava… reconhecendo os cheiros, procurando manchinhas novas nas paredes e encontrando as marcas já conhecidas… Espero ficar bastante por aqui. Puxa uma cadeira, vamos fazer um chá? Acho que dessa vez vai ter bolo! Fica?

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{não pretendo voltar àquele padrão de divulgar os posts no facebook, mas se você é uma das poucas pessoas que acabou chegando a esse post por email ou por notificação do wordpress, bem vindo de volta! 🙂 }

“Risonho e terno”

Segunda feira dessa semana a Grazi , secretária da escola do Dante veio me contar que, sem querer, tinha descoberto (e adorado! ❤ ) esse blog!

Hoje a Pati, uma amiga querida, me disse que as coisas que eu escrevo plantam sementinhas que reverberam em forma de muitas coisas positivas… ah, que amor, gente!!!

E esses dois acontecimentos me deram força (e cara de pau) pra reaparecer aqui como se não tivesse sumido por tantos meses, sem me desculpar, justificar nem nada do tipo…

Vim continuar esse papo sempre tão bom que temos, como se ele nunca tivesse sido pausado… Vamos?!
E vou retornar contando que tenho usado esses tempos sombrios que estamos vivendo pra ter umas conversas muito lindas e importantes com a Cecília.

Enquanto eu acompanho os bafafás acabo abrindo vídeos barulhentos que chama a atenção dela. Ela vem correndo se pendurar em mim pra ver junto e, claro, as perguntas surgem: “porque ela está cantando “ele não”?”, “porque essas pessoas estão gritando?”

“o que é protesto?’ , etc…

E eu tenho tentado explicar pra ela o que está acontecendo…

Já disse que estamos em período de eleição, expliquei que estamos escolhendo presidente (entre outros), mas que está bem difícil porque há muita briga e muitas opniões opostas em jogo. Também contei que tem um homem querendo ser presidente e que tem muita gente – eu inclusive – achando que ele não deveria ser, porque ele fala coisas muito, muito erradas.

Claro que ela quis saber quais coisas (por sorte as perguntas vão chegando aos poucos e dá pra ir conversando devagar, explicando uma parte por vez…rs).

Conversamos então sobre racismo, sobre homofobia , sobre feminismo!

Sim, ela não tem nem 5 anos. E, sim, estou tendo essas conversas com ela.

Uso, claro, argumentos e vocabulários que caibam no seu entendimento e na sua experiência (aproveitando pra expandir um pouquinho onde dá) e tenho o apoio de um livro maravilhoso:

 

 

 

E sabe o que é mais legal?! Cecília adora esse livro, vive escolhendo histórias pra ler, mulheres pra conhecer… às vezes chega com várias de uma vez marcadas, ansiosa pra saber quem são…

E é ela mesma que está fazendo as associações das histórias dessas mulheres com os preconceitos que eu vou explicando, não eu, juro! Às vezes surge quando estou explicando um tema como as questões LBTQ+  (“sei, sei..tipo aquela menina que era um menino mas se sentia menina então era menina”). Às vezes é lendo a história à noite que ela se lembra da explicação da manhã…

É uma delícia ver a cabecinha dela funcionando, entendendo o mundo, entendendo o que é (ou deveria ser) justiça, igualdade, honestidade…

Hoje eu disse pra ela com todas as letras: “a coisa mais importante que eu quero te ensinar é respeito! Que vc respeite aos outros e que respeite a si mesma – pra também ter direito de ser respeitada!” ( tudo bem que foi depois de ela dar umas pancadas no Dante…ética é um negócio que a gente vai ensinando mil vezes ao dia, né?! hehehe)

 

Enfim, esse texto sou eu respirando fundo, encontrando força, comendo chocolate (como bem orientou a maravilhosa Eliane Brum nesse texto aqui, tão, tão necessário), dando um jeito de não ser engolida pela desesperança e pela tristeza!

As conversas com a Cecília (e em breve com o Dante) são um grande de jeito de fazer também algo pelo mundo, espero!

Esse blog é um jeito de fazer algo por mim. É o meu refúgio, mas também meu ativismo.

É meu lugar de gritar #elenão.

 

É minha casa e é uma delícia estar de volta ao lar!

 

 

 

“Um retrato antigo”

Hoje eu fiz minha unha. Eu mesma fiz. Lixei, lustrei, tirei cutículas, passei base and pintei de vermelho! Tudo eu. E tudo hoje!

Eu tava com uma saudade danada de fazer isso. Sozinha. E em um só dia. E terminando o dia com as unhas vermelhas brilhosas! Sem precisar dividir essa tarefa entre todos os dias da semana, uma coisa por vez, nas poucas horas que podiam ser separadas pra isso, sem as crianças por perto (e terminando tudo quando a primeira parte já tá precisando ser refeita..rs).
Hoje consegui fazer tudo enquanto eles brincavam – primeiro sozinhos e depois com os tios.

Como eu disse antes, esse ano é ano de reencontro com a minha identidade. E fazer minhas próprias unhas é parte desse caminho. Pode parecer fútil, mas é parte de quem eu era antes de ser mãe.

E enquanto escrevia essas palavras aí em cima me dei conta de que tudo isso talvez esteja marcando, enfim, o final dos meus puerpérios! 
(Pra entender mais sobre esse final “tardio”, recomendo esse episódio aqui do podCast “GNH – Gerando Novas Histórias”)

Recentemente notei que há muito estou desconectada da minha maternidade, do caminho que comecei a construir lá atrás, das escolhas que fui fazendo e da mãe que eu gostaria de ser. Percebi também que essa desconexão é o principal motivo das travas que nos últimos tempos (anos?) bloqueiam textos deveriam ter estado aqui no blog.

Mas aí o tal puerpério veio chegando ao fim, eu fui me reencontrando comigo mesma. Os dois filhos estão passando as tardes na escola e eu estou “sobrando” com 3 horas “livres” quase todos os dias.

E é muito curioso: ser mãe de dois, pra mim, significou me afogar na maternidade. Estar O TEMPO INTEIRO sendo mãe de alguém – e de “alguéns”, no plural – me sufocou. Foi pesado. Foi difícil demais!

Mas foi esse mesmo tsunami que me trouxe a necessidade de voltar a ser outras coisas, além de mãe.

E agora que os dias estão mais fáceis – mesmo quando os pequenos estão aqui!  – que posso me reencontrar e me redescobrir outras coisas… Agora que eu estou voltando a caber no meu próprio tempo e no meu próprio espaço – mesmo que eu ainda não saiba muito bem o que fazer com eles …

Agora posso voltar a olhar pra eu-Mãe, olhar pra minha maternidade! Posso me reconectar com meus desejos, meus princípios, meus “planos maternos”!
Posso até voltar a escrever sobre isso tudo, vejam só!

Posso fazer minha própria unha AND ser uma mãe melhor AND escrever sobre ser mãe AND escrever sobre (AND) ser outras coisas! (o que, gente?!?!?!? voltei pra esse buraco antigo! hahahaha)

Que delícia de momento!!!

ps. importante:  esse texto foi totalmente inspirado pelo incentivo de um amigo querido, escritor (e empreendedor e pai) que eu admiro DEMAIS e que voltou a me colocar nesse lugar de “escritora”, que eu tinha também perdido nos meus caminhos dos últimos tempos … Ferdi, acho que nunca vou poder te agradecer o suficiente por isso, mas, serião: Obrigada!!!!!

“As águas de março “

Ontem com essa mensagem querida da minha querida Silvinha tomei um balde de água fria que me fez perceber que já passamos da metade de março e meus planos pro “ano novo” estão ainda engatinhando como se fosse…ano novo?! rs

Então esse é aquele post clássico em que eu não escrevo nada, mas venho aqui dizer que vou escrever!

Prometo! rs

Tem um texto de retorno bem especial e quase pronto que vai sair semana que vem.

E tem uns outros planos que eu prometi pra mim mesma que esse ano vão deixar o status de “planos”!

Prometo!(2)

E, olha, eu sei que “blog já era”, que a onda agora é textão no Instagram e tal.. mas essa aqui é minha casa, meu canto onde recebo tantos Queridos, onde me exponho pros Curiosos e onde pentelho os mais Pacientes… esse é meu lugar especial e vai continuar sendo assim!

Prometo! (3)

E já que o post é clichê, termino com a pergunta batida: “quem me acompanha??”

rs

Beijos

“Together we’ll survive”

De vez em quando me bate uma saudade brutal de vir aqui escrever amenidades, de vir contar meus planos, escrever meu diário, dividir com vocês meu fim de semana, nossas, conquistas, etc.

Só que do jeito que a vida está, tem faltando tempo pra isso aqui, infelizmente… Às vezes, aliás, me sinto bem incompetente de não conseguir direito dar conta do blog “só porque agora tenho dois filhos”… tanta gente por aí tão cheio de filho e dando conta de tanto mais coisas do que eu, parece…rs

Mas a verdade é que essa coisa do “agora tenho dois filhos” mexeu comigo de uma maneira muito intensa. Me desestabilizou de um jeito que eu não esperava. E o trabalho de botar tudo de volta no (novo!)  lugar está sendo árduo e longo. Sigo nele, claro!

 

Já contei um pouco aqui das dificuldades dos últimos meses e outra hora venho contar mais… Porque pode não parecer por esse começo melodramático de post (rs), mas hoje o texto é pra falar de leveza e encontros!

Lucas acabou de passar duas semanas do outro lado do mundo, lá na China! Duas semanas em que morremos de saudades do papai e em que eu fiquei sozinha com as crias por aqui!

E, não vou mentir, eu estava bem assustada com essa perspectiva! Com medo do cansaço,  claro, mas mais do que tudo com medo da intensidade desses dias que seriam 24h intermináveis emendando em outras 24, depois outras 24, sem nenhum respiro, sem nenhuma mão extra… Tava com muito medo de pirar (mais ou de novo? rs), de perder o estoque de paciência logo nos primeiros dias e tudo virar de cara uma grande merda, enfim…

Mas agora que sobrevivi a esses 13 dias infinitos deu vontade de vir aqui contar que foi bem menos difícil do que eu tinha imaginado – tudo nessa vida é uma questão de perspectiva, né?! hehehe)

Foi cansativo pra caramba! Foi intenso demais!

Tivemos crises alérgicas com amigos precisando correr na farmácia pra mim as 11 da noite. Tivemos (ainda temos, no caso) bebê doente passando algumas noites praticamente em claro. Tivemos brigas e muito choro. Mas tivemos também amigos acolhedores – obrigada!! E tivemos uns momentos lindos de calmarias entre nós 4 (Maní incluída!). Uma coisa de eu de repente olhar em volta e perceber uma paz no ambiente, com cada filho “lendo” um livro num canto, ou brincando na sua – às vezes até juntos mesmo! ❤ E de muitas vezes encontrar a paz estando simplesmente junto deles três! ❤ ❤

 

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Nesses dias teve um Dante, diretamente do seu posto de rei da fofura, conquistando novos feitos, me mostrando como está crescendo, saindo de um hiper salto de desenvolvimento mais maduro, mais capaz e, como pode?!, mais fofo!! rs

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Teve uma Cecília sentindo muito a falta do pai, muito carente de colo de mãe. E que também deu um salto incrível nos últimos dias! Uma coisa linda de conseguir nomear sentimentos, de conseguir pedir colo ao invés de jogar qualquer coisa no chão (sim..teve muito disso tb..rs), de pedir seu lugar de “bebê da mamãe” enquanto estava também toda trabalhada em ser companheira, me ajudar muito, cuidar do irmão…tão crescida! Tão figura! Tão gostosa!

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No final do sábado, enquanto Lucas já estava no avião chegando por aqui, saí com os dois pra tomar um lanche e fiquei admirando o que tinham sido esses dias… Orgulhosa demais dos meus dois amores!

 

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E orgulhosa demais de mim, também! Porque um negócio que tenho cada vez mais claro é esse: quem dita o clima aqui de casa sou EU! Mesmo que um esteja doente e o outro impossível, ou um com sono e o outro com fogo no rabo, ou os dois chorões… quem dita o caminho para qual essas coisas vão caminhar, sou eu! Eu posso entrar no clima péssimo e deixar o caos se instaurar ou posso conseguir contornar a bagunça (nem que seja só a emocional às vezes) e terminar o dia com um pouco de paz! Óbvio que não tenho assim tanto controle de tudo o tempo todo – especialmente o controle de mim mesma, acho…hehehe – mas tenho estado mais consciente dos meus sentimentos e das minhas reações  e notado uma diferença enorme no rumo das coisas com os pequenos!
Espero conseguir trabalhar e evoluir mais nisso!!

E espero voltar mais nesse blog! Mesmo!

Aliás, tenho duas novidade enormes no forno… mas por enquanto vou deixar todo mundo curioso!!! ;P

Beijos e obrigada pela leitura sempre carinhosa e paciente!

“Só nos resta aprender”

Não sei se vocês viram, mas está rolando nas redes sociais a campanha “#SetembroAmarelo” pela Valorização da Vida, campanha de conscientização sobre o suicídio.

Um dos movimentos dessa campanha foi a seguinte “corrente” do facebook:

Comente um “💛” e eu te falo algo que acho bonito em você. 

#SetembroAmarelo
Eu não costumo entrar nessas brincadeiras de “corrente”, mas essa eu já achei fofa logo de cara!  Achei bonita a proposta de oferecer um elogio. Achei lindo e acolhedor isso de oferecer ao outro um olhar gentil sobre si!

Aí minha curiosidade falou mais alto e acabei comentando o 💛 lá no post de uma amiga.. e foi tão gostoso receber a resposta e acompanhar as outras respostas que ela tava dando…que fiquei com vontade de postar também!

Demorei ainda um dia pra postar porque fiquei com medo de não ter controle sobre quem viria comentar, medo de não conseguir responder pra todos…

E então percebi que ter que procurar algo bonito nos outros seria também um excelente exercício pra mim… abrir nosso olhar pra beleza é tão importante quanto desafiador, afinal!!
E, gente, que delícia que está sendo!!!

Ontem e hoje terminei meu dia respondendo os 💛 postados! Olhando pra cada pessoa que comentou e colocando em palavras o que admiro nelas! E como se o exercício em si já não fosse bom o bastante, ainda estou recebendo respostas cheias de carinho e gratidão!!
Isso está me fazendo um bem tão grande que vocês nem imaginam!!!

Tanto que me deu vontade de fazer mais disso!!!

Me deu vontade de fazer disso um projeto, mas ainda não sei bem como…

me lembrei do que o Pedrinho fazia no “A Olho Nu“, quando além de fotografar, fazia aqueles textos maravilhosos sobre as mulheres retratadas…

Pensei em algo do tipo: te mostro em imagem e em palavras o que vejo de bonito em você! O que vocês acham da ideia???  Aceito e preciso de opiniões e sugestões !!!rs E, quem sabe, parcerias!!

Ah!! E deixo, claro, o convite pra vocês também fazerem esse exercício por aí! 

“Não dá pra falar muito, não”

Essa noite sonhei que eu e o Lucas estávamos visitando aquela que seria nossa nova casa, recém construída, ainda vazia e cheirando a tinta. Era uma mansão enorme e incrível, com 8 pias no banheiro, pra cada um escolher qual quer usar em qual circunstância e, no quintal, uma espécie de parque de diversões com uns brinquedos muito malucos e divertidos! Mas o mais legal dessa casa era que quase toda a volta dela dava diretamente pro mar, como se ela fosse uma ilha. E de uma das varandas principais, esse mar dava pro Brasil! A gente chamava da janela e nossos amigos e familiares apareciam na praia do lado de lá pra dar um oi, ver a gracinha nova da Cecília ou até dar um mergulho e vir nadando nos visitar! Imagina que sonho?! ❤

Hoje faz 5 anos que nos mudamos do Brasil pela primeira vez. O que significa também que faz pouco mais de 1 ano que estamos morando aqui na Espanha.

Ao longo desses anos escrevi sempre sobre esse nosso aniversário, alguns post que eu gosto muito, aliás e  vocês podem ler aqui, aqui e aqui.
Mas já notaram que eu escrevi pouquíssimo sobre a vida na Espanha?

 A verdade é que eu, que me achava A ADAPTADA, expatriada de profissão (rs), não me adaptei completamente aqui.

Não consigo explicar racionalmente a saudade que sinto do Chile, porque não deve mesmo ser racional, afinal, aqui a qualidade de vida é melhor, é mais seguro, vivemos num bairro que parece de mentirinha de tão charmoso e todas aquelas vantagens famosas de se morar na Europa. Mas a verdade é que deixei um tantão do meu coração lá e esse tantão certamente faz falta pra que o aqui possa me conquistar de vez!

Como eu já disse, essa coisa de se saber tão longe ainda pega forte pra mim.

Sei lá, é psicológico mesmo..rs. Mas era muito mais fácil este longe do meu país e das minhas pessoas quando eles estavam mais perto e mais acessíveis.

Enfim, esse poço de emoções descontroladas que sou eu agora (hahaha) não tem um post emocionado sobre o aniversário de hoje. Acho que não me abri o suficiente pra aprender coisas com a vida na Espanha e vir aqui escrever sobre os aprendizados do último ano. 

O que sim fica claro pra mim é que não importa  quantos anos passem, cada um deles é contado, é sentido e é significativo quando se trata de mudança, de distância e de vida nova – adjetivo, aliás, que parece nunca perder o sentido e o frescor nas aventuras do lado de cá!