Dezembro 2021

Dezembro de 2021 começou com gostinho de “vida pós pandemia”. Fomos ao cinema e à restaurantes, as crianças iam à escola (de máscara, mas com tranquilidade), recebíamos amigos em casa e não faltava quase nada pra chegar a data da tão esperada ida ao Brasil.

Depois de quase 2 anos sem poder ir eu estava desesperada pra correr ao abraço dos meus amados na terrinha. Durante o primeiro par de ano pandêmico, pior do que não estar no Brasil era não ter perspectiva alguma de quando isso aconteceria. A passagem estava comprada há alguns meses e sentir o gosto do “retorno da vida” aumentava ainda mais as expectativas sobre a viagem.

Mas cerca de 10 dias antes do nosso embarque vimos chegar ao Canadá a tal da nova e terrível variante do vírus. Aí, minha gente, o pânico se instaurou em mim. A vontade era trancar a nós 4 numa bolha pra não corrermos risco de um contágio de última hora – numa tentativa meio maluca de “ignora que o problema some”.

Como a bolha não podia existir, fomos seguindo os dias…que nos brindaram com um misto de alergia e resfriado que me enlouqueceu ainda mais, óbvio. Eu queria entrar num avião e ir correndo viajar antes que descobrissem o catarro nos nossos narizes. Eu queria cancelar tudo porque que egoísta seria entrar num avião doente. Eu queria voltar no tempo e ter de fato colocado todo mundo na tal bolha.

Entre muitos choros entalados e alguns colocados pra fora, muita ansiedade, angústia, medo e nervoso, chegou o dia da viagem. Com vários testes negativos, um restinho de catarro e um tanto de medo de que nos jogassem pra fora do avião se as crianças começassem a tossir, voamos! Uma viagem agitada – como estava eu todinha por dentro – que nos levou pra onde eu queria tanto estar.

Em São Paulo, ainda não tinha variante nova e o gosto pós pandêmico pairava no ar. Um tanto por isso a chegada teve abraços e muitos suspiros de alívio.

Como sabíamos que ainda tinha mais pandemia pra vir, optamos por diminuir ao máximo a circulação – as saudades matadas seria só as mais essenciais.

E assim foi: Um mês e 2 dias de terras brasilis. Pouca ação e muito amor. Convivência, papos ótimos, abraços, comidas, risadas, choros, colos…aquela sensação toda que conheço tão bem, de estar em casa, na terra que não é mais lar. Sentir refúgio e acolhimento nas pessoas e no ar.

Terminamos a estadia em isolamento, com medo do vírus que se espalhava como água que as tempestades tropicais tanto derramam por lá.

De novo aquela vontade assustada de se trancar longe do mundo, mas dessa vez com menos desespero e mais consciência.

Segunda feira, metade do primeiro mês do novo ano, voltamos. Com o coração minúsculo – ainda que com muita vontade de voltar pra casa, chorei doído as despedidas. No Canadá caía uma quantidade de neve histórica e eu me sentia mesmo afundar na bagunça branca das emoções. Nossa casa nos esperava coberta, nossos bichinhos, carentes, nossos amigos ainda distantes (porque: lockdown).

Voltamos.

À vida já conhecida. De lockdown já conhecido. De pandemia já conhecida. De tarefas repetitivas já conhecidas. De coração confuso e aliviado e cansado e feliz e apertado e….

Voltamos.

E pra cá? Eu sempre volto… ufa!

“Então vem, vamos passear”

Há sei lá quanto tempo atrás prometi que viria contar a história do “estou dirigindo em São Paulo”. Pois bem, sentem-se que lá vem a história:

 

Entonces: mudei pra cá já com medo, óbvio! Tinha medo de travar toda minha evolução volantística  e ficar “presa” em casa, mas tinha mais medo ainda de dirigir! Credo!

Mas eu sabia que não ia ter escapatória…

A primeira coisa que escolhemos ao chegar foi a escola da Cecília (caso de amor à primeira vista… ❤ ), depois triangulamos  com o trabalho do Lucas para decidir onde procurar casa. Acabamos num apê há uns dois quilômetros da escola – distância que eu faria a pé na boa duas vezes por dia, não fossem as calçadas horríveis dessa cidade (impossíveis de se percorrer de carrinho) e as duas crias penduradas junto…

(Ah! Antes de mudarmos pra nossa casa atual passamos 3 semanas num apartamento alugado pelo Airbnb que estava 2 quarteirões e meio da escola, íamos andando, Dante no carrinho, e a vida era linda! hahahaha)

Se me lembro bem, coincidiu a chegada do nosso carro (escolhido a dedo com o Lucas considerando todas minhas neuras, medos, necessidades e possibilidades $) com a mudança pra nossa casa, o que significava que havia chegado o momento de eu começar a dirigir em São Paulo, pra levar e buscar Cecília na escola.

No domingo anterior ao fatídico dia, fomos – família completa –  de manhã pra lá comigo dirigindo, pra praticar. Foi tudo ok, mas eu tava nervosíssima. Durante todo o resto do domingo eu quase não conseguia desligar minha cabeça do fato de que no dia seguinte eu dirigiria sozinha, no trânsito semanal normal SãoPaulal e aquilo foi virando uma quase crise de pânico. A noite me encontrou oscilando entre dor de barriga, vontade de vomitar e um infinito engolir do choro que mil vezes quase explodia! Mandei uma mensagem no grupo da família (mãe, Lalo e Guto) contando do meu desespero (físico e emocional! ) por causa da tarefa que viria, esperando uma resposta apaziguadora do tipo “pra que botar pressão, Gabi? Se não tá pronta, não vai”…rs

Mas ao invés disso recebi da minha mãe a proposta de me acompanhar na tarefa. Aceitei de cara e não dá nem pra descrever o alívio que senti! Consegui até dormir aquela noite! hehehe

Minha santa mamãe super se deslocou do seu caminho e rotina e veio parar aqui na hora do almoço, só pra sentar do meu lado e percorrer aqueles quase 2 km! E como “quem tem mãe não tem medo” (mentira, eu tava morrendo de medo ainda!! rsrs), eu fui! Dirigi! Cheguei! E depois no final da tarde fui de novo, agora sozinha! E assim entrei na rotina de ir e voltar, duas vezes por dia, dirigindo da minha casa pra escola.

Muuuuito aos pouquinhos fui estou, ainda, na verdade, ampliando minha “zona de conforto volantístico”. Ainda é uma zona pequena, mas agora já consigo acreditar que ela é ampliável! rs

Semana passada tive uma boa prova disso: santa mamãe entrou em ação de novo e veio aqui “me buscar” pra me acompanhar na aventura de ir dirigindo até a casa dela! rs
Tinha muito medo de ir pra lá, ela mora longe (caminho deserto, lobo mau e tal….), e pra chegar lá preciso pegar marginal Pinheiros, Castello Branco, serra, enfim… E quinta feira passada, com mãe do lado e crias atrás (e torcida de marido, pai e irmão! rs) EU FUI DIRIGINDO ATE ALDEIA!!!

Foi tudo tranquilo pelo caminho – tudo menos eu! hahaha

Mas mesmo tensa, eu senti que venci uma barreira enorme! Fiquei muito orgulhosa de mim!!!

Falta criar coragem de ir sem co-piloto agora. E de expandir mais e mais meus horizontes automobilísticos…

Acho, aliás, que essa expansão vai ser essencial nessa coisa de se adaptar a São Paulo e tal… vai facilitar, por exemplo, uns encontros com queridos que até agora não conseguiram acontecer… Tomara!!!

Torçam aí também! Me convidem! hahaha

“Ainda ontem”

Logo menos completamos 7 meses morando em São Paulo.

Que loucura! Parece que chegamos outro dia!

As crianças já aprenderam que aqui todo mundo fala com todo mundo na rua. Dante ate desenvolveu seu show de “olá!” e “tchau” pra quem vê passando. Cecília perdeu muito a timidez e agora já consegue responder pra (quase) todo mundo que pergunta o nome dela e do irmão.

Ela já quase não fala portunhol e ele tá soltando a língua em “paulistanês” mesmo!

E esses, pra mim, são grandes sinais de que os dois estão adaptados, não tenho dúvidas!

Já eu… bom, ainda não (re?)aprendi a dar beijinho em TODO MUNDO quando chego e saio dos lugares e passo umas boas vergonhas…

(Mas, sério, é literalmente TODO MUNDO! ceis já repararam no exagero que é isso nessa terra, gente?! Hahaha)

Ainda não me reencontrei nesse lugar.

(Mas também ainda não me reencontrei em mim, então já sei que esse buraco é mais embaixo.. hahaha)

Não reencontrei o encanto que em algum momento tive por essa cidade. E não consigo nem vislumbrar o que faz as pessoas amarem esse lugar..rs

Mas já estou acostumada à vida que levamos por aqui, ao bairro, ao dia a dia, à “rotina” (entre aspas, porque com essa ainda estou enrolada!)

Ainda tenho a sensação de que “estou me acostumando porque voltei outro dia” e vou tomando vários sustos ao notar que já não foi tão “outro dia” assim!

Se existe “puerpério” de “desexpatriação”, já sei que o meu aqui será longo…rs

Mas sei também que é um processo e que, passinho por passinho, uma hora já não vou mais me sentir “de fora” na cidade que um dia foi minha…

Com sorte, logo eu olharei por essa janela e verei beleza na cidade e não só numa eventual luz de chuva…

Será?!

“Fora da ordem”

Então que já fez um mês que estamos morando em São Paulo e os sentimentos ainda estão pura bagunça. Assim como a vida prática. E a vida financeira. E a rotina dos filhos. E a casa.
Cada mudança de país parece mais e mais complexa – deve ser porque em cada uma a gente tem um filho a mais pra levar! (Hahaha Que exagero, quem vê pensa que já temos uns 5! )
Estamos todos EXAUSTOS! Todos! Muito mesmo! Parece que nunca acaba a trabalheira e as adaptações!

Dessa vez resolver trazer toda a casa de mudança pra cá, mas acontece que está tudo há séculos empacado no porto de Santos e estamos morando num esquema meio de acampamento – ainda bem que temos por aqui nossas famílias pra dar apoio e emprestar desde colchão até garfo…rs

Mas pelo menos já temos nossa casa! Tão gostosinha..!
Cecília está amando muito a escola nova! (E eu também! rs Ô lugar lindo e querido aquele!)

Mas está sentindo bastante as dificuldades da mudança… vive falando da Espanha, da escola antiga, dos amigos de lá.. já chegou a dizer com todas as palavras que não queria ter se mudado! 💔

E, claro, tá soltando todo o estresse e o cansaço em forma de choro! Muito choro! Absurdamente muito choro! Sempre por motivos aparentemente aleatórios, mas claro que eu não sou boba e sei dessa bagagem toda que tá aí por trás… Mas mesmo sabendo, putz, como é difícil lidar!!
Maní passou umas fases de muito medo de ser esquecida em alguns do muitos lugares em que “moramos” nas últimas semanas e anda numa carência nunca d’antes vista!  Mas agora tb está curtindo muito a casa nova e o espaço vazio pra correr pela sala! Hehehe
O Dante, não fosse a falta de dormidas e sonecas por conta da “rotina” ainda maluca é o único passando “de boa” por tudo isso! Ele segue seu padrão buda-bagunceiro é muito que bem, obrigada! ❤️
Eu.. bom, tô uma bagunça também! Exausta por mil motivos, entre eles aquele bobinho… o “não dormir”, conhecem?! rs

Sim, porque não bastasse todo o caos dos dias, tem o caos da noite, com filhos acordando um milhão de vezes é uma senhora amiga insônia me visitando com alguma frequência!

E falando em insônia, me lembro de estresse. E falando de estresse, me lembro dessa notícia bombástica aqui: estou dirigindo em São Paulo!!!!! Tã-dã!

(depois quero voltar pra contar isso aí direito..rs)
Enfim, minha gente… tamo aqui, tentando encontrar nosso lugar e nossa paz nessa nova vida…! 
Uma coisa já ficou clara: tô blogando mais nas últimas semanas do que no último ano – tomara que seja bom sinal! hehehe
Beijos

 

“Uma luz, uma certa magia”

Filha, anota aí: o amor faz mágica!
Vou te contar:

Ao final de 5 deliciosas semanas no Brasil, tinha chegado o dia de voltarmos pra casa. Mas depois de toda a trabalheira de malas, aeroporto, despedidas doídas, perrengue no raio x… por uma dificuldade burocrática não conseguimos embarcar no avião. Perdemos o voo e “ganhamos” mais uma semana por aqui.

Apesar do cansaço e da saudade – especialmente do papai, que já estava por lá nos esperando ansioso – logo nos demos conta de que esse atraso significaria que você passaria seu aniversário no Brasil.
E foi aí, filha, que a mágica aconteceu!

Uma porção de cabeças, mãos e corações começaram a trabalhar (muito!) e em aproximadamente 30h a Elza, nossa rainha do gelo, ganhou uma festa LIN-DA …… do Toy Story! rsrs
Foi emocionante ver as pessoas que te amam tanto se desdobrando pra fazer acontecer a coisa mais linda desse mundo: sua felicidade!

E, olha, conseguimos, viu?! Porque você estava TÃO feliz no seu “parabéns de Toy Stor” que meus olhos marejaram um monte de vezes com suas gargalhadas escandalosas e seus sorrisos profundos!!!

Agora me diz, em 30h fazer acontecer uma festa dessas, é ou não é mágica?! É ou não é a materialização desse tantão de amor e de saudades que esse povo tem por você?!

Não tenha nunca dúvidas, Cecília: é!!! (só uma das formas de prova ematerialização 😉)

Eu nunca vou terminar de agradecer essa ajuda toda, essa empolgação, essa dedicação, todas as presenças, as vontades, as ideias compradas e dadas, a disposição, o trabalho, a tentativa de enganar um tiquinho a falta que seu pai fez nesse dia especial, enfim…
Então, filha, quando você ler isso aqui, corre e agradece a eles mais um pouquinho, tá?!

Eles merecem os agradecimentos tanto quanto você mereceu a festa!
Você, minha pequena, que nos traz tanta luz, tanto riso, tanta cor, TANTO amor! Você merece toda a alegria que couber aí! 

Feliz aniversário, meu amor!! Nesses seus 3 anos quero escutar muito, todos os dias, as risadas deliciosas que você tanto deu hoje!
Olha só quanta lindeza:

“Mamãe no Face”

Ai, que saudades que eu fico disso aqui!!!!!
Não vou justificar minha ausência, nem fazer promessas futuras, mas, oh, vou dizer: (não sei vocês) eu sinto falta demais quando abandono esse blog…rs

Estivemos semana passada no Brasil: passei meu aniversário por lá pela primeira vez desde 2010; engordei 1 kg; ganhei autógrafo da minha mãe chiquérrima, autora de livro de psicanálise; vi um casal perfeito prometer se fazer feliz pra sempre – e vi a Cecília-daminha-de-honra levar uma florzinha pra eles no altar (e dar um tchauzinho de “pronto, fiz minha parte, vou ali brincar!” hahahaha); abracei gente querida; cantei parabéns com Petit-Gateau e muffin; ganhei (e devorei) ovos de páscoa; gargalhei junto com bebéia em brincadeiras com tios, tias, “primos”, avós; descansei meus braços, sendo deliberadamente trocada pelo colo das tais avós; ouvi muitas novas palavras da vozinha mais linda do planeta; nos esbaldamos de tanto curtir gatos (eu e minha mini-louca-dos-gatos); ganhei presente, colo e companhias fundamentais; enfrentei 8 horas de vôo, na volta, com Cecília acordadona (as outras 2 horas e pouco ela dormiu..rs) e, claro, ouvi muita reclamação na poltrona ao lado; cheguei tão “passada” que larguei me celular no avião; voltei doente, pra variar; Cecília voltou pirada no fuso, teve noite (dia?) de ir dormir só as 3 da manhã (socorro?!) e, como sempre, voltamos com o coração recarregado!

Pronto! Agora 2015 começa de verdade!

E pra comemorar o ano novo (hahaha…muita cara de pau escrever isso em meados de abril!), resolvi finalmente criar uma página pro blog no facebook! #todascomemora: Uhuuuu!!!
Por lá pretendo avisar sobre as novas postagens, além de compartilhar links de interesse (meu..rs) sobre os temas relevantes a esse blog, tais como maternagem, expatriação, filhos bilingues, etc…

Pra acompanhar, curtam essa página aqui e sejam bem vindos:

https://www.facebook.com/queridoscuriosos
🙂

(críticas, sugestões e ajudas são necessários e muito bem recebidos, obrigada! rs)

E pra terminar, umas poucas fotos dos últimas dias
(poucas porque, por enquanto, a Iberia tem meu celular e as fotos…rs)

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“Pela janela do quarto”

Não sei se é implicância minha ou se é devido à imensa quantidade de gente em volta, mas o fato é que aqui do apartamento onde estou morando ouço constantemente meus vizinhos – muito mais do que se ouvia lá no apartamento de Santiago.

Lá eu escutava as passagens pelo corredor, as chegadas e saídas. Aqui eu ouço a vida “dentro de casa” de cada um.

À noite, quando São Paulo consegue ser um tiquinho mais discreta, a vizinhança vem nos visitar. Temos as senhoras que conversam na cozinha, a família que toda noite, a partir das 23h, arrasta todos os móveis pela casa (me explica, pf???rs), o casal que vai dormir no mesmo horário que eu e agora temos vizinhos novos…

Na primeira vez parei pra os escutar com atenção foi porque parecia uma gata gritando e meu radar ligou, mas não, era um choro de bebê…
Nos dias que vieram depois fui notando essa nova presença em diversos momentos do dia e, principalmente, da madrugada.

A voz que chora parece pertencer a um bebê um pouco mais velho que a Cecília, mas a intensidade e a insistência do choro que não cessa me fazem revisitar a época de pica pau recém nascida e seu choro diário e inexplicável que começava sempre às 19h e podia durar mais de 1 hora!

Noite dessas, sabe-se lá porquê, a Cecília resolveu que precisava mamar de hora em hora e enquanto eu estava lá, meio dormindo, meio acordada, meio sonhando, meio amamentando, eu escutava o bebê vizinho chorar. A noite inteira!
O que começou como uma escuta curiosa, até um pouco julgadora (“gesuiz, o que estão fazendo com esse bebê??”) logo virou angústia! Acho que primeiro pelas lembranças de quando era a minha bebéia que chorava sem fim, depois pelo medo das noites assim que ainda podemos ter pela frente e depois, finalmente!, por empatia!!

Empatia primeiro com o bebê, confesso! Ele chorava tanto, com tanta força, que meu instinto foi ficando louquinho pra ir até lá, tirar a roupa dele, colocá-lo pele com pele, no aconchego de um coração batendo e de um peito produzindo leite – àquela altura, nem que fosse o meu!
Mas depois veio a empatia com a mãe. Eu senti a angústia dela mais forte do que sentia a minha, senti vontade de abraçá-la, de oferecer ajuda… Depois lembrei que se fosse comigo (ou “quando era comigo”) duvido que ajuda estanha seria bem vinda…rs

E então ficamos lá, nos fazendo companhia … Cecília mamando, eu amamentando, escutando, angustiando e o bebê vizinho chorando… Mesmo depois que Cecília dormiu, aliás, eu só consegui fechar os olhos e relaxar depois de ouvir o silêncio vindo do apartamento ao lado…

Agora, escrevendo esse post, me deu vontade de deixar um bilhete anônimo pra mãe vizinha: “Acredite, VAI PASSAR!!! Não só vai passar como você tem grandes chances de se esquecer de verdade dessa fase!” Eu tinha esquecido da minha até ser visitada pela dela!!
A natureza é mesmo sábia, não é?! rs

De qualquer forma, por enquanto vou sempre dormir torcendo pra que nossas madrugadas – aqui, lá e aí – sejam tranqüila, com muito sono bem dormido e sem angústias atrapalhando!
Boa noite!

“Amigo, estou aqui”

A maior vantagem de estar em São Paulo é, sem dúvida, poder estar perto de vários dos meus queridos… sucesso, né?!
E o que dizer então da possibilidade de conhecer ao vivo pessoas tão queridas que essa vida na blogosfera me apresentou?!? Sucesso Absoluto!!!!

Eu fico aqui, do outro lado do computador, acompanhando os blogs “da’zamigas”, me sentindo tia das crias lindas que elas tem, sentindo um carinho imenso por elas…por isso, quando a Dani sugeriu que nos encontrássemos, topei na hora, não dava pra perder a chance!! E aí, na terça feira da semana passada, rolou esse encontro aqui oh:

"Aos queridos, curiosos e pacientes, informamos que estivemos juntas numa tarde deliciosa, falando sobre essa viagem de primeira (e segunda) viagem, que é a travessia materna. Entre outras coisinhas mais." - legenda genial da Marina :)

“Aos queridos, curiosos e pacientes, informamos que estivemos juntas numa tarde deliciosa, falando sobre essa viagem de primeira (e segunda) viagem, que é a travessia materna. Entre outras coisinhas mais.” – legenda genial da Marina 🙂

Sim, gente!!! Fui conhecer pessoalmente a Dani, a Helena, a Laura, a Marina e a Agnes!!! Não é demais?!?!

Foi uma delícia de tarde!!! A Lala é uma fofa absoluta, dessas que dá vontade de levar pra casa! A Helena toda pequerrucha e, juro, cor de rosa – duas Mini- Danis muito gostosas!! A Dani é toda essa sinceridade e espontaneidade que a gente vê no blog, esse coração enorme, esse humor divertido (mesmo em pleno puerpério, hein?!)… A Agnes é uma menina séria, observadora e muito mordível (vocês não tem idéia do que são as pernas e braços dessa pessoa!! hehehe! A Má, bem como diz a apresentação lá no blog dela, “fala”muito mais por escrito do que pessoalmente e transborda carinho e cuidado..uma coisa incrível!

(conheci os respectivos maridos também, mas o dia foi de clube das luluzinhas mesmo, então dessa vez eles não contam…rsrsrs)

Achei o máximo sair do virtual e ver que a relação se extende de verdade pra vida “aqui fora”, sabem?! Batemos muito papo, babamos nas filhas alheias, trocamos histórias e experiências (e inexperiências…rs), Cecília fez bagunça pela casa (rs),  comemos comidinhas feita especialmente pras mamães das alérgicas, fortalecemos os laços que fizemos pelos blogs…enfim, tudo de bom!!!

Tão bom que merece um repeteco pra logo!!! 😉

E que dá vontade de já deixar combinado com as blogueiras amigas que me esperam na Europa! hahahaha

(pros de São Paulo, já avisei pra correr e “marcar hora”, né?! hehehe)

“Ao menos por enquanto…”

23 dias de São Paulo. contar como está sendo antes que acabe, né?! rs

Chegamos aqui na madrugada do dia 11/10, meu sogro e meu cunhado foram nos buscar no aeroporto e nos ajudar com as 9 malas + Cecília + Maní e nos trouxeram já direto pro apartamento que alugamos pra passar esses meses.

(9 malas dessa vez, porque o Lucas já tinha trazido outras 3 e levado 3 pra Madrid! hahaha
Isso porque deixamos o apartamento lá inteiro e “só” trouxemos nossas coisas pessoais…rs. Não dá nem pra acreditar que de São Paulo pra Santiago fomos só com 2 malas grandes e 3 pequenas! rsrs )

Enfim, estamos num apartamento todo mobiliado e montadinho (completo até demais, falta espaço pras nossas coisas…hahaha), bem localizado, do lado do trabalho do Lucas, de um parque gostoso, …tudo sucesso!

As meninas tiveram alguns poucos dias de estranhamento…

Maní errou o lugar do cocô uma vez, dormiu em lugares bizarros algumas outras…Cecília acordou berrando algumas vezes, precisou estar grudada em mim pra dormir em outras vezes…e pronto parece que já se adaptaram!

(Na verdade bebéia ainda tem algumas noites bem difíceis, o que me leva a uma importante nota mental: tentar ao máximo evitar que a próxima mudança coincida com a idade da tal da “angústia de separação” do próximo filho!!)

Lucas levou uns dois dias pra deixar as coisas da casa como ele queria, me ajudou a colocar ordem em uma parte das bagunças – a nossa e a da dona da casa..rs – e pronto, já está confortavelmente “em casa”!

E eu…? bom…

Eu tô meio no modo “drama queen”, confesso… No começo tava morrendo de ódios pelo calor (fomos recebidos por agradáveis 35ºC de secura e falta de chuva!), pelos pernilongos, por todos os prédios que estão na frente da minha janela, pelo condomínio que tem regras chatas, pelos barulhos que nunca param nessa cidade, pela quantidade absurda de gente na rua, pelos mini defeitinhos bobos que foram aparecendo no apartamento e blablabla…

Tive duas crises de choro de “quero voltar pra minha casa” e ainda sinto meu coração ficar minúsculo quando lembro que não estou aqui de visita..! Não estou infeliz, não confunda as coisas! Só acho que tô um pouco “no limbo” com essa mudança que já foi, mas que ainda não começou, sabe?!

Aos poucos vou lembrando como é ser paulistana… me divertindo sobre como brasileiro adora puxar conversa e contar a vida pra qualquer um, como nunca ninguém chega na hora marcada, redescobrindo como andar no meio da multidão (“direção agressiva” modo pedestre, sabe como?! rs) e nessas calçadas horríveis…

Aos poucos vou tentando organizar a vida e a agenda pra dar conta de fazer tudo que quero fazer nesses meses aqui, ver todos que quero ver…

Até porque, veja só, dos 4, já passou quase 1 mês!! Se quer nos aproveitar aqui, corre e marca sua hora!!! hehehe

ps.: tem uma enquete rolando sobre a possível de uma criação de uma página no facebook pro blog..já votou??

"Querido Diário" – 6s1d

“Daí que eu não sinto mais calor…sinto uma onda de náusea que me faz perceber que estou muito quente…
Não sinto mais fome, sinto de repente um buraco absurdo no estômago e uma necessidade de comer imediatamente!!!

Na verdade, isso já tá até mudando… tenho me sentido cada vez enjoada por mais tempo e cada dia com um pouquinho mais de intensidade…


Não são sintomas agradáveis, mas são sinais de que as coisas aqui dentro estão funcionando a mil, por isso comemoro um pouco cada vez que sinto algo e prometi não reclamar de nada disso – vamos ver se continuo assim se/quando começar a vomitar…rs


Voltamos ontem do Brasil, já de notícia dada para os principais!

Levamos a “foto” do ultrassom e fomos contando assim… foi bem bacana!

Vó Rejane ficou super emocionada, Vó Nanci (que tava almoçando) engasgou feio (hahaha), Vô Lalo e Vô Vagner engoliram umas lágrimas….!

Os amigos todos ficaram muito emocionados, mas o tio Fabian tá todo bobo, muito engraçado de ver!!

Já recebemos paparicos, carinhos na barriga, mais presentinhos….tudo uma delícia!!!



Eu já quase não esqueço que estou grávida (rs) e tenho achado tudo muito lindo!

Fico ainda apreensiva cada vez que sinto uma cóliquinha, mas já estou bem mais calma…
Me sinto mais conectada com meu corpo…posso perceber as nuances de cada coisinha que sinto na barriga… diferenciar pontadas, fisgadas, cólicas… mas, na maioria das vezes, é tudo gases mesmo…hahaha (aliás, haja gases, viu…rs)


Lá no Brasil andaram dizendo que o bebê é menino…

Eu ainda não arrisco palpite – como já disse, intuição não é meu forte!

Mas outro dia, um pouquinho antes de ir viajar, eu e a Maní estávamos dançando (rs)  e começou a tocar uma música especial…nós duas ficamos abraçadinhas, dançando pelo quarto, cantando com o coração quentinho e os olhos cheios de lágrima (os meus, no caso..rs), cantando pra irmãzinha que vai chegar (pq serve pro irmãozinho tb, a gente sabe…)


(03/06/13 – segunda-feira – 6s1d)”