Prestes a completar um ano inteiro de chegada a São Paulo, tomada por reflexões sobre esse retorno com tanta cara de novo começo e sobre o longo caminho que tem sido a adaptação aqui, hoje fiz uma pausa.
Hoje olhei pra trás e fiz a homenagem, já há tanto planejada, para os dois anos que vivemos na Espanha:
Lá eu entendi que a vida é feita de ciclos, dentro e fora. Inverno, Primavera, Verão e Outono. Dentro e fora.
De começo, meio e fim. E (re) começo.
Quantos forem necessários.
Lá eu me apaixonei pelas roseiras com que cada primavera me presenteava, me diverti com a pouca neve e o muito frio dos longos invernos, reforcei meu amor pelo outono com seu céu de azul tão profundo e aprendi a me deliciar com as cerejas maravilhosas daqueles verões que beiravam o insuportável! rs
Aprendi a viver cada temporada com intensidade e a esperar sempre ansiosa pela próxima.
Dentro e fora.
O inverno pra se guardar, a primavera pra florescer, o verão pra se derreter e o outono pra se preparar.
Quero colocar esse som num mp3, pra dar o play sempre que meus pensamentos forem mais barulho do que clareza.
Colocar esse som numa caixinha pra eu poder abrir e espiar sempre que estiver com dificuldade pra enxergar as belezas da vida.
Coloca-lo num spray pra eu dar uma bela respirada nele quando meu peito estiver muito pesado.
Quero esse som num comprimido, pros momentos em que a vida parecer não ter lá muito remédio.
Quero que esse som me acompanhe, dentro de mim, se confundindo com as batidas do meu coração.
Que é pra me lembrar todo o tempo da melhor coisa que já fiz na minha vida! ❤️
(ps.: o post de 10 meses do Dante virá um pouquinho atrasado pq ontem o dia foi mais meu do que dele – completei 31 aninhos! 😉)
Mamou muito, mama cada vez menos… Mas mama assim, com carinho de mão dupla!
E mesmo quando não tiver mais leite, te garanto, bichinha, não vai faltar amor!
Depois de mais de uma semana longe de nós , Lucas voltou pra casa, ufa!!
Sentir saudades, é verdade, torna o reencontro mais gostoso. Mas tudo nessa vida tem limites – e o meu limite de distância dele não é muito grande, não…
É sempre assim: na despedida a saudade antecipada já aperta, depois, nos primeiros dias à internet dá conta do recado e rapidinho não serve mais…
E aí eu começo a sentir mais do que saudade, sinto falta dos detalhes dele, da bagunça, do cheiro, dos barulhos dele na casa…
É como eu já disse: gosto de ficar quietinha no meu canto porque sei que o canto dele é do lado do meu.. E quando esse outro canto está sem ele o meu vai ficando grande demais, vazio demais, meu demais…
Pra minha sorte nossa escolha de vida implica em cantos vizinhos, preenchidos e compartilhados !
Ufa! Ele voltou!
E voltou pra ser recebido com presente, com beijos especiais e com milhões de desejos de felicidade, saúde e muitos anos de vida feliz – juntinho da gente! 😉
Feliz aniversário, meu amor!
O dia é seu (de nada, por não ser da Cecília também! Hahahaha), a sorte é das 3 meninas aqui e a comemoração é x4!
Perto ou longe, amamos você – mas chega de afastamentos por agora! rs
ps.: faltam 10 dias pra nossa mudança!! Imaginam como estão os ânimos por aqui, né?!
As mulheres da nossa família são conhecidas mundialmente por sua habilidade de “chorar até em comercial de margarina”; basta uma imagem mais piegas que as lágrimas já brotam e escorrem…
Eu, que não nego minhas origens, sempre fui chorona assim também, por isso imaginava que quando me descobrisse grávida, abraçaria seu pai e choraria. Mas não.
Achei então que estava guardando as lágrimas pra quando ouvisse seu coração pela primeira vez no ultrassom, mas também não foi dessa vez…
Nem quando comecei a sentir você se mexendo dentro de mim, nem quando seu pai sentiu o primeiro chute, nem quando descobrimos (e nomeamos) você a caminho…
Eu sempre me emocionava e explodia de felicidade, ficava com as pernas bambas, claro, mas o choro nunca vinha…
Fiquei esperando o “choro catártico” pra hora do parto e, surpreendentemente, eu era a única envolvida na sala que não chorava naquele momento lindo!
Nunca consegui explicar bem o porquê dos “olhos secos” em situações tão especiais… Pensei que era tanta felicidade que nem cabiam as lágrimas…
Mas eu entendi recentemente que, depois de você, filha, eu fiquei mais forte e mais sensível! Eu não chorei nesses momentos grandiosos justamente por sua grandiosidade…Como se ali eu fosse leoa, fosse fera-feliz e nada mais!
Em compensação chorei com muitas pequenas coisas, muitos detalhes delicados, coisinhas do dia a dia que você me ensinou a viver e apreciar!
Chorei muitas vezes com sua virada de olhos cheia de prazer ao começar a mamar, chorei com nossas trocas de olhares e, depois, de sorrisos… Chorei quando você chorava, mas também chorei com algumas gargalhadas suas. Chorei com carinhos e abraços que você me deu. Chorei quando você só era capaz de se acalmar em meus braços. E quando você precisou agarrar bem forte em mim pra enfrentar seus medos. Chorei de rir, muitas vezes. Chorei sentindo seu cheiro. Chorei te vendo dormir, minha Cecília.
Mas ontem foi um dia de primeiras vezes.
Ontem, pela primeira vez, chorei em um desses momentos grandiosos em que se esperaria mesmo umas lágrimas.
Ontem você soltou a mão do seu pai e caminhou na minha direção.
Ca-mi-nhou! Assim, de pressa, estabanada. Andando, mesmo! Tão adulta, tão linda, tão feliz!
Te agarrei no final do caminho num abraço e chorei, chorei!
Talvez porque a leoa viu sua filhotinha grande e querendo ser independente e pode liberar a fragilidade de dentro dela, não sei… Talvez porque ali você era a expressão física de “grandiosidade“…
Só sei que a força do momento se juntou com a força da emoção e meus olhos vazaram amor (junto com meus seios, diga-se de passagem! rs)
Vai, filha, caminhe em direção à vida e ao futuro! Ou melhor: vamos! Com choro ou sem, não importando os motivos das lágrimas ou de sua ausência, mamãe e papai sempre estarão aqui pra te amparar e receber, como fizemos tantas vezes ontem!
Hoje faz três anos que provei falsa aquela lenda do “Quando casar, sara”. 3 anos que tomei um capote caprichado na porta do cartório e ganhei um belo joelho ralado, que doeu e incomodou ainda muito mais tempo do que os 20 minutinhos que me restavam de vida de solteira. O tombo serviu também pra dar pro Lucas uma última chance de reflexão: tem certeza que é com essa desastrada que você vai casar??? Acontece que a essa altura do campeonato ele já achava os hematomas uma coisa linda e sexy! Oh só:
Trecho do lindo pedido de casamento!
Ele sabia bem onde estava se metendo e não mudou de idéia, não…Ufa! rs E eu, então, teria toda uma vida de suas mãos seguras me guiando, me apoiando ou me levantando das (normais) quedas.” São 3 anos de “amor de papel passado”. Uma mera formalidade, é verdade, já que o amor em sí tem muitos anos e mais história… Mas não posso deixar de pensar que eu tenho, sim, MUITA sorte! http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2013/11/se-gente-tiver-bsorteb.html Obrigada, meu amor, por TUDO! Principalmente por compartilhar sua vida comigo, por me deixar fazer parte do seu tempo, das suas risadas, dos seus silêncios, do seu futuro… Que as marcas roxas na pele sejam como “souvenieres” de tudo que vivemos!!! (mas pode deixar que eu carrego elas pra você! hahahaha)
Ou: “Me escutas, Cecília” – parte 1 “Já passamos pela emoção do positivo – o do palitinho xixizado e o do sangue colhido e testado, pelo primeiro ultra-som, pela divulgação da notícia, pela primeira vez de escutar o seu coração, pela primeira vez de te ver se mexendo na tela, pela primeira vez de te sentir se mexendo dentro de mim, pela descoberta do seu sexo, pelos teus movimentos compartilhados com os outros, pelas compras de todas as suas coisinhas lindas, por descobrir sua carinha da tela manchada do ultra-som…por todos os planos de você, desde a sua concepção até o teu parto, o teu quarto e o teu nome… Tantos momentos deliciosos, tantas surpresas, tantos medos e ansiedades… Tudo isso já passou e esse final de gravidez que falta não promete muita emoção, nenhuma surpresa, nada de novo… pelo contrário, agora devem vir o incômodos, o cansaço, muito mais ansiedade e a espera “sem fim”… Mas o que eu percebi hoje é que na verdade estou vivendo esse momento com muito mais emoção do que todos esses outros listados aí em cima. Agora, com essa barriga que não pára de crescer, sinto que você está cada dia mais real, mais “ser humano”, mais “indivíduo”. Cheia das suas vontades, das suas horas de “dançar”, das coisas que te incomodam e que você não deixa barato, do seu corpinho empurrando o meu com convicção, engordando com o meu (rs)… A cada dia você deixa mais de ser uma idéia, um monte de planos, um nome… você é nossa Cecília, mas é mais! Você é de verdade, é única, é fora do nosso controle, é um ser “a parte”… você é você! A percepção de que tudo isso que nós sonhamos e já vivemos até agora está se transformando numa mini-pessoa, numa criaturinha que vai nascer, vai crescer e vai ser só você…putz, isso me emociona mais do que posso explicar! E me faz pensar que a gente não vai estar mesmo nunca pronto pra uma experiência desse tamanho… que a vida, a gente só conhece vivendo… É que eu e seu pai te “demos” a vida – e vamos te acompanhar durante todo o caminho, e vamos assistir de camarote enquanto você aprende a viver, te dando colo quando preciso, mas sabendo que desde já a experiência é só sua, meu amor! E perceber isso com você ainda aqui dentro, ainda sendo parte de mim, mas já sendo tão você… me inunda de um monte sentimentos que nem sei nomear! E por não saber nomear, me enrolo escrevendo esse texto, com os olhos cheios de lágrimas e o coração cheio de tudo isso… Ainda há tudo pra viver, por isso esse texto fica assim, sem final, sem conclusão… não inacabado, mas sim meramente começado, como é nossa história, como é você, minha menina…! Com amor!”
Nota de férias número 2: “Acontece que eu não paro de me encantar com a vida… Algumas belezas pra mim nunca viram rotina.
Estou com o Lucas há 8 anos e 6 meses e meu coração sempre fica leve quando ele chega por perto e totalmente satisfeito quando o vê se divertindo como criança com algum “brinquedo” novo – tipo o carrinho recém comprado da Cecília!!! rs
Moro no Chile há 2 anos e 7 meses e várias vezes por semana (quando o clima e a poluição colaboram), me surpreendo com a maravilha que é a grandiosa Cordilheira… Gasto um tempão admirando e tenho um milhão de fotos dela (fotos que depois são quase todas iguais…hahaha)
Sou mãe da Maní há 2 anos e 6 meses e paro o que quer que esteja fazendo quando ela entra em sono profundo e começa a sonhar, balançando todo o corpo, dando patadinhas no ar e os mini latidos mais lindo do mundo!
Sinto a Cecília se mover dentro de mim há 33 dias, cada vez com mais frequência e intensidade.. Penso que pra algumas mães isso talvez se torne “normal e corriqueiro” em algum momento, mas pra boba romântica aqui…nunca vai parar de ser maravilhoso! Eu ainda paro pra sentir e tentar entender o que é cada parte que se mexe, coloco a mão e fico procurando, chamo o Lucas pra sentir, tento filmar…
Me emociono ao perceber por movimentos em lugares novos que ela está crescendo e “expandindo horizontes” (hehehe)… E tenho certeza que vai ser assim todo o caminho, até o final da gravidez! E depois disso, não quero nem ver os encantos novos com a pequena aqui fora!!! Coitados dos familiares que vão ter um milhão de vídeos (iguais?!rs) pra assistir de cada movimento dela – ja comprei a câmera!! Hahaha”
E um vídeozinho que fiz agora no final do dia da Cecília dançando um “I like to move it, move it” hehehe