“Um retrato antigo”

Hoje eu fiz minha unha. Eu mesma fiz. Lixei, lustrei, tirei cutículas, passei base and pintei de vermelho! Tudo eu. E tudo hoje!

Eu tava com uma saudade danada de fazer isso. Sozinha. E em um só dia. E terminando o dia com as unhas vermelhas brilhosas! Sem precisar dividir essa tarefa entre todos os dias da semana, uma coisa por vez, nas poucas horas que podiam ser separadas pra isso, sem as crianças por perto (e terminando tudo quando a primeira parte já tá precisando ser refeita..rs).
Hoje consegui fazer tudo enquanto eles brincavam – primeiro sozinhos e depois com os tios.

Como eu disse antes, esse ano é ano de reencontro com a minha identidade. E fazer minhas próprias unhas é parte desse caminho. Pode parecer fútil, mas é parte de quem eu era antes de ser mãe.

E enquanto escrevia essas palavras aí em cima me dei conta de que tudo isso talvez esteja marcando, enfim, o final dos meus puerpérios! 
(Pra entender mais sobre esse final “tardio”, recomendo esse episódio aqui do podCast “GNH – Gerando Novas Histórias”)

Recentemente notei que há muito estou desconectada da minha maternidade, do caminho que comecei a construir lá atrás, das escolhas que fui fazendo e da mãe que eu gostaria de ser. Percebi também que essa desconexão é o principal motivo das travas que nos últimos tempos (anos?) bloqueiam textos deveriam ter estado aqui no blog.

Mas aí o tal puerpério veio chegando ao fim, eu fui me reencontrando comigo mesma. Os dois filhos estão passando as tardes na escola e eu estou “sobrando” com 3 horas “livres” quase todos os dias.

E é muito curioso: ser mãe de dois, pra mim, significou me afogar na maternidade. Estar O TEMPO INTEIRO sendo mãe de alguém – e de “alguéns”, no plural – me sufocou. Foi pesado. Foi difícil demais!

Mas foi esse mesmo tsunami que me trouxe a necessidade de voltar a ser outras coisas, além de mãe.

E agora que os dias estão mais fáceis – mesmo quando os pequenos estão aqui!  – que posso me reencontrar e me redescobrir outras coisas… Agora que eu estou voltando a caber no meu próprio tempo e no meu próprio espaço – mesmo que eu ainda não saiba muito bem o que fazer com eles …

Agora posso voltar a olhar pra eu-Mãe, olhar pra minha maternidade! Posso me reconectar com meus desejos, meus princípios, meus “planos maternos”!
Posso até voltar a escrever sobre isso tudo, vejam só!

Posso fazer minha própria unha AND ser uma mãe melhor AND escrever sobre ser mãe AND escrever sobre (AND) ser outras coisas! (o que, gente?!?!?!? voltei pra esse buraco antigo! hahahaha)

Que delícia de momento!!!

ps. importante:  esse texto foi totalmente inspirado pelo incentivo de um amigo querido, escritor (e empreendedor e pai) que eu admiro DEMAIS e que voltou a me colocar nesse lugar de “escritora”, que eu tinha também perdido nos meus caminhos dos últimos tempos … Ferdi, acho que nunca vou poder te agradecer o suficiente por isso, mas, serião: Obrigada!!!!!

3 pensamentos sobre ““Um retrato antigo”

  1. Eu ainda na fase de ficar feliz quando consigo lavar o cabelo!! Rsrs
    Outro dia reparei que só tinha cortado as unhas de uma mão..a outra ficou pra uns dois dias depois!!!
    É isso aí! Até encontrar o equilíbrio.. Sigo descabelada e feliz!

    Siga escrevendo, Gabiiii!!!!
    Beijos

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