Dezembro 2021

Dezembro de 2021 começou com gostinho de “vida pós pandemia”. Fomos ao cinema e à restaurantes, as crianças iam à escola (de máscara, mas com tranquilidade), recebíamos amigos em casa e não faltava quase nada pra chegar a data da tão esperada ida ao Brasil.

Depois de quase 2 anos sem poder ir eu estava desesperada pra correr ao abraço dos meus amados na terrinha. Durante o primeiro par de ano pandêmico, pior do que não estar no Brasil era não ter perspectiva alguma de quando isso aconteceria. A passagem estava comprada há alguns meses e sentir o gosto do “retorno da vida” aumentava ainda mais as expectativas sobre a viagem.

Mas cerca de 10 dias antes do nosso embarque vimos chegar ao Canadá a tal da nova e terrível variante do vírus. Aí, minha gente, o pânico se instaurou em mim. A vontade era trancar a nós 4 numa bolha pra não corrermos risco de um contágio de última hora – numa tentativa meio maluca de “ignora que o problema some”.

Como a bolha não podia existir, fomos seguindo os dias…que nos brindaram com um misto de alergia e resfriado que me enlouqueceu ainda mais, óbvio. Eu queria entrar num avião e ir correndo viajar antes que descobrissem o catarro nos nossos narizes. Eu queria cancelar tudo porque que egoísta seria entrar num avião doente. Eu queria voltar no tempo e ter de fato colocado todo mundo na tal bolha.

Entre muitos choros entalados e alguns colocados pra fora, muita ansiedade, angústia, medo e nervoso, chegou o dia da viagem. Com vários testes negativos, um restinho de catarro e um tanto de medo de que nos jogassem pra fora do avião se as crianças começassem a tossir, voamos! Uma viagem agitada – como estava eu todinha por dentro – que nos levou pra onde eu queria tanto estar.

Em São Paulo, ainda não tinha variante nova e o gosto pós pandêmico pairava no ar. Um tanto por isso a chegada teve abraços e muitos suspiros de alívio.

Como sabíamos que ainda tinha mais pandemia pra vir, optamos por diminuir ao máximo a circulação – as saudades matadas seria só as mais essenciais.

E assim foi: Um mês e 2 dias de terras brasilis. Pouca ação e muito amor. Convivência, papos ótimos, abraços, comidas, risadas, choros, colos…aquela sensação toda que conheço tão bem, de estar em casa, na terra que não é mais lar. Sentir refúgio e acolhimento nas pessoas e no ar.

Terminamos a estadia em isolamento, com medo do vírus que se espalhava como água que as tempestades tropicais tanto derramam por lá.

De novo aquela vontade assustada de se trancar longe do mundo, mas dessa vez com menos desespero e mais consciência.

Segunda feira, metade do primeiro mês do novo ano, voltamos. Com o coração minúsculo – ainda que com muita vontade de voltar pra casa, chorei doído as despedidas. No Canadá caía uma quantidade de neve histórica e eu me sentia mesmo afundar na bagunça branca das emoções. Nossa casa nos esperava coberta, nossos bichinhos, carentes, nossos amigos ainda distantes (porque: lockdown).

Voltamos.

À vida já conhecida. De lockdown já conhecido. De pandemia já conhecida. De tarefas repetitivas já conhecidas. De coração confuso e aliviado e cansado e feliz e apertado e….

Voltamos.

E pra cá? Eu sempre volto… ufa!

“De coisas naturais”

Prestes a completar um ano inteiro de chegada a São Paulo, tomada por reflexões sobre esse retorno com tanta cara de novo começo e sobre o longo caminho que tem sido a adaptação aqui, hoje fiz uma pausa.

Hoje olhei pra trás e fiz a homenagem, já há tanto planejada, para os dois anos que vivemos na Espanha:

Lá eu entendi que a vida é feita de ciclos, dentro e fora. Inverno, Primavera, Verão e Outono. Dentro e fora.

De começo, meio e fim. E (re) começo.

Quantos forem necessários.

Lá eu me apaixonei pelas roseiras com que cada primavera me presenteava, me diverti com a pouca neve e o muito frio dos longos invernos, reforcei meu amor pelo outono com seu céu de azul tão profundo e aprendi a me deliciar com as cerejas maravilhosas daqueles verões que beiravam o insuportável! rs

Aprendi a viver cada temporada com intensidade e a esperar sempre ansiosa pela próxima.

Dentro e fora.

O inverno pra se guardar, a primavera pra florescer, o verão pra se derreter e o outono pra se preparar.

Dentro e fora.

Experiências.

Ciclos.

Paixões.

Saudades e ansiedades.

O novo, o velho, o de novo.

Over and over and over…

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“Melhor ainda é poder voltar”

Depois de três anos sem cruzar a Cordilheira, finalmente cá estamos nós outra vez, em Santiago!

Viemos passar uma semana, rever uns amigos queridos e conhecer os novos membros das família deles! ❤️

Eu estava mega ansiosa, há anos (3, provavelmente! rs) morro de vontade de voltar pra cá… sabia que seria emocionante, mas está sendo mais forte do que suspeitava!

Já tive mil crises de mini choro, a começar no avião, enquanto cruzávamos a Cordilheira, depois chegando no meu bairro, entrando em casa, fuçando nas coisas dos armários… reencontrando minha vida daqui!

(deixamos nosso apê do jeitinho que estava, alugamos mobiliado por 2 anos e no último ano ele está no Airbnb)

Eu tinha um certo medo de chegar aqui e me decepcionar, descobrir que o amor todo que sinto por esse lugar estava, na verdade, nublado por nostalgia e boas memórias, mas que nada…

Ao contrário, viver Santiago com eles, tem sido ainda mais encantador!

A chegada foi muito curiosa: ao mesmo tempo que tinha aquela sensação de “nossa! 3 anos sem vir aqui! É tempo demais!”, em pouquíssimo tempo estava me sentindo em casa!

Absolutamente em casa! Descobrindo o que estava diferente ou não e o que tem de novo no bairro, me decepcionando com o estado de algumas coisas da casa (que raiva das pessoas que não cuidam!!), mas com o coração “em casa”, como se eu nunca tivesse saído daqui, como se tivesse apenas passado umas férias curtas em algum outro lugar…!

Ao mesmo tempo, tem essa sensação tão nova de olhar meus filhos brincando nessa sala e me emocionar muitíssimo! Meus filhos na minha casa, no sofá onde estourou a bolsa no parto da Cecília, no quarto que decoramos com tanto carinho, na minha cozinha da geladeira preta, na minha varanda amada! Que cenas mais lindas!!!

Que delícia andar por essas ruas com eles (e descobrir que minha birra com as calçadas de Sp não é só birra! rs), ir virando as esquinas em puro estado de reconhecimento!

Que falta faz a Maní, que por tanto tempo foi minha companheira fiel nesses percursos!

Isso sem falar na coisa linda, linda que é sentar com os amigos e sentir que estamos continuando a conversa de outro dia – ainda que o assunto seja todo de “atualização dos últimos tempos”! rs

Que coisa importante que é vir ver de pertinho – e cheirar e apertar – as crias dessas pessoas tão especiais pra gente e pra nossa história!

Que saudade imensa vou sentir de tudo isso quando essa semana acabar! ❤️❤️❤️

Ê dureza que é essa vida de ir se expatriando sem parar..rs

“Valeu a pena”

Já escrevi muito sobre dificuldades e aprendizados da vida de expatriados, mas estou aqui, 1:13 da madrugada (quando obviamente devia aproveitar os filhos capotados pra descansar também) porque acaba de me cair uma ficha importante e eu não podia deixar de registrar.

Meu maior aprendizado nesses anos todos se resume nessas letrinhas aqui:
FAMÍLIA 
Longe dos meus de sangue aprendi muitíssimo sobre a força do amor que tenho por eles e sobre o tantão deles que tenho em mim. 

Depois que tive meus filhos, aprendi a sentir a falta desses aí de cima de um jeito diferente, uma coisa de uma presente ausência, uma presença ausente, difícil por em palavras…
Mas eu aprendi também que família a gente não só “já nasce com”, a gente pode escolher e formar novas famílias no meio do caminho. E que essas novas famílias tem a mesma força e o mesmo vínculo tão importante que a primeira!

“Pra criar filhos, é necessário uma vila”, diz o provérbio. E se dessa vila se fizer uma família, que sorte a sua, acrescento!

E que sorte a nossa!

Que baita sorte a gente tem!

Que família linda a gente tem!!!
Queridos: um milhão de vezes obrigada!

Obrigada por terem nos acolhido, por serem nossa vila, os tios, tias e primos TÃO QUERIDOS dos nossos pequenos. Por abrirem sempre as portas e os corações pra gente. Por nos ensinarem tanto sobre filhos, sobre família, sobre amor, sobre humor, sobre a vida!
Obrigada por serem a parte mais especial e mais histórica que encontramos nesse velho continente! 

Saibam que cada um deixou marcas importantes em nossas almas e estarão todos pra sempre conosco!!!

E que estou aqui escrevendo de coração partido, mas absolutamente repleto de amor! Graças a vocês!

Obrigada, obrigada, obrigada!!!

“Uma luz, uma certa magia”

Filha, anota aí: o amor faz mágica!
Vou te contar:

Ao final de 5 deliciosas semanas no Brasil, tinha chegado o dia de voltarmos pra casa. Mas depois de toda a trabalheira de malas, aeroporto, despedidas doídas, perrengue no raio x… por uma dificuldade burocrática não conseguimos embarcar no avião. Perdemos o voo e “ganhamos” mais uma semana por aqui.

Apesar do cansaço e da saudade – especialmente do papai, que já estava por lá nos esperando ansioso – logo nos demos conta de que esse atraso significaria que você passaria seu aniversário no Brasil.
E foi aí, filha, que a mágica aconteceu!

Uma porção de cabeças, mãos e corações começaram a trabalhar (muito!) e em aproximadamente 30h a Elza, nossa rainha do gelo, ganhou uma festa LIN-DA …… do Toy Story! rsrs
Foi emocionante ver as pessoas que te amam tanto se desdobrando pra fazer acontecer a coisa mais linda desse mundo: sua felicidade!

E, olha, conseguimos, viu?! Porque você estava TÃO feliz no seu “parabéns de Toy Stor” que meus olhos marejaram um monte de vezes com suas gargalhadas escandalosas e seus sorrisos profundos!!!

Agora me diz, em 30h fazer acontecer uma festa dessas, é ou não é mágica?! É ou não é a materialização desse tantão de amor e de saudades que esse povo tem por você?!

Não tenha nunca dúvidas, Cecília: é!!! (só uma das formas de prova ematerialização 😉)

Eu nunca vou terminar de agradecer essa ajuda toda, essa empolgação, essa dedicação, todas as presenças, as vontades, as ideias compradas e dadas, a disposição, o trabalho, a tentativa de enganar um tiquinho a falta que seu pai fez nesse dia especial, enfim…
Então, filha, quando você ler isso aqui, corre e agradece a eles mais um pouquinho, tá?!

Eles merecem os agradecimentos tanto quanto você mereceu a festa!
Você, minha pequena, que nos traz tanta luz, tanto riso, tanta cor, TANTO amor! Você merece toda a alegria que couber aí! 

Feliz aniversário, meu amor!! Nesses seus 3 anos quero escutar muito, todos os dias, as risadas deliciosas que você tanto deu hoje!
Olha só quanta lindeza:

“Não dá pra falar muito, não”

Essa noite sonhei que eu e o Lucas estávamos visitando aquela que seria nossa nova casa, recém construída, ainda vazia e cheirando a tinta. Era uma mansão enorme e incrível, com 8 pias no banheiro, pra cada um escolher qual quer usar em qual circunstância e, no quintal, uma espécie de parque de diversões com uns brinquedos muito malucos e divertidos! Mas o mais legal dessa casa era que quase toda a volta dela dava diretamente pro mar, como se ela fosse uma ilha. E de uma das varandas principais, esse mar dava pro Brasil! A gente chamava da janela e nossos amigos e familiares apareciam na praia do lado de lá pra dar um oi, ver a gracinha nova da Cecília ou até dar um mergulho e vir nadando nos visitar! Imagina que sonho?! ❤

Hoje faz 5 anos que nos mudamos do Brasil pela primeira vez. O que significa também que faz pouco mais de 1 ano que estamos morando aqui na Espanha.

Ao longo desses anos escrevi sempre sobre esse nosso aniversário, alguns post que eu gosto muito, aliás e  vocês podem ler aqui, aqui e aqui.
Mas já notaram que eu escrevi pouquíssimo sobre a vida na Espanha?

 A verdade é que eu, que me achava A ADAPTADA, expatriada de profissão (rs), não me adaptei completamente aqui.

Não consigo explicar racionalmente a saudade que sinto do Chile, porque não deve mesmo ser racional, afinal, aqui a qualidade de vida é melhor, é mais seguro, vivemos num bairro que parece de mentirinha de tão charmoso e todas aquelas vantagens famosas de se morar na Europa. Mas a verdade é que deixei um tantão do meu coração lá e esse tantão certamente faz falta pra que o aqui possa me conquistar de vez!

Como eu já disse, essa coisa de se saber tão longe ainda pega forte pra mim.

Sei lá, é psicológico mesmo..rs. Mas era muito mais fácil este longe do meu país e das minhas pessoas quando eles estavam mais perto e mais acessíveis.

Enfim, esse poço de emoções descontroladas que sou eu agora (hahaha) não tem um post emocionado sobre o aniversário de hoje. Acho que não me abri o suficiente pra aprender coisas com a vida na Espanha e vir aqui escrever sobre os aprendizados do último ano. 

O que sim fica claro pra mim é que não importa  quantos anos passem, cada um deles é contado, é sentido e é significativo quando se trata de mudança, de distância e de vida nova – adjetivo, aliás, que parece nunca perder o sentido e o frescor nas aventuras do lado de cá!

“Mando notícias nessa fita”

Eu podia começar dizendo que me inspirei na Romana e na Carol, mas a verdade é que meu “post cara de pau” está no rascunho desde o dia 10/12/15, então foi mais questão de identificação do que de inspiração mesmo!rs

Tinha dado vontade de voltar a escrever, sim, mas além disso existia um plano maligno de ressuscitar o blog antes de chegar aqui do nada contando a novidade da gravidez pra vocês…hehehe
Como o plano já falhou, vou direto ao rascunho salvo (e atualizado).

Ele dizia assim:

“Deu saudade.

Deu vontade de voltar.

Deu também um tiquin de precisância de escrever.

Não vou gastar nosso tempo desculpando ou justificando ausência, mas vou fazer um resuminho de como andam as coisas por aqui, que é pra dar uma disfarçada nesse buraco todo de textos, histórias e atualizações:

  • Cecília desmamou de vez pertinho de completar 1 ano e 10 meses. Na verdade, quem desmamou fui eu, que já não tava mais conseguido leveza nenhuma na amamentação… Foi beeeeem tranquilo e tranquilizador fazer isso (depois prometo que volto pra contar mais detalhes).Duro mesmo foi aguentar a culpa quando logo depois disso ela ficou doentinha e demorou mais de 1 mês pra se recuperar, sempre emendando uma doença na outra… Santo mamá que nos protegeu dessas chatices por tanto tempo, viu?! ❤
  • Maní está bem!!! Já está há uns 3 meses sem precisar voltar pro antibiótico e sem sintomas neurológicos!!! Sobrou só uma gastrite que ataca de vez em quando e requer tratamento de leve, mas nada assustador…e nada que a impeça de comer como nunca comeu nessa vida – tá até gordinha minha bichinha, acreditam?!?!?!!?!!
  • Decidimos colocar Cecília na escola!!! Também quero escrever um post específico sobre isso, mas queria contar que já escolhemos e fizemos matrícula – ela começa agora em fevereiro!! Ai que frio na barriga!!!  Ela vai pra uma escolinha montessori, bem pequenininha e fofa… No dia que fomos visitar ela nem queria ir embora e depois ficou pedindo pra voltar- torçam pra adaptação ser fácil assim! rs
  • Aliás, Chinchila tá uma senhora tagarela faladora de tudo!!! Que coisa mais deliciosa que é essa fase!!! Agora, depois de passar quase um mês inteiro no Brasil, cercada de estímulos, mimos e companhias os dias inteiros, então.. Ninguém segura a matraca!!!
  • Lucas começou em setembro a fazer MBA! Ele tá adorando e até eu tô curtindo tb (as histórias, as visitas à escola, a turma nova…) Mas ta se matando de estudar! rs Na verdade os primeiros meses foram mais puxados, agora já tem um Q de adaptação no ar e as coisas vão entrando num ritmo mais certo (ainda que não “tranquilo”…rs)
  • Depois de muuuuitos meses na Espanha (estamos quase completando aniversário já!!!), meus documentos finalmente saíram! Agora tenho identidade, carta de motorista, cartão de crédito…ufa! Acho que esse é um passo importante pra eu me sentir mais em casa por aqui (de novo, assunto pra outro post!rs)
  • Acabamos (eu e Cecília) de passar quase um mês no Brasil!! Foi delícia demais!! A bichinha aproveitou MUITO os avós, tios, primos, amigos… Que coisa mais deliciosa é ver todo mundo curtindo minha gostosura de filha!!! E, vou confessar, que coisa boa que é dividir ela com mais gente e descansar uns bocados! hehehe  Já eu… bom… descansei, comi, engordei, aumentei barriga, matei um pouco de algumas saudades…essas coisas básicas dos retornos que vocês já leram muito por aqui! rs
  • Ah!!! Já contei? Tô grávida!!!!! hehehehe” 

    O reencontro pós férias

      

 

 

“Tanto mar”

Faz 4 anos, 7 meses e 4 dias que saí do meu país. E faz tudo isso de tempo que convivo com a distância.

Costumo dizer que lido bem com ela e com a saudade que a acompanha, mas esse último mês está me apertando, me expremendo, me colocando à prova e fazendo “vazar“.

Teve não uma, mas DUAS sobrinhas chegando ao mundo e me matando de vontade de pegar, cheirar, morder um pouquinho…

Teve uma ida minha que devia ter sido, mas não foi.

Teve muita “precisância” de colo da minha parte. Muita!

Teve um TPM fodástica como eu não me lembro de já ter tido que fez doer de todos os lados.

Teve (ta tendo) desmames.

E tem o dia de hoje. Dia em que eu devia estar lá. Dia em que aquele “vamos nós 3” devia ser “vamos nós 4” . Em que eu queria demais dar colos e ganhar abraços. Dia em que eu devia, junto dos meus, dar tchau pro caçulinha da família, que eu praticamente vi nascer. Dia em que eu não devia estar longe. Não podia!

E aí preciso confessar: eu ODEIO estar tão mais longe. A tantos dinheiros, tantas horas, tantas léguas  e tanto mar de distância! Odeio!

Mas, infelizmente, essa despedida vai ter que ser por aqui mesmo…

Tchau, Peter… Tchau, Loirinho… Vai descansar… Vai desfilar com suas pernas de Gisele Bundchen no céu dos bichinhos e ser feliz e galã por lá! Te amo!

Aos “meus 3”, desculpem eu não estar aí hoje… Desculpem eu estar tão longe…

Amo vocês! Do tamanho de todos os oceanos juntos e mais!

“Fica ao lado meu”

Depois de mais de uma semana longe de nós , Lucas voltou pra casa, ufa!!

Sentir saudades, é verdade, torna o reencontro mais gostoso. Mas tudo nessa vida tem limites – e o meu limite de distância dele não é muito grande, não…

É sempre assim: na despedida a saudade antecipada já aperta, depois, nos primeiros dias à internet dá conta do recado e rapidinho não serve mais…
E aí eu começo a sentir mais do que saudade, sinto falta dos detalhes dele, da bagunça, do cheiro, dos barulhos dele na casa…

É como eu já disse: gosto de ficar quietinha no meu canto porque sei que o canto dele é do lado do meu.. E quando esse outro canto está sem ele o meu vai ficando grande demais, vazio demais, meu demais…

Pra minha sorte nossa escolha de vida implica em cantos vizinhos, preenchidos e compartilhados !
Ufa! Ele voltou!

E voltou pra ser recebido com presente, com beijos especiais e com milhões de desejos de felicidade, saúde e muitos anos de vida feliz – juntinho da gente! 😉

Feliz aniversário, meu amor!
O dia é seu (de nada, por não ser da Cecília também! Hahahaha), a sorte é das 3 meninas aqui e a comemoração é x4!

Perto ou longe, amamos você – mas chega de afastamentos por agora! rs

ps.: faltam 10 dias pra nossa mudança!! Imaginam como estão os ânimos por aqui, né?!

“Que é pra me dar coragem”

Maní me ensinou a ser mãe.
Me ensinou a ter filha. Me ensinou a educar respeitando as particularidades do outro indivíduo que ela é. Me ensinou que tem coisas que a gente faz com o coração apertado, mas que tem que fazer.
Fez as minhas voltas pra casa sempre mais divertidas e as saídas sempre doloridas.
Me fez ver que casa arrumada é balela, que importante mesmo é casa feliz.
Me fez perder um monte de nojinhos. Me ensinou que quando filho não come é a mãe quem chora.
Me mostrou que meu marido é também um excelente pai, que pode ser firme (às vezes só ele consegue fazer ela comer), que sabe brincar, que sabe educar e que sabe amar muito!
Maní me ensinou o que é o amor entre mãe e filha.
Foi minha adaptação no Chile; me resgatou pra que eu me mantivesse eu mesma nessas terras extrangeiras.
Me ensinou a olhar profundamente no olho de outro alguém e deixar sair tudo que há dentro do meu coração.
Me ensinou a amar sem vergonha e com intensidade.

Maní foi o primeiro pedacinho chileno do meu coração!

O primeiro de muitos, porque o Chile não parou nunca de me conquistar!

A paixão pela Cordilheira logo virou amor e muitos outros amores surgiram depois disso…

O Chile foi o lugar onde nossa recém formada família floresceu – chegamos cheios frescor e curiosidade e fomos logo fisgados!

Foi onde cheguei cheia de inocência e sonhos, onde quebrei um pouco a cara e aprendi a reconstruir… foi também onde vi sonhos se tornarem melhores na realidade.

O Chile foi o primeiro lugar em que o Lucas era tudo o que eu tinha (antes de ganhar os amigos e o resto da família) e onde nossa relação se fortaleceu e fincou bases sólidas e profundas.

Foi onde brincamos pela primeira vez de dar nossa cara pra nossa casa. Foi onde vivemos um presente repleto de novidades, onde sentimos saudades do passado e onde fizemos tantos planos pro futuro.

Aliás, o Chile me trouxe o gosto mais profundo da saudade, de um lado ou do outro da Cordilheira. Portanto, o Chile me derreteu e me ensinou a viver de coração dividido.

Lá eu aprendi a conhecer outra cultura, a respeitar as diferenças; a admirar o novo e a reconhecer o comum entre (meus) dois mundos.

No Chile descobri uma outra vida, diferente da que eu vivia e diferente da que eu imaginava que viveria.
Eu fiz amigos-irmãos que levarei pra vida toda!

Foi onde tantas vezes eu me perdi e me reencontrei.
Onde renasci.
Onde pari.
Onde “morri” menina e despertei mulher, depois mãe.

O Chile foi meu Lar com letra maiúscula.

Mudar pro Chile me ensinou o significado de “desapegar”, de “deixar ir” e de amar à distância. Mudar do Chile foi tipo “exame final” nessa matéria.

Do Chile levei os dois melhores presentes que a vida poderia me dar: minha filhas!

E é por isso tudo, e tanta coisa mais, que os dois estarão pra sempre comigo – agora literalmente!!
Gravados na pele, do lado de fora, como já estavam na minha alma!

“Pra me dar coragem pra seguir viagem”

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“O traçado da Cordilheira como eu via da minha janela terminando no nome da minha amendoizinha!”

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(mandei a ideia e umas fotos pro Luiz e ele fez a arte e a tatuagem! Clicando no nome você será redirecionado pro facebook dele! )

E um ps. importante:

Apesar de a tatuagem não ser diretamente pra eles, eles também estão nela: Cecília está no colorido – antes dela existir eu não aceitava cores nem na minha casa (nada que fugisse no branco, preto e vermelho), quanto mais pra sempre na minha pele! Pica pau sem dúvida trouxe colorido pra minha vida!
E o Lucas foi quem me deu isso tudo aí em cima, né?! O Chile, a Maní, a Cecília… Tudo fruto da existência dele na minha!
=)