Dezembro 2021

Dezembro de 2021 começou com gostinho de “vida pós pandemia”. Fomos ao cinema e à restaurantes, as crianças iam à escola (de máscara, mas com tranquilidade), recebíamos amigos em casa e não faltava quase nada pra chegar a data da tão esperada ida ao Brasil.

Depois de quase 2 anos sem poder ir eu estava desesperada pra correr ao abraço dos meus amados na terrinha. Durante o primeiro par de ano pandêmico, pior do que não estar no Brasil era não ter perspectiva alguma de quando isso aconteceria. A passagem estava comprada há alguns meses e sentir o gosto do “retorno da vida” aumentava ainda mais as expectativas sobre a viagem.

Mas cerca de 10 dias antes do nosso embarque vimos chegar ao Canadá a tal da nova e terrível variante do vírus. Aí, minha gente, o pânico se instaurou em mim. A vontade era trancar a nós 4 numa bolha pra não corrermos risco de um contágio de última hora – numa tentativa meio maluca de “ignora que o problema some”.

Como a bolha não podia existir, fomos seguindo os dias…que nos brindaram com um misto de alergia e resfriado que me enlouqueceu ainda mais, óbvio. Eu queria entrar num avião e ir correndo viajar antes que descobrissem o catarro nos nossos narizes. Eu queria cancelar tudo porque que egoísta seria entrar num avião doente. Eu queria voltar no tempo e ter de fato colocado todo mundo na tal bolha.

Entre muitos choros entalados e alguns colocados pra fora, muita ansiedade, angústia, medo e nervoso, chegou o dia da viagem. Com vários testes negativos, um restinho de catarro e um tanto de medo de que nos jogassem pra fora do avião se as crianças começassem a tossir, voamos! Uma viagem agitada – como estava eu todinha por dentro – que nos levou pra onde eu queria tanto estar.

Em São Paulo, ainda não tinha variante nova e o gosto pós pandêmico pairava no ar. Um tanto por isso a chegada teve abraços e muitos suspiros de alívio.

Como sabíamos que ainda tinha mais pandemia pra vir, optamos por diminuir ao máximo a circulação – as saudades matadas seria só as mais essenciais.

E assim foi: Um mês e 2 dias de terras brasilis. Pouca ação e muito amor. Convivência, papos ótimos, abraços, comidas, risadas, choros, colos…aquela sensação toda que conheço tão bem, de estar em casa, na terra que não é mais lar. Sentir refúgio e acolhimento nas pessoas e no ar.

Terminamos a estadia em isolamento, com medo do vírus que se espalhava como água que as tempestades tropicais tanto derramam por lá.

De novo aquela vontade assustada de se trancar longe do mundo, mas dessa vez com menos desespero e mais consciência.

Segunda feira, metade do primeiro mês do novo ano, voltamos. Com o coração minúsculo – ainda que com muita vontade de voltar pra casa, chorei doído as despedidas. No Canadá caía uma quantidade de neve histórica e eu me sentia mesmo afundar na bagunça branca das emoções. Nossa casa nos esperava coberta, nossos bichinhos, carentes, nossos amigos ainda distantes (porque: lockdown).

Voltamos.

À vida já conhecida. De lockdown já conhecido. De pandemia já conhecida. De tarefas repetitivas já conhecidas. De coração confuso e aliviado e cansado e feliz e apertado e….

Voltamos.

E pra cá? Eu sempre volto… ufa!

“Valeu a pena”

Já escrevi muito sobre dificuldades e aprendizados da vida de expatriados, mas estou aqui, 1:13 da madrugada (quando obviamente devia aproveitar os filhos capotados pra descansar também) porque acaba de me cair uma ficha importante e eu não podia deixar de registrar.

Meu maior aprendizado nesses anos todos se resume nessas letrinhas aqui:
FAMÍLIA 
Longe dos meus de sangue aprendi muitíssimo sobre a força do amor que tenho por eles e sobre o tantão deles que tenho em mim. 

Depois que tive meus filhos, aprendi a sentir a falta desses aí de cima de um jeito diferente, uma coisa de uma presente ausência, uma presença ausente, difícil por em palavras…
Mas eu aprendi também que família a gente não só “já nasce com”, a gente pode escolher e formar novas famílias no meio do caminho. E que essas novas famílias tem a mesma força e o mesmo vínculo tão importante que a primeira!

“Pra criar filhos, é necessário uma vila”, diz o provérbio. E se dessa vila se fizer uma família, que sorte a sua, acrescento!

E que sorte a nossa!

Que baita sorte a gente tem!

Que família linda a gente tem!!!
Queridos: um milhão de vezes obrigada!

Obrigada por terem nos acolhido, por serem nossa vila, os tios, tias e primos TÃO QUERIDOS dos nossos pequenos. Por abrirem sempre as portas e os corações pra gente. Por nos ensinarem tanto sobre filhos, sobre família, sobre amor, sobre humor, sobre a vida!
Obrigada por serem a parte mais especial e mais histórica que encontramos nesse velho continente! 

Saibam que cada um deixou marcas importantes em nossas almas e estarão todos pra sempre conosco!!!

E que estou aqui escrevendo de coração partido, mas absolutamente repleto de amor! Graças a vocês!

Obrigada, obrigada, obrigada!!!

“Eu quis você”

Eu não costumo dar muita importância pra datas como o dia das mães (desculpa, mãe! rs), mas elas estão TÃO presentes nas redes sociais que fica meio impossível não pensar sobre as tais, né?!

E o que eu pensei esse ano foi isso aqui:

 
Ser mãe é a coisa mais difícil que já fiz na vida.

E, sim, claro, como todo mundo diz, a mais deliciosa!

E a mais definitiva também.

Não dá pra “largar no meio” como fiz com minhas faculdades e minhas escolhas de vida antes, mudar de ideia, mudar de gosto… E quem conhece esse meu histórico aí, deve imaginar que isso de vez em quando me dá um certo desespero, de tão “pra sempre” que é! hahaha
Mas ser mãe foi uma escolha que eu fiz. 3 grandes vezes, quando decidi com o Lucas que tentaríamos engravidar. E uma escolha que eu re-faço diariamente, várias vezes por dia.

Que re-faço – com certo peso – cada vez que preciso respirar fundo pra engolir o stress ou o choro e seguir o dia. E que re-faço – cheia de leveza – cada vez que me derreto inteirinha com alguma doçura da minha menina.
A consciência dessas escolhas dá, sem dúvida, outro gosto pras minhas experiências. Tanto a experiência de ser mãe, quanto a experiência de ser filha.

À minha mãe a maternidade não chegou assim, como escolha. Não incialmente, pelo menos.

Talvez por saber disso, cada vez que eu tropeço nas dificuldades da minha própria maternidade me lembro da minha mãe, lá com seus 17, 18, 19 (…) anos, sendo JÁ minha mãe. Sendo sozinha minha mãe (porque ser mãe, e isso a gente só aprende sendo, é uma das vivências mais solitárias dessa vida). Penso nela refazendo a escolha de ser minha mãe em circunstâncias tão diferentes das minhas, tão mais duras que as minhas…

E sinto uma gratidão e um orgulho danados de tudo que ela fez por mim e de tudo que ela conseguiu comigo (ou apesar de mim)!!!

E outro orgulho danado de fazê-la avó e de assistir ela viver essa relação tão linda e tão leve com a minha filha! Que delícia!!!

 

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(eu podia continuar esse post falando de tantas outras mães guerreiras, que têm ou não a escolha de ser mães, da força delas, dos amores, das dores… da empatia que a gente só consegue sentir de verdade quando somos também mães. Mas não tô com vontade hoje. rs

Hoje quero só mandar um beijo cheio de orgulho pra minha mãe e outro pra mim mesma! rsrs)

 

“Ele + Ela”

Então que aquela menina “nossa, ela é MUITO grudada em você!” tá crescendo, minha gente! E, vejam só que coisa, não quer mais saber muito de mim, não! Ceis acreditam??? hehehe

Eu sempre soube que isso ia acontecer e nunca me preocupei com tal grude da Cecília comigo, mas tô achando bem curioso acompanhar esse processo assim, de dentro, digamos..rs

Agora nessa casa TU-DO é o pai!

Quer dizer, temos nossos momentos de chamegos, os momentos já clássicos de “estou fazendo janta e ela tá no meu pé pedindo ‘colo da mamãe'” e tal… Mas se o pai está em casa e não está estudando, TU-DO é com o pai, tem que ser com pai! O papai!!!

Começou num feriado em que ele, sem aula, estava mais solto pela casa (rs) e ela aproveitou muitíssimo os 4 dias de pai disponível! Muitíssimo!! (Fiquei até com medo de ela entrar em abstinência quando a vida voltasse ao normal…hahaha)

E mais ou menos nesse período também, fizemos uma troca estratégica, pensando na chegada do Dante, em que ele assumiu a função de  colocá-la pra dormir toda noite…

 

Desde então a paixão só aumenta! Se ele está em casa, ela fica atrás dele o tempo todo! Se ele senta, ela tem que sentar do lado dele; se ele deita, ela deita quase em cima; se ele vai estudar, ela chora na porta fechada; se precisar trocar a fralda, tem que ser ele; tudo que ela faz é acompanhado de um sonoro “Pai! Olha eu, pai!!” e a lista podia continuar ao infinito e além…rs

Chegamos ao cúmulo de a Maní derrubar alguma coisa no chão e eu dizer “opa, caiu, já vou pegar” e escutar de resposta “não! papai, pega, por favor”! hahaha

Nesse dia eu concluí: “não sirvo pra mais nada nessa casa!”

E o Lucas completou: “não se preocupa que daqui a pouco chega mais um pra me ignorar por mais 2 anos!” hahahahahaha

 

 

Agora falando sério: tô achando a coisa mais linda assistir de camarote essa evolução na relação dos dois! Lucas ficava muito frustrado com as negativas da Cecília que, pra muita coisa, por muito tempo, só queria a mãe… E é uma belezinha ver que é tudo mesmo uma questão de fases… Que mesmo com essa aparente “ignorada de 2 anos”, a presença dele estava, sim, sendo notada e precisada e valorizada! Tanto estava, que agora os frutos estão sendo muito bem colhidos e saboreados! 🙂

E eu juro que não fico com ciúmes! Tô é aproveitando essas folguinhas que ando recebendo…hehehe

 

Mas um dia desses Cecília acordou vomitando de manhã… Depois de limpá-la e troca-la, a levei pra nossa cama, com o pai, pra que eu pudesse dar uma limpadinha na cama dela também. Quando cheguei no nosso quarto ela estava dormindo no abraço dele, como costuma fazer comigo… Achei bom que ela tivesse voltado a dormir, achei graça nele meio incomodado com a imobilidade do braço (coisa já tão comum nas minhas deitadas) e ok. Mas depois que ele dormiu também eu fiquei lá, acordada, ouvindo os dois respirarem, sentindo aquela cama tão grande e minha filhota tão longe de mim… Confesso: o coração apertou bonito de saudades dela! Saudades essa, sem dúvida, antecipada, com a consciência de tudinho que nos espera nos próximos meses…

Ai, que eu sentirei saudades dela!! ❤

 

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Mas, pelo menos, estarei com o coração tranquilo de saber nos braços de quem ela estará feliz!

“Então é natal…”

A família do Lucas tem o costume de fazer, durante o mês de dezembro o advento e esse ano estamos conseguindo revezar e fazer cada fim de semana na casa de um.

Pro advento cada família serve uma comida gostosa e prepara alguma leitura sobre o natal – além da leitura do texto base do advento (que eu não vou tentar explicar porque não é minha área…rs)
Hoje foi nossa vez! Lucas passou hooooras na cozinha: recrutou tia Lu e tio Thiago pra ajudarem com a Cecília e pôs a mão na massa! Fez três risotos deliciosos e dois bolos delícias!
Eu, que passei o dia todo fora, era responsável por cuidar do texto, então acabei escrevendo, meio no improviso, esse textinho aqui:

“Cecília,
Você não vai demorar pra notar que sua mãe é meio rabugenta… E essa “rabugice” durante muitos anos foi responsável por uma certa birra com as festas de fim de ano: muita gente nas ruas, obrigações sociais, comidas com frescuras que eu nunca gostei, enfim…
Mas depois de você, filha, muita coisa mudou em mim…
Não só o paladar, que está cada dia mais aberto à novidades, mas abertura também pra ressignificar um montão de outras coisas. E entre elas sem dúvida está o natal!
Agora eu vejo que o natal é época de comer coisas muito gostosas e especiais. Que natal é momento de olhar pro ano que passou e sentir gratidão por todas as coisas ótimas que vivemos.
Natal é época de ver toda semana a família do Nono e da Oma numa reunião gostosa que saboreamos sempre com um ” BOM-A-PE-TI-TÊ”!
É época de rir até doer a barriga com as loucuras atrapalhadas do Amigo Secreto da família da vovó Nanci.
Natal é tempo de escutar mil vezes as mesmas músicas tradicionais de sempre e reviver um monte de memórias com elas.
É tempo de olhar com muito carinho pras pessoas à nossa volta e de procurar presentes pra elas – mesmo que sejam simples – que possam transmitir todo esse bem querer.
O natal tem muitas histórias e significados e você será livre pra escolher em qual quer acreditar.
Mas se eu for escolher uma coisa só pra te ensinar sobre o natal, te digo:
Natal é tem de abraços!
Muitos. E os mais variados.
Abraços vistos na tv; abraços de gente que nem conhecemos tão bem assim; abraços de amigos; abraços tão apertados quanto a saudade; abraços que nos alimentam tanto quanto a ceia; abraços que acompanham presentes e outros que acompanham beijos…
Abraços de carinho e abraços de muito amor.

Aproveite, filha! Dê e receba muitos abraços de natal!

Afeto não vem embrulhado pra presente, mas deixa a vida bem mais bonita do que um monte de laços e fitas…!”

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“Não aprendi a dizer adeus”

E não sei se algum dia vou aprender.
Cecília, por sua vez, aprendeu a dar tchau num timing mais que perfeito. Agora é só alguém se afastar dela que a mãozinha começa a balançar, sem ritmo, desajeitada e por uns 5 minutos seguidos – mas, infelizmente, depois que a pessoa já foi e/ou não tá mais olhando…rs

Agora há pouco colocamos nossas habilidades à prova e o resultado foi o esperado: Cecília ficou dando tchau pra porta fechada enquanto eu chorava (choro ainda) abraçada no Lucas!
Abraço e beijo de tchau, pra mim, deveriam durar pra sempre ou então não começar nunca! Essa sensação me acompanha desde quando viemos do Brasil pela primeira vez: eu não sei “desfazer” esses abraços… Nunca saberei e acho que nem quero aprender…

Amigos tão queridos, nossa família chilena, um pedaço enorme dos nossos corações fica aqui com vocês!!!
Ai, que difícil!!!

Linoca e Rapha:

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Vocês são a definição matemática de: (bom humor + coração enorme) X 2 !!!
Que delícia poder ter dado tanta risada com vocês e que honra ter nossos corações povoados por pessoas TÃO do bem!!!

Cá, Fred e Davi(d):

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Pegamos “carona” na amizade de vocês e descobrimos que, eita lugar bom pra exportar gente ótima que é BH, uai!!! Sorte a nossa!!!

Ana e Rubem:

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Vim descobrir do lado de cá da Cordilheira que tinha um irmão carioca!!! E ao mesmo tempo que descobria um confidente parecido DEMAIS comigo, o vi amadurecer, se apaixonar e se entregar ao amor! Que privilégio!!! E o melhor de tudo: ele deu de presente pra Cecília uma tia expert na função de ser tia! Tanto cariño que nem cabe!!

Carol e Claudio:

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A prova de que o destino existe! E o danado do destino não se contentou em colocá-los um no caminho do outro, me jogou ali no meio pra fazer parte dessa história de camarote! Que gostoso!!!
Não vou nunca encontrar palavras, Carol, pra expressar o que você foi pra mim nessa temporada aqui – até porque você já listou boa parte delas… Mas tenho palavras pro que você vai ser pra sempre: Minha melhor amiga! Meu achado! Meu presente!!

Cony, Marcos, Emi y Tomas:

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Tantos fines de semana, tantos juegos, tanta intimidad, tanta risa…siento que vivimos toda una vida juntos, los 10 (pongo Maní, Siru y Melcochis en la cuenta, claro!)… Gracias, muchas gracias por estos momentos memorables!

*

*

*

Queridos,
Ustedes todos son, sin duda, la familia que elegimos para que nos acompañara en la aventura que fue nuestro pasaje por Chile. Sin ustedes la experiencia no habría sido tan linda y tan especial!!!
Obrigada, obrigada e obrigada! Por tudo!!! Amamos vocês com toda força e vamos sentir saudades DEMAIS!!!
Um abraço bem apertado e um beijo babado (da Cecília! rs) em cada um!!!
Nos vemos pronto!!!

“Porque eu sei que é amor”

Outro dia, no metrô, uma senhorinha fofa me perguntou quanto tempo você tinha e diante da minha resposta (“4 meses ya!”) ela deu um sorriso carinhoso, acompanhado por um olhar ao mesmo tempo sonhador e saudosista e me disse: “vocês ainda tem a vida inteira pela frente!”

Você tá crescendo, filha!
E me dá um tremendo frio na barriga ver você se tornando essa mini-pessoa cada vez mais cheia de opiniões e vontades e dentes e conhecimentos e habilidades…

Me emociona e me dá um pouco de medo, confesso…

 

Penso em tudo o que você ainda tem pra viver, penso em tudo o que eu e seu pai temos pra te ensinar e fico com o coração apertado de ansiedade por tudo que virá, ao mesmo tempo que me afogo nessa vontade de poder colocar em um frasquinho cada emoção, cada nova sensação, cada momento em que sinto meu coração inflar mais um pouquinho pra continuar cabendo esse amor que não pára nunca de crescer!

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Na última semana estivemos no Brasil. Fomos apresentar você pra toda a família e matar as saudades da ‘terrinha’!

Foi uma loucura absoluta! Uma correria de um lado pro outro. Um cansaço quase extremo – e nossos corpos não deixaram barato: seu pai voltou com a coluna travando, eu tive duas crises bravas de enxaqueca e você voltou com uma gripe que virou uma bronquioseilaoque

 

 

Acontece, filha, que entre as muitas coisas que eu gostaria de te ensinar, tenho muito o que dizer sobre o amor, sobre as loucuras que fazemos por ele, sobre como ele é importante e compensa quase tudo e sobre como ele precisa ser cuidado e cultivado.

 

E se nossos corpos sofreram um pouco com essa “viagem-loucura”, nossos corações, tenho certeza, voltaram mais felizes e ‘alimentados’!

Porque foi isso que fomos fazer no Brasil: regar você dessa água boa que é nossa família (as de sangue e as de coração), pra garantir que você possa florescer no melhor terreno, com o melhor cuidado; e, com o seu sorriso, fomos fortalecer as raízes que temos plantadas por lá!

 

Foram dias e dias dignos de irem pros frasquinhos! rs E te ver tão cercada de carinho e afeto me faz ter a certeza de que a “vida inteira” que temos pela frente vai ser sempre especial!

Cresce, filha! Cresce pra poder sentir (e lembrar) como tudo isso é gostoso de viver!!!
(mas sem pressa, por favor, que sua mãe não dá conta dessa velocidade toda, não! rs)

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CC Brasil

CC e Passerinis

Ah! Espero que você seja melhor que seus pais na hora de lembrar de tirar fotos desses momentos especiais…faltou tanta foto, de tanta gente querida…
(Aliás, quem tiver foto aí e quiser me mandar, vou acrescentando no post!!)

"Junto a você"

“Lembra, filha, quando você morava aqui dentro de mim? Quando você estava sempre quentinha, sempre protegida, sem fome, sem dor, sem puns, sem nada que te incomodasse (tirando uns médicos chatos que te apertavam às vezes?rs)
Eu acho que você lembra, sim.. E é porque você lembra que eu acho que essas experiências novas são ainda mais difíceis!


Mamãe também lembra! Lembra com amor, com saudade e com saudosismo… E essas “novidades ruins” doem tanto em mim quanto doem em você!


Acho um pecado você ter que se acostumar a esse mundão assim, meio de supetão…
Mas a vida é assim mesmo, filha… Queria te dizer que vai ficar mais fácil, mais simples, mas não vai, não… O que vai melhorar é sua capacidade de se adaptar e sua compreensão sobre o que te aflige… 

E quando isso acontecer quero que você compreenda – e não esqueça nunca – que nos momentos difíceis (e nos fáceis também) mamãe vai estar sempre aqui do seu lado, como está agora…
Em muitos momentos, como já acontece agora, eu não vou poder resolver os problemas por você, nem tirar as dores que você sente ou sentirá, infelizmente. Mas, também como já acontece agora, uma coisa eu te prometo: você não vai ter que passar pelos problemas e pelas dores sozinha! Eu vou sempre estar do seu lado (ou atrás de você, escondidinha, na idade em que você não quiser a mãe do lado! rs), te ajudando, te apoiando, te dando a mão ou um abraço enquanto esperamos juntas a tempestade passar, me orgulhando de quando você puder resolver sozinha a questão…


A vida não é sempre doce e fácil – me parece que você já está descobrindo isso, mas o que eu quero te ensinar é que quando estamos bem acompanhados o caminho (mesmo quando tortuoso) é uma delícia de se viver!


Agarradinha




Eu agora tenho você! E você tem a nós! E tem um monte de avós e tios e tias (reais, avós, postiços…) que também estarão sempre com você…
E esse é o batalhão que não vai cansar nunca de te dizer o quão amada você é, minha pequena! Nunca! Você ainda terá muitas chances de ver a prova disso, garanto!”




(escrito em pé, agarradinha em um Cecília suspirante depois de uma crise feia – chata e boba – de refluxo…)

"Querido Diário" – 32 semanas


Novo dia, nova semana, novo mês… merece post novo, né?! rs


De novo atrasei pra vir contar “as últimas” da gravidez e vai acabar tudo resumido nesse post longo… =( Vamos lá!

No dia 18/11 começamos o curso com a matrona! E o negócio é tão bom, mas tão bom, que várias vezes durante a primeira aula meu olho enchia de lágrima (já falei que virei chorona??? hahaha) de emoção por estar ouvindo aquilo! 
A Pascale (que é quem dá o curso e será minha matrona!!!) é tipo a personificação de TUDO que venho lendo, aprendendo e desejando pro meu parto!!! Juro!! É lindo!! rs
Saí de lá me sentindo tranquila e “encontrada”…foi um alívio sem tamanho encontrar aqui no Chile e, melhor, na minha equipe, essa mentalidade super humanizada que busco pro meu parto!!!
Fora que é bem divertido conhecer outros casais grávidos e tão diferentes.. uns super “ativistas” e outros que passam a aula com cara de pânico e quase choram quando ouvem falar de contração..rsrs

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A diabete tá super controladinha! Tanto que médico e nutricionista me liberaram um pouco: a nutri aumentou um pouco a quantidade de carboidratos no almoço e na janta e o médico mudou minhas medições de glicemia de 3 pra só 1 vez por dia! =)
Até agora todas as medições estiveram bem abaixo do permitido! Quer dizer, só tive uma um tiquinho acima do que devia, mas foi por um ótimo motivo.. já já eu conto!rs

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Os sintomas chatinhos estão começando a dar as caras… 
Agora tenho um tempo máximo que consigo ficar sentada (em cadeira, carro, etc..só meu sofá se salva!).. por exemplo, um almoço num restaurante – contando caminho até lá, tempo de escolher, pedir, comer, conta, etc já tá beirando meu limite do suportável..se a coisa estender pra um bate papo, já não consigo! Começa a doer minha bunda, depois minhas pernas, depois minhas costas… Aí vai me dando mau humor e preciso sair correndo antes que vire abóbora, sabe como?? rsrs
Essa semana estive MUITO cansada! Tudo que eu começava a fazer só aguentava tranquila por uns 5 minutos, aí já batia um quase desespero pra parar, sentar e descansar… tudo! Passeio com a Maní, pilates, janta, até banho…rs
Também essa semana comecei a ter azia no final do dia (antes do jantar) e a acordar com dor nas costas (acho que preciso rever minha posição de dormir…)

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Cecília tá “meio” apertadinha aqui dentro…sinto seus movimentos com muito mais força e intensidade agora!! E em momentos que não sentia antes, como quando estou fazendo caminhada…
Essa força toda às vezes incomoda, confesso, mas ainda não comecei a sentir os tais chutes doloridos na costela! Aliás, dizem as (más?) línguas que minha barriga tá super baixa e que a essa altura não deve subir mais, então é possível que eu nem venham a sentir tais dores… Veremos!

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Na semana passada recebi a visita mega especial dos meus pais!! Eles vieram passar 4 dias aqui com a gente só pra ver e paparicar a barriga! E foi exatamente o que a gente fez! Nada de turismo, quase nada de passeio… só ficar juntinho, conversar muito, matar a saudade, mimar muito a Gabi (hahaha)… Foi gostoso DEMAIS!!! Pena que passa tão rápido!
Ah! Ano passado eles vieram com a mala carregada de guloseimas pra mim, já esse ano vieram cheios de presentes pra Cecília (e uns pra mim tb…hehehe)

Abraço bom com jeito de colo!

Maní felizona com a chegada deles!
Caras inchadas de despedida!



Maní triste porque eles tavam indo…

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E no meio desses dias de visita o Lucas e uns amigos organizaram nosso Baby Shower!
TOTAL e ABSOLUTAMENTE SURPRESA!!!
Se o Lucas já é ótimo em me fazer surpresas normalmente, imagina com a cabeça lerda de grávida aqui?!?! hahaha
Foi muito legal, muito lindo e não desconfiei nem por um milisegundo de nada!!! Não preciso nem tentar descrever a emoção, né?!
(Quando estiver com as fotos faço um post só do chá, porque merece!!!)
Ah! Claro que foi no dia seguinte ao chá que minha glicemia saiu alteradinha, né?! Não seria justo me controlar e ficar sem brigadeiro, beijinho, coxinha, bolinha de queijo….rs Mas juro que não abusei! Só não passei vontade!

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Sexta foi embora a cama de visitas que ainda habitava o já quarto da Cecília – e aí começamos os preparativos!!!

Adesivo de parede colocado!


Armário só com as coisas dela!!


Ficou tão lindo o adesivo que todo vez que passo pela porta do quarto paro um pouquinho e dou uma babada! Tô apaixonada!! hehehe

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E pra terminar, hoje completamos 32 semanas!

Foto de hoje


E agora tô oficialmente no período de “falta pouco, mas ainda falta taaaanto!!!” rsrsrs
32 semanas significam que ela pode nascer entre 6 e 10 semanas de agora! E, gente, 6 semanas é muito pouco, né, não?!? hahaha
Mas na verdade já combinei com ela: Cecília só pode nascer a partir das 39 semanas, porque antes disso meu médico e minha matrona (dos sonhos!) estarão de férias! Por isso, nada de pressa!! rs

Essa semana temos consulta com o médico, aí volto pra contar! 😉

Beijos em todos!!

"Uma carta de amor"

Daí que eu descobri que bode gosta de mato, mas não gosta de ar fresco… e muito menos de amor!

E hoje o dia foi assim… de ar fresco (e ar calorento tb, mas enfim…) e muito amor! E o bode até que foi dar uma passeadinha ali do lado…

Foi amor vindo de todos os comentários aqui no blog e lá no facebook, dos que apoiaram, entenderam e/ou se identificaram com o bode, dos que lembraram que logo o bode vai embora e chega a recompensa!

Amor do meu Lucas-Lindo, que quando me vê mal começa todo um movimento – que não consigo fazer sozinha – pra me tirar do lugar!

E agora no final do dia chegou um amor palpável, um amor com toque de papel e força de uma vida inteira, um amor que encheu meu coração de um jeito que não dá nem pra explicar. Mas vou contar:
Chegou pelo correio (!!!) uma carta pra Cecília!!!
Escrita pelo meu tio tão querido, cheia de lembranças e delicadezas, e com um poeminha que será enquadrado pra ficar na parede do quarto da pequena!

“Sê
E já és Cê
Consigo a linha que liga
O ontem, Bi, o hoje, Gabi e Lucas, o amanhã
Cecília”




Tio, nem tenho palavras pra agradecer – o gesto e amor – por isso fico com a mais tradicional e eficiente de todas: Obrigada!!! Muito obrigada!!! Amei receber a carta e ela estará guardadinha com muito carinho,  pra Cecília ler e reler muitas vezes na vida!!! Te amo!!!

Beijos em todos!