“A novidade veio dar à praia”

Tenho uma tendência a ficar melancólica em datas festivas…

Hoje, especialmente, conforme o sol foi se pondo fui sentindo o choro ficar engasgado na garganta…
Não sei se pela dificuldade de me despedir de um ano tão lindo, completo e intenso como foi 2014… Ou se pela ansiedade pelas emoções e aventuras que 2015 certamente nos reserva… Fato é que escorreram umas lágrimas enquanto eu cheirava o cocoruco cheiroso da minha pica-pau/chinchila que mamava gostoso!

Hoje sinto gratidão pelo que vivi, sinto um pouco de medo pelo que vem, sinto curiosidade, mas não muita pressa pra experimentar tanta coisa nova que, sei, viverei!

Deve ser mais ou menos como se sentiu a Cecília ontem, conhecendo o mar…

O que eu desejo?
Caminhar pra 2015 com essa vontade:

/home/wpcom/public_html/wp-content/blogs.dir/f13/68336647/files/2014/12/img_7340.jpg

E ter essa companhia e esses sorrisos iluminando e refrescando meus novos dias e dando segurança pras minhas novas experiências !!
(mesmo que seja descabelados assim! Hehehe)

/home/wpcom/public_html/wp-content/blogs.dir/f13/68336647/files/2014/12/img_7341-0.jpg

“Na tua presença” – 11 meses

11 meses e 2 dias, porque atrasei de novo… =/

Na verdade, ainda estamos em meio à maratona de natal (que aqui começa dia 23 e esse ano só terminará no dia 28, oh que chato!rs), mas mesmo sem tempo de parar pra escrever, não podia deixar passar em branco o penúltimo mesversário da minha pequena!

Então fica aqui o registro delicioso:

11 meses

E prometo voltar logo pra contar a coisa linda que foi ver a Cecília curtindo seu primeiro natal!!!

“Veja bem…”

Tava aqui me preparando pra dormir e me deparei com uma frasesinha que vai tirar meu sono se eu não vier aqui brigar falar sobre ela…
Antes, me digam, quem aí tá com saudades de me ouvir blablablear sobre parto?? Hehehe

Então… Era uma lista de “10 coisas que sua mãe nunca te contou”, mas nem terminei de ler as 10 porque logo no começo li “você fez o corpo dela se contrair de dor quando veio ao mundo”.
Pah!
Parei! Parei e comecei a discutir com a tela…hahaha

Vamos juntos quebrar mitos?

Não! Você não fez o corpo da sua mãe se contrair de dor!
O que aconteceu foi o seguinte:
Você tava lá, no quentinho e aconchegante mundo intra-uterino, crescendo e se preparando pra vida aqui fora, de boa e tal…
Quando você finalmente ficou pronto pra nascer seu corpo enviou sinais pro corpo da sua mãe (aaahhh, a conexão mãe-bebê!!) avisando que você já podia sair! E assim, os hormônios da sua mãe entraram em ação e começaram o trabalho de parto.
O trabalho de parto é o conjunto de acontecimentos que envolvem a mãe e o bebê para culminar num lindo nascimento! Os dois liberam e são banhados em uma série de hormônios que fazem a mágica acontecer! Entre estes hormônios há endorfinas, que ajudam a lidar melhor com as dores e há a oxitocina, famoso hormônio do amor, comumente liberado também durante o sexo, durante experiências prazeirosas com amigos e amores, etc…
E é justamente essa linda da oxitocina que tem a responsabilidade de contrair o útero (e, mais tarde, os ductos lactíferos pra que você possa mamar o leite que sua mãe produz!!!).
Então, reveja comigo: a oxitocina – repito, hormônio do amor – contrai os músculos do útero pra que o bebê possa descer pelo canal de parto, fazer seu giro e chegar ao mundo!!!
Quer dizer, sua mãe não teve o corpo contraído de dor, ela teve o corpo contraído de amor para que você viesse ao mundo; um objetivo claro e lindíssimo!!
Ficou clara a diferença???

Se dói no processo? Claro que dói! É um evento de grandes proporções e mudanças – físicas e emocionais…dói mesmo!

Mas eu realmente acredito que se pudermos ressignificar essa dor (e essa idéia que se tem sobre parto) a experiência fica menos dolorida e mais prazeirosa! A cabeça (e a linguagem, os mitos, e a sociedade, etc) tem um poder imenso sobre nosso corpo – e sobre nossos hormônios!!! E é só começando aí por dentro que podemos mudar alguma coisa!

Ah!!!!
Isso tudo, é claro, só vale se você foi um dos poucos brasileiros sortudos que nasceu nos últimos anos de parto normal, hein?!
😉

“(Não) vou me curar”?

Vou contar uns causos pra vocês:

Na quinta feira passada meu irmão veio me visitar. Nos falamos por telefone e combinamos de nos encontrar na livraria.
Então eu estou andando na livraria, procurando presentes e empurrando o carrinho da Cecília quando um rapaz vem em minha direção sorrindo. Eu sorrio de volta por educação e recebo de resposta um “oi”. Respondo o “oi” e continuo meu caminho, porém pronta pra ter que explicar pro tal rapaz que eu não trabalho na livraria – e me questionando como alguém pode achar que uma mulher empurrando carrinho de bebê é funcionária da livraria..!
Até que me dá um estalo e eu percebo que o tal rapaz é, na verdade, meu irmão!!!
Eu não reconheci meu próprio irmão!!! E não é que ele esteja diferente ou que eu não tenha olhado direito pra ele..: eu olhei e vi! Vi o cabelo curto, os olhos escuros, a barba grossa, a camisa listrada… Vi tudo isso, mas meu cérebro simplesmente não fez a ligação daquela figura que ele observava com a já conhecida cara do meu irmão!
Chocante, né?! Mas esse é o só o primeiro causo!

Saindo da livraria passamos no mercado. E ali, enquanto passava no caixa, veio o outro: eu tava colocando as compras na sacola, conversando com meu irmão, olhando a Cecília… Pra pagar com cartão de crédito, coloquei-o na máquina e continuei minhas vinte outras tarefas, incluindo um debate com a caixa sobre o leite de aveia que tomo… E eis que eu olho na minha carteira e… Cadê meu cartão??? Revirei a carteira, olhei no carrinho da Cecília, na bolsa, nos bolsos… E nada! Já estava convencida de que havia deixado o cartão na livraria e tava reclamando de ter que voltar lá pra buscar…
Meu irmão me olhando com cara de quem não entendia nada, me apontava um outro cartão na carteira e eu explicando repetidamente que era outro que eu procurava – “esse é um visa, tinha que ter um MasterCard igual a esse aqui!!”!
E ele, incrédulo, me aponta o master colocado na maquininha na nossa frente…! Pois é!!! Eu coloquei ali e depois surtei porque não tava achando!
(fim do causo 2)

Saímos de lá, eu inconformada com a falta de cérebro, rindo muito e tal…chegamos em casa e eu fui guardar as compras na cozinha. Tô lá, de um lado pro outro, guardando coisa no armário, sacolinha na lavanderia…reclamando do calor, conversando, cuidando da Cecília…aquela rotina de sempre…
Até que eu me dei conta de que em uma área específica da cozinha fazia mais calor do que no resto… Área essa, claro, perto do fogão…

Fui olhar e descobri uma das bocas do fogão acesa!!!!! Choquei!! Não tem como ter esbarrado e acendido sem querer (tem que apertar, girar e apertar outro botãozinho!), ninguém mais passou por ali, eu não mexi no fogão naquele dia…nem meu irmão, nem o Lucas, nem a Cecília, nem a Maní…
Conclusão a que chegamos: aquilo ali estava aceso desde a manhã do dia anterior, quando fiz uma tapioca pro café!!!! Mais de 24 horas de boquinha acesa, da pra acreditar?!?!?

Agora… Me digam honestamente…
É caso de psicotrópico, de internação ou só uns dias de relaxamento (e noites inteiras dormidas) num spa dá conta de resolver???

Ah!!!
Lembrei que na semana anterior coloquei minha bombinha de tirar leite pra ferver e esqueci…
Olha o resultado:

/home/wpcom/public_html/wp-content/blogs.dir/f13/68336647/files/2014/12/img_7223.jpg

=\

“Por onde andei” e pra onde vou

Que a maternidade é transformadora já não é novidade nesse blog, né?!

Por aqui a transformação começou no pré maternidade: lá, um pouquinho antes de engravidar, quando entrei nessa blogosfera e fui descobrindo novos caminhos e novos sentidos…quando fui desejando novos destinos…
Pois o futuro foi chegando e o amanhã já virou ontem faz tempo. Cecília chegou dentro de mim, saiu e logo menos completa aniversário de fora da barriga!
E eu que mergulhei no assunto da maternidade tanto quanto mergulhei dentro de mim nesses últimos muitos meses fui me achando cada vez mais encontrada, cada vez mais ‘desejada’ e sem perder a tal paixão que descobri lá no começo!

Quem me acompanha há um tempo já leu muito por aqui sobre parto humanizado, respeitoso, informado, natural… leu um monte sobre amamentação também e, provavelmente, já nem é novidade o tanto que estou envolvida nesse mundo louco, com um pezinho até no ativismo..rs

E daí que deu vontade de levar esse envolvimento todo mais pra prática, sabe?! De trazer pro dia a dia, de usar essa paixão pra ajudar outras pessoas…de profissionalizar, mesmo!

E a vontade virou namoro. E o namoro se concretizou no meu último fim de semana!

No último fim de semana fiz o curso de formação em Consultoria em Aleitamento Materno no GAMA!!!

Isso significa que agora junto minha experiência pessoal desses 20 meses de pesquisas e quase 11 meses de prática com um monte de teoria e ensinamentos fantásticos da Ana Garbulho em Amamentação! Agora sou Consultora formada e certificada pra ajudar outras mães a superar dificuldades, pra proteger (e ajudar a promover) o Aleitamento Materno com sucesso, espalhando por aí todas as delícias dessa riquíssima experiência que é amamentar seu bebê!!!

Super orgulho!

Super orgulho!

Estou felicissima com a novidade, ainda traçando planos estratégicos para o futuro profissional, com sede de estudar muito mais, mas já estou disponível pra atendimentos!!

Tá com dificuldades e/ou inseguranças pra amamentar?? Ou conhece alguém assim?

Adorarei ajudar!!! Me escreve!
gabi.ramalho@gmail.com  ou

+56 9 6599-8898 (whatsapp)

Uma coisa muito importante que aprendi nesse mundo de blogs/mães/ativistas: juntas, nos apoiando, podemos MUITO mais!!!

Vamos juntas nadar em leite?! hehehe

“Então é natal…”

A família do Lucas tem o costume de fazer, durante o mês de dezembro o advento e esse ano estamos conseguindo revezar e fazer cada fim de semana na casa de um.

Pro advento cada família serve uma comida gostosa e prepara alguma leitura sobre o natal – além da leitura do texto base do advento (que eu não vou tentar explicar porque não é minha área…rs)
Hoje foi nossa vez! Lucas passou hooooras na cozinha: recrutou tia Lu e tio Thiago pra ajudarem com a Cecília e pôs a mão na massa! Fez três risotos deliciosos e dois bolos delícias!
Eu, que passei o dia todo fora, era responsável por cuidar do texto, então acabei escrevendo, meio no improviso, esse textinho aqui:

“Cecília,
Você não vai demorar pra notar que sua mãe é meio rabugenta… E essa “rabugice” durante muitos anos foi responsável por uma certa birra com as festas de fim de ano: muita gente nas ruas, obrigações sociais, comidas com frescuras que eu nunca gostei, enfim…
Mas depois de você, filha, muita coisa mudou em mim…
Não só o paladar, que está cada dia mais aberto à novidades, mas abertura também pra ressignificar um montão de outras coisas. E entre elas sem dúvida está o natal!
Agora eu vejo que o natal é época de comer coisas muito gostosas e especiais. Que natal é momento de olhar pro ano que passou e sentir gratidão por todas as coisas ótimas que vivemos.
Natal é época de ver toda semana a família do Nono e da Oma numa reunião gostosa que saboreamos sempre com um ” BOM-A-PE-TI-TÊ”!
É época de rir até doer a barriga com as loucuras atrapalhadas do Amigo Secreto da família da vovó Nanci.
Natal é tempo de escutar mil vezes as mesmas músicas tradicionais de sempre e reviver um monte de memórias com elas.
É tempo de olhar com muito carinho pras pessoas à nossa volta e de procurar presentes pra elas – mesmo que sejam simples – que possam transmitir todo esse bem querer.
O natal tem muitas histórias e significados e você será livre pra escolher em qual quer acreditar.
Mas se eu for escolher uma coisa só pra te ensinar sobre o natal, te digo:
Natal é tem de abraços!
Muitos. E os mais variados.
Abraços vistos na tv; abraços de gente que nem conhecemos tão bem assim; abraços de amigos; abraços tão apertados quanto a saudade; abraços que nos alimentam tanto quanto a ceia; abraços que acompanham presentes e outros que acompanham beijos…
Abraços de carinho e abraços de muito amor.

Aproveite, filha! Dê e receba muitos abraços de natal!

Afeto não vem embrulhado pra presente, mas deixa a vida bem mais bonita do que um monte de laços e fitas…!”

IMG_7172.JPG

“Que é pra me dar coragem”

Maní me ensinou a ser mãe.
Me ensinou a ter filha. Me ensinou a educar respeitando as particularidades do outro indivíduo que ela é. Me ensinou que tem coisas que a gente faz com o coração apertado, mas que tem que fazer.
Fez as minhas voltas pra casa sempre mais divertidas e as saídas sempre doloridas.
Me fez ver que casa arrumada é balela, que importante mesmo é casa feliz.
Me fez perder um monte de nojinhos. Me ensinou que quando filho não come é a mãe quem chora.
Me mostrou que meu marido é também um excelente pai, que pode ser firme (às vezes só ele consegue fazer ela comer), que sabe brincar, que sabe educar e que sabe amar muito!
Maní me ensinou o que é o amor entre mãe e filha.
Foi minha adaptação no Chile; me resgatou pra que eu me mantivesse eu mesma nessas terras extrangeiras.
Me ensinou a olhar profundamente no olho de outro alguém e deixar sair tudo que há dentro do meu coração.
Me ensinou a amar sem vergonha e com intensidade.

Maní foi o primeiro pedacinho chileno do meu coração!

O primeiro de muitos, porque o Chile não parou nunca de me conquistar!

A paixão pela Cordilheira logo virou amor e muitos outros amores surgiram depois disso…

O Chile foi o lugar onde nossa recém formada família floresceu – chegamos cheios frescor e curiosidade e fomos logo fisgados!

Foi onde cheguei cheia de inocência e sonhos, onde quebrei um pouco a cara e aprendi a reconstruir… foi também onde vi sonhos se tornarem melhores na realidade.

O Chile foi o primeiro lugar em que o Lucas era tudo o que eu tinha (antes de ganhar os amigos e o resto da família) e onde nossa relação se fortaleceu e fincou bases sólidas e profundas.

Foi onde brincamos pela primeira vez de dar nossa cara pra nossa casa. Foi onde vivemos um presente repleto de novidades, onde sentimos saudades do passado e onde fizemos tantos planos pro futuro.

Aliás, o Chile me trouxe o gosto mais profundo da saudade, de um lado ou do outro da Cordilheira. Portanto, o Chile me derreteu e me ensinou a viver de coração dividido.

Lá eu aprendi a conhecer outra cultura, a respeitar as diferenças; a admirar o novo e a reconhecer o comum entre (meus) dois mundos.

No Chile descobri uma outra vida, diferente da que eu vivia e diferente da que eu imaginava que viveria.
Eu fiz amigos-irmãos que levarei pra vida toda!

Foi onde tantas vezes eu me perdi e me reencontrei.
Onde renasci.
Onde pari.
Onde “morri” menina e despertei mulher, depois mãe.

O Chile foi meu Lar com letra maiúscula.

Mudar pro Chile me ensinou o significado de “desapegar”, de “deixar ir” e de amar à distância. Mudar do Chile foi tipo “exame final” nessa matéria.

Do Chile levei os dois melhores presentes que a vida poderia me dar: minha filhas!

E é por isso tudo, e tanta coisa mais, que os dois estarão pra sempre comigo – agora literalmente!!
Gravados na pele, do lado de fora, como já estavam na minha alma!

“Pra me dar coragem pra seguir viagem”

IMG_7083.JPG
“O traçado da Cordilheira como eu via da minha janela terminando no nome da minha amendoizinha!”

IMG_7074.PNG

(mandei a ideia e umas fotos pro Luiz e ele fez a arte e a tatuagem! Clicando no nome você será redirecionado pro facebook dele! )

E um ps. importante:

Apesar de a tatuagem não ser diretamente pra eles, eles também estão nela: Cecília está no colorido – antes dela existir eu não aceitava cores nem na minha casa (nada que fugisse no branco, preto e vermelho), quanto mais pra sempre na minha pele! Pica pau sem dúvida trouxe colorido pra minha vida!
E o Lucas foi quem me deu isso tudo aí em cima, né?! O Chile, a Maní, a Cecília… Tudo fruto da existência dele na minha!
=)