Maní me ensinou a ser mãe.
Me ensinou a ter filha. Me ensinou a educar respeitando as particularidades do outro indivíduo que ela é. Me ensinou que tem coisas que a gente faz com o coração apertado, mas que tem que fazer.
Fez as minhas voltas pra casa sempre mais divertidas e as saídas sempre doloridas.
Me fez ver que casa arrumada é balela, que importante mesmo é casa feliz.
Me fez perder um monte de nojinhos. Me ensinou que quando filho não come é a mãe quem chora.
Me mostrou que meu marido é também um excelente pai, que pode ser firme (às vezes só ele consegue fazer ela comer), que sabe brincar, que sabe educar e que sabe amar muito!
Maní me ensinou o que é o amor entre mãe e filha.
Foi minha adaptação no Chile; me resgatou pra que eu me mantivesse eu mesma nessas terras extrangeiras.
Me ensinou a olhar profundamente no olho de outro alguém e deixar sair tudo que há dentro do meu coração.
Me ensinou a amar sem vergonha e com intensidade.
Maní foi o primeiro pedacinho chileno do meu coração!
O primeiro de muitos, porque o Chile não parou nunca de me conquistar!
A paixão pela Cordilheira logo virou amor e muitos outros amores surgiram depois disso…
O Chile foi o lugar onde nossa recém formada família floresceu – chegamos cheios frescor e curiosidade e fomos logo fisgados!
Foi onde cheguei cheia de inocência e sonhos, onde quebrei um pouco a cara e aprendi a reconstruir… foi também onde vi sonhos se tornarem melhores na realidade.
O Chile foi o primeiro lugar em que o Lucas era tudo o que eu tinha (antes de ganhar os amigos e o resto da família) e onde nossa relação se fortaleceu e fincou bases sólidas e profundas.
Foi onde brincamos pela primeira vez de dar nossa cara pra nossa casa. Foi onde vivemos um presente repleto de novidades, onde sentimos saudades do passado e onde fizemos tantos planos pro futuro.
Aliás, o Chile me trouxe o gosto mais profundo da saudade, de um lado ou do outro da Cordilheira. Portanto, o Chile me derreteu e me ensinou a viver de coração dividido.
Lá eu aprendi a conhecer outra cultura, a respeitar as diferenças; a admirar o novo e a reconhecer o comum entre (meus) dois mundos.
No Chile descobri uma outra vida, diferente da que eu vivia e diferente da que eu imaginava que viveria.
Eu fiz amigos-irmãos que levarei pra vida toda!
Foi onde tantas vezes eu me perdi e me reencontrei.
Onde renasci.
Onde pari.
Onde “morri” menina e despertei mulher, depois mãe.
O Chile foi meu Lar com letra maiúscula.
Mudar pro Chile me ensinou o significado de “desapegar”, de “deixar ir” e de amar à distância. Mudar do Chile foi tipo “exame final” nessa matéria.
Do Chile levei os dois melhores presentes que a vida poderia me dar: minha filhas!
E é por isso tudo, e tanta coisa mais, que os dois estarão pra sempre comigo – agora literalmente!!
Gravados na pele, do lado de fora, como já estavam na minha alma!
“Pra me dar coragem pra seguir viagem”

“O traçado da Cordilheira como eu via da minha janela terminando no nome da minha amendoizinha!”

(mandei a ideia e umas fotos pro Luiz e ele fez a arte e a tatuagem! Clicando no nome você será redirecionado pro facebook dele! )
E um ps. importante:
Apesar de a tatuagem não ser diretamente pra eles, eles também estão nela: Cecília está no colorido – antes dela existir eu não aceitava cores nem na minha casa (nada que fugisse no branco, preto e vermelho), quanto mais pra sempre na minha pele! Pica pau sem dúvida trouxe colorido pra minha vida!
E o Lucas foi quem me deu isso tudo aí em cima, né?! O Chile, a Maní, a Cecília… Tudo fruto da existência dele na minha!
=)