“Mando notícias nessa fita”

Eu podia começar dizendo que me inspirei na Romana e na Carol, mas a verdade é que meu “post cara de pau” está no rascunho desde o dia 10/12/15, então foi mais questão de identificação do que de inspiração mesmo!rs

Tinha dado vontade de voltar a escrever, sim, mas além disso existia um plano maligno de ressuscitar o blog antes de chegar aqui do nada contando a novidade da gravidez pra vocês…hehehe
Como o plano já falhou, vou direto ao rascunho salvo (e atualizado).

Ele dizia assim:

“Deu saudade.

Deu vontade de voltar.

Deu também um tiquin de precisância de escrever.

Não vou gastar nosso tempo desculpando ou justificando ausência, mas vou fazer um resuminho de como andam as coisas por aqui, que é pra dar uma disfarçada nesse buraco todo de textos, histórias e atualizações:

  • Cecília desmamou de vez pertinho de completar 1 ano e 10 meses. Na verdade, quem desmamou fui eu, que já não tava mais conseguido leveza nenhuma na amamentação… Foi beeeeem tranquilo e tranquilizador fazer isso (depois prometo que volto pra contar mais detalhes).Duro mesmo foi aguentar a culpa quando logo depois disso ela ficou doentinha e demorou mais de 1 mês pra se recuperar, sempre emendando uma doença na outra… Santo mamá que nos protegeu dessas chatices por tanto tempo, viu?! ❤
  • Maní está bem!!! Já está há uns 3 meses sem precisar voltar pro antibiótico e sem sintomas neurológicos!!! Sobrou só uma gastrite que ataca de vez em quando e requer tratamento de leve, mas nada assustador…e nada que a impeça de comer como nunca comeu nessa vida – tá até gordinha minha bichinha, acreditam?!?!?!!?!!
  • Decidimos colocar Cecília na escola!!! Também quero escrever um post específico sobre isso, mas queria contar que já escolhemos e fizemos matrícula – ela começa agora em fevereiro!! Ai que frio na barriga!!!  Ela vai pra uma escolinha montessori, bem pequenininha e fofa… No dia que fomos visitar ela nem queria ir embora e depois ficou pedindo pra voltar- torçam pra adaptação ser fácil assim! rs
  • Aliás, Chinchila tá uma senhora tagarela faladora de tudo!!! Que coisa mais deliciosa que é essa fase!!! Agora, depois de passar quase um mês inteiro no Brasil, cercada de estímulos, mimos e companhias os dias inteiros, então.. Ninguém segura a matraca!!!
  • Lucas começou em setembro a fazer MBA! Ele tá adorando e até eu tô curtindo tb (as histórias, as visitas à escola, a turma nova…) Mas ta se matando de estudar! rs Na verdade os primeiros meses foram mais puxados, agora já tem um Q de adaptação no ar e as coisas vão entrando num ritmo mais certo (ainda que não “tranquilo”…rs)
  • Depois de muuuuitos meses na Espanha (estamos quase completando aniversário já!!!), meus documentos finalmente saíram! Agora tenho identidade, carta de motorista, cartão de crédito…ufa! Acho que esse é um passo importante pra eu me sentir mais em casa por aqui (de novo, assunto pra outro post!rs)
  • Acabamos (eu e Cecília) de passar quase um mês no Brasil!! Foi delícia demais!! A bichinha aproveitou MUITO os avós, tios, primos, amigos… Que coisa mais deliciosa é ver todo mundo curtindo minha gostosura de filha!!! E, vou confessar, que coisa boa que é dividir ela com mais gente e descansar uns bocados! hehehe  Já eu… bom… descansei, comi, engordei, aumentei barriga, matei um pouco de algumas saudades…essas coisas básicas dos retornos que vocês já leram muito por aqui! rs
  • Ah!!! Já contei? Tô grávida!!!!! hehehehe” 

    O reencontro pós férias

      

 

 

“Tanto mar”

Faz 4 anos, 7 meses e 4 dias que saí do meu país. E faz tudo isso de tempo que convivo com a distância.

Costumo dizer que lido bem com ela e com a saudade que a acompanha, mas esse último mês está me apertando, me expremendo, me colocando à prova e fazendo “vazar“.

Teve não uma, mas DUAS sobrinhas chegando ao mundo e me matando de vontade de pegar, cheirar, morder um pouquinho…

Teve uma ida minha que devia ter sido, mas não foi.

Teve muita “precisância” de colo da minha parte. Muita!

Teve um TPM fodástica como eu não me lembro de já ter tido que fez doer de todos os lados.

Teve (ta tendo) desmames.

E tem o dia de hoje. Dia em que eu devia estar lá. Dia em que aquele “vamos nós 3” devia ser “vamos nós 4” . Em que eu queria demais dar colos e ganhar abraços. Dia em que eu devia, junto dos meus, dar tchau pro caçulinha da família, que eu praticamente vi nascer. Dia em que eu não devia estar longe. Não podia!

E aí preciso confessar: eu ODEIO estar tão mais longe. A tantos dinheiros, tantas horas, tantas léguas  e tanto mar de distância! Odeio!

Mas, infelizmente, essa despedida vai ter que ser por aqui mesmo…

Tchau, Peter… Tchau, Loirinho… Vai descansar… Vai desfilar com suas pernas de Gisele Bundchen no céu dos bichinhos e ser feliz e galã por lá! Te amo!

Aos “meus 3”, desculpem eu não estar aí hoje… Desculpem eu estar tão longe…

Amo vocês! Do tamanho de todos os oceanos juntos e mais!

“Com muito esmero”

Chinchila:

Sentir-se em casa não é uma questão de tempo, de forma, de móveis ou de cores… o “quando” e o “como” esse sentir-se chegará não depende de escolha ou de decisão…

Continuo achando que nosso real lar é onde estão as pessoas que amamos – e você logo aprenderá a reconhecer nossos vários lares, tenho certeza! Mas acho também que, apesar dessa nossa vida cigana, ou justamente por causa dela?, é muito importante ter a sensação de pertencimento no lugar físico em que passamos a maior parte do ano. (rs)

Não acredito que exista uma receita simples pra sentir nosso o que antes não era, mas percebo, com certo alívio, que aos poucos vamos tomando o território, nos apropriando do espaço, deixando nossa marca nos lugares e nos deixando ser marcados pelas vivências que compartilhamos ali.

Ainda não tem 3 meses que estamos morando nesse apartamento, mas já temos o pedaço da sala onde a Maní gosta de se esfregar depois de comer, a quina de batente onde a mamãe bate o braço quase toda vez que passa, o cantinho da varanda onde você adora ficar sentada fazendo nada, o espaço só pro seu pai guardar (e namorar) os jogos dele…

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Ontem completamos mais um pedaço do seu quarto (agora já não falta quase nada para a casa estar “pronta”) e enquanto seu pai colava seus adesivos na parede deixei que você se distraísse colando (e descolando, e colando e descolando…) alguns nos móveis também.

Me lembrei de quando me sentei no chão do seu quarto vazio lá no Chile, com você ainda na barriga, e fui “ajudando” seu pai a colar esse mesmo adesivo, vendo o desenho se formar e percebendo em mim a noção de que sua chegada era cada vez mais real! E me emocionei ao notar que dessa vez você já se fez dona do seu quarto e deixou sua marca e sua carinha na decoração dele – com os adesivos colados, a cama meio bagunçada e as marcas de dedinhos e beijinhos no espelho!

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(olha ali, na estante atrás de você)

(olha ali, na estante atrás de você)

Hoje de manhã quase arranquei da parede da cozinha um pedaço de um adesivo que eu colei ali  na primeira semana que moramos aqui, já nem me lembro o porquê. Mas com o dedo no meio do caminho me dei conta de que aquela foi, possivelmente, minha primeira marca nessa casa. De que aquela bobeirinha, aquela graminha torta e sem sentido algum acima do interruptor, faz também com que essa cozinha seja minha. Também por causa dela já posso chamar esse lugar de nossa casa! Portanto, ficou decidido, é aí que a graminha vai morar!

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ps.: enquanto escrevia esse post te vi acordar e ficar quietinha na cama, mexendo – adivinha? – nos seus novos amigos na parede e cheirando as flores! ❤

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“Mamãe no Face”

Ai, que saudades que eu fico disso aqui!!!!!
Não vou justificar minha ausência, nem fazer promessas futuras, mas, oh, vou dizer: (não sei vocês) eu sinto falta demais quando abandono esse blog…rs

Estivemos semana passada no Brasil: passei meu aniversário por lá pela primeira vez desde 2010; engordei 1 kg; ganhei autógrafo da minha mãe chiquérrima, autora de livro de psicanálise; vi um casal perfeito prometer se fazer feliz pra sempre – e vi a Cecília-daminha-de-honra levar uma florzinha pra eles no altar (e dar um tchauzinho de “pronto, fiz minha parte, vou ali brincar!” hahahaha); abracei gente querida; cantei parabéns com Petit-Gateau e muffin; ganhei (e devorei) ovos de páscoa; gargalhei junto com bebéia em brincadeiras com tios, tias, “primos”, avós; descansei meus braços, sendo deliberadamente trocada pelo colo das tais avós; ouvi muitas novas palavras da vozinha mais linda do planeta; nos esbaldamos de tanto curtir gatos (eu e minha mini-louca-dos-gatos); ganhei presente, colo e companhias fundamentais; enfrentei 8 horas de vôo, na volta, com Cecília acordadona (as outras 2 horas e pouco ela dormiu..rs) e, claro, ouvi muita reclamação na poltrona ao lado; cheguei tão “passada” que larguei me celular no avião; voltei doente, pra variar; Cecília voltou pirada no fuso, teve noite (dia?) de ir dormir só as 3 da manhã (socorro?!) e, como sempre, voltamos com o coração recarregado!

Pronto! Agora 2015 começa de verdade!

E pra comemorar o ano novo (hahaha…muita cara de pau escrever isso em meados de abril!), resolvi finalmente criar uma página pro blog no facebook! #todascomemora: Uhuuuu!!!
Por lá pretendo avisar sobre as novas postagens, além de compartilhar links de interesse (meu..rs) sobre os temas relevantes a esse blog, tais como maternagem, expatriação, filhos bilingues, etc…

Pra acompanhar, curtam essa página aqui e sejam bem vindos:

https://www.facebook.com/queridoscuriosos
🙂

(críticas, sugestões e ajudas são necessários e muito bem recebidos, obrigada! rs)

E pra terminar, umas poucas fotos dos últimas dias
(poucas porque, por enquanto, a Iberia tem meu celular e as fotos…rs)

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“Nessa data querida”

Há exatamente 4 anos começávamos nossa aventura de expatriados!

Já não sei se 4 anos é muito ou é pouco, mas sei que a experiência de continuar cumpliendo años fora do meu país ainda é bastante emocionante – pro bem e pro mal…!

Há dois anos escrevi:

“Mudei porque aprendi a conviver diariamente com a saudade, aprendi que o amor e a distância não são tão incompatíveis como se costuma dizer, aprendi que morrer de vontade não mata, aprendi que apoio e abraços virtuais também dão conta, mas também aprendi a força de um abraço de verdade.
Aprendi que meu marido é meu lar, aprendi que (meu) cachorro é um ser absolutamente amável, aprendi que a maternidade (mesmo a canina) é de um amor sem tamanho. 
Aprendi que não só a neve tem a capacidade macia de absorver as quedas e ao mesmo tempo gelar até a alma.
Aprendi que minha casa tem minha cara, o cheiro da Maní e o conforto do Lucas.
Aprendi que família se escreve com quantas letras você bem entender. 
Que chuva é bem melhor quando é rara. E que calor é menos pior quando é seco. 
Aprendi que o cérebro faz misturas malucas de idiomas. E que algumas coisas a gente só pode dizer mesmo na nossa língua materna.
Aprendi o significado de pátria e o significado de “hogar”.
Aprendi que clichê não é coisa de linguística, mas de coração”

Agora, 2 anos depois, tudo isso é mais intenso – acho que especialmente por causa das duas grandes mudanças dos últimos tempos: a chegada da Cecília e a mudança de país.

Nosa família tem mais letras agora, os abraços estão um pouco mais distantes e “nossa casa” são várias casas, em vários lugares, mas a atual ainda não tem cheiro, nem cara de ninguém, só bagunças de todos nós! rs (sim! já temos casa!! Logo venho contar, prometo!)

Agora o dia 12/02 não é mais nosso “Aniversário de Chile, aqueles gostinhos de novidade e de “não pertencimento” provisório (de “não sou nem turista, nem local”) voltaram a estar presentes e temos mais uma data comemorativa no calendário: aniversário de expatriação e aniversário de Espanha (26/01, pra não esquecer!).

E sobre a saudade, agora também multiplicada…bom, bem providencialmente me deparei sem querer com um texto que eu não lembrava de ter escrito, mas que achei lindo (modéstia, cade você? rs) e que faz muito sentido no momento:

https://queridoscuriosos.com/2013/02/24/obscuro-escuro-claro/

Help!

Chegamos naz’Oropa, gente!!!

A viagem foi tranquila (considerando as circunstâncias de 2 filhas, 9 malas e só 2 adultos! rs), estamos nos adaptando ao fuso e acertando a bagunça por aqui!

Eu tô super encantada com Madri, meio deslumbrada com o novo lar e amando o frio de céu azul!!

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Tô só com um problema…
Criei Cecília meio índia, muitas vezes só de fralda, pés sempre descalços, no máximo uma meinha anti-derrapante, e agora vocês não imaginam a tortura que é colocar sapato na moçoila!!!
Não sei se ela não sabe, não gosta ou não quer colocar sapato – imagino que os três ao mesmo tempo – só sei que a bichinha dobra os dedos, arqueia o pé e eu não consigo vestir!!!
Algumas sapatilhas até entram.. Mas tá FRIO, gente!! E bota é um negócio IM-PO-SSI-VEL!!!

Dicas? Sugestões? Opiniões??

Help!!!

Agradeço!! Hahaha

Beijos daqui!

“Que é pra me dar coragem”

Maní me ensinou a ser mãe.
Me ensinou a ter filha. Me ensinou a educar respeitando as particularidades do outro indivíduo que ela é. Me ensinou que tem coisas que a gente faz com o coração apertado, mas que tem que fazer.
Fez as minhas voltas pra casa sempre mais divertidas e as saídas sempre doloridas.
Me fez ver que casa arrumada é balela, que importante mesmo é casa feliz.
Me fez perder um monte de nojinhos. Me ensinou que quando filho não come é a mãe quem chora.
Me mostrou que meu marido é também um excelente pai, que pode ser firme (às vezes só ele consegue fazer ela comer), que sabe brincar, que sabe educar e que sabe amar muito!
Maní me ensinou o que é o amor entre mãe e filha.
Foi minha adaptação no Chile; me resgatou pra que eu me mantivesse eu mesma nessas terras extrangeiras.
Me ensinou a olhar profundamente no olho de outro alguém e deixar sair tudo que há dentro do meu coração.
Me ensinou a amar sem vergonha e com intensidade.

Maní foi o primeiro pedacinho chileno do meu coração!

O primeiro de muitos, porque o Chile não parou nunca de me conquistar!

A paixão pela Cordilheira logo virou amor e muitos outros amores surgiram depois disso…

O Chile foi o lugar onde nossa recém formada família floresceu – chegamos cheios frescor e curiosidade e fomos logo fisgados!

Foi onde cheguei cheia de inocência e sonhos, onde quebrei um pouco a cara e aprendi a reconstruir… foi também onde vi sonhos se tornarem melhores na realidade.

O Chile foi o primeiro lugar em que o Lucas era tudo o que eu tinha (antes de ganhar os amigos e o resto da família) e onde nossa relação se fortaleceu e fincou bases sólidas e profundas.

Foi onde brincamos pela primeira vez de dar nossa cara pra nossa casa. Foi onde vivemos um presente repleto de novidades, onde sentimos saudades do passado e onde fizemos tantos planos pro futuro.

Aliás, o Chile me trouxe o gosto mais profundo da saudade, de um lado ou do outro da Cordilheira. Portanto, o Chile me derreteu e me ensinou a viver de coração dividido.

Lá eu aprendi a conhecer outra cultura, a respeitar as diferenças; a admirar o novo e a reconhecer o comum entre (meus) dois mundos.

No Chile descobri uma outra vida, diferente da que eu vivia e diferente da que eu imaginava que viveria.
Eu fiz amigos-irmãos que levarei pra vida toda!

Foi onde tantas vezes eu me perdi e me reencontrei.
Onde renasci.
Onde pari.
Onde “morri” menina e despertei mulher, depois mãe.

O Chile foi meu Lar com letra maiúscula.

Mudar pro Chile me ensinou o significado de “desapegar”, de “deixar ir” e de amar à distância. Mudar do Chile foi tipo “exame final” nessa matéria.

Do Chile levei os dois melhores presentes que a vida poderia me dar: minha filhas!

E é por isso tudo, e tanta coisa mais, que os dois estarão pra sempre comigo – agora literalmente!!
Gravados na pele, do lado de fora, como já estavam na minha alma!

“Pra me dar coragem pra seguir viagem”

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“O traçado da Cordilheira como eu via da minha janela terminando no nome da minha amendoizinha!”

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(mandei a ideia e umas fotos pro Luiz e ele fez a arte e a tatuagem! Clicando no nome você será redirecionado pro facebook dele! )

E um ps. importante:

Apesar de a tatuagem não ser diretamente pra eles, eles também estão nela: Cecília está no colorido – antes dela existir eu não aceitava cores nem na minha casa (nada que fugisse no branco, preto e vermelho), quanto mais pra sempre na minha pele! Pica pau sem dúvida trouxe colorido pra minha vida!
E o Lucas foi quem me deu isso tudo aí em cima, né?! O Chile, a Maní, a Cecília… Tudo fruto da existência dele na minha!
=)

Blogagem Coletiva – 2

Hoje é dia de falar sobre o tema que eu escolhi! =)
(aliás, que responsabilidade isso, né, gente…escolher tema pra todo mundo ficar falando…rs)

Sabe aquela história de que você só entende sua mãe de verdade, depois que vira mãe? Então…super concordo!! rs E não tô falando só sobre as broncas e regras que a gente reclamava mas passa a ver sentido e etc… Isso também muda, claro, mas o que mais me tocou foi, na verdade, a questão da distância!
De repente todo o “chororô” dos pais porque nós moramos longe faz mais sentido, agora eu consigo imaginar “com mais propriedade” como é difícil pra eles a casa ficar vazia com nossa partida…
Agora entendo a dor deles e sinto um pouco mais a minha também…
Com a gravidez tenho meus dias mais carentes em que gostaria muito de um colinho de mãe, de uns agrados de família, sabem?! E aí é bem mais difícil estar longe! Coisa que não achei que ia acontecer, confesso…! Me corta o coração saber que eles não estão aqui do ladinho, acompanhando cada etapa da gravidez, cada chute da Cecília, etc.. =(
E talvez por isso eu tenha muito mais paciência com tudo que vem deles, sinto mais vontade de aproveitar os momentos que podemos ter juntos, me esforço pra fazer fotos e vídeos que possam mantê-los sempre atualizados…

Pooooor outro laaadoooo…. rs

Não posso esconder o pouco alívio de saber que vamos ter muito menos problemas de pitacos, intromissões, palpites, etc, etc…
Porque apesar de ter os momentos de carência, no fundo eu gosto cada vez mais de ficar no meu ninho! A relação de nós quatro (eu, Lucas, Cecília e Maní) enquanto família é nosso dia a dia e é o que mais influencia no que será nossa filha, por exemplo…
Por isso é bem bom saber que teremos mais “liberdade”, mais “nosso canto”…que poderemos fazer as coisas do nosso jeito sem ter que ficar ouvindo um monte de blablabla  e ignorando educadamente! hahahaha

E viva a internet!!! hehehe

"Eu lhe dou de graça"

É hermano…a aventura começou!
E não tem jeito, a hermana aqui é melhor com as palavras escritas do que faladas… por isso, aí estão as dicas que você pediu ontem:


Prepare-se pra muita dor de cabeça de cérebro cansado de ser tradutor (e de não entender um monte de coisas! rs)

Fique craque no inglês, aprenda pelo menos um pouco do holandês, mas não se esqueça de procurar algum “refúgio em português”, porque, acredite, em um ano dá pra esquecer bastante coisa…rs

Saiba que você vai ter que lidar com pais (e irmã..hehehe) muito carentes de atenção e demonstrações de afeto. Tenha paciência com eles e saiba que em vários momentos os papéis estarão invertidos e é você que vai, sim!, procurar por colo!

Por favor! Entre mais (participativo) no mundo das redes sociais pra gente poder ficar mais “pertinho” de você, mas sem deixar que isso te roube os preciosos minutos (quantos? já fez a conta?) da aventura holandesa!

Faça um monte de colegas, encontre alguns bons amigos e lembre-se sempre dos que ficaram longe…

Aliás, paciência também com os amigos de antes que depois de alguns meses de contato internético vão acabar sumindo…

Muitas vezes o skype e o facebook serão seu refúgio e seus melhores amigos! Eles resolvem quase todas as dificuldades da distância – menos as gastronômicas! rs

Prepare-se pra sentimentos contraditórios: você vai achar tudo o máximo na Holanda e horrível no Brasil… e no minuto seguinte vai estar sentindo saudades de qualquer coisa brasileira ridícula, como o cheiro do banheiro dos gatos (hahahaha) ou as viagens de ônibus pra Sanca ou de ouvir português na televisão…

Reclame do Brasil, reclame da Holanda, dos brasileiros e dos holandeses… as comparações são inevitáveis, mas é bom tentar limpar os olhos pra ver as coisas sem pré-conceitos e reconhecer os problemas e qualidades dos dois lados…

Sobre as coisas da casa, pode gritar que eu ajudo daqui! Mas se te conheço bem, você vai ter um milhão de coisas mais interessantes pra fazer (tipo achar um novo fundo de tela pro computador) antes de se preocupar em como fazer pra limpar direito o banheiro ou tirar mancha de roupa! hahaha

Saiba que por mais comidas deliciosas que você encontre por aí, o básico gostinho brasileiro vai fazer uma mega falta e na volta você nem vai dar conta de resolver todas as saudades!

Acostume-se, aliás, com as faltas, com as saudades, com as ausências. Você vai sentí-las quase que diariamente e às vezes vai chorar por elas tanto quanto vai chorar por não querer voltar à velha vida!

Lembre-se sempre que (pelo menos dessa vez) é só por um ano! Não perca tempo deixando coisas pra depois, aproveite tudo o que puder na hora que puder, mas sem sofrer o final por antecipação, ok?!

Um ano vai parecer uma vida inteira! Você vai mudar muito (pra melhor e pior) e é provável que a parte que não mude você acabe descobrindo como “sua essência”.

Você vai aprender muito! Sobre ciência, sobre história, sobre a vida, sobre você, sobre sua família e suas origens! Esteja aberto pra abraçar tudo isso! Aberto pra pensar e repensar sobre o novo e sobre tudo que você tinha antes como certo.

Deixe espaço pro amor!  De perto ou de longe, com ou sem prazo de validade… amor é sempre bom de ser vivido! 

Cuidado com as liberdades da vida solitária à distância no país das liberdades… Curta o que puder, mas lembre-se: sem se perder de você – da sua essência e da sua consciência! rs 

A ficha de que você está aí “pra valer” deve ir caindo aos poucos…a cada passo… a chave do alojamento, o desfazer a mala, as primeiras refeições, os primeiros amigos, a primeira aula – acho que meio parecido com a faculdade no interior – e cada vez que a ficha descer um pouco mais, você vai sentir mais euforia e mais medinho… as duas coisas também serão parte de você agora!

Paciência no supermercado! rs Por mais cansativo que seja no começo, vá provando aos poucos (e talvez até anotando marcas e tal), pedindo dicas e prepare-se pra jogar um monte de coisa ruim e bizarra fora! hahaha Procure as coisas conhecidas pra ter em casa – pra se sentir em casa e matar umas saudades – mas aventure-se também nas coisas típicas do lugar!

Não fique só no grupinho do brasileiros e/ou estrangeiros! Sempre que tiver a chance, conviva de perto com os holandeses! É a melhor maneira de conhecer de verdade o país e a cultura!

Fique atento à cultura! Vá percebendo o que não é bem visto, o que pode ser ofensivo (rs), como eles tratam e como gostam de ser tratados… você está “na casa” deles, é de bom tom seguir as regras do lugar!

Por mais google-maníaco que você seja, acredite, tem conselhos, receitas e orientações que só mãe sabe dar! E pai…e irmã que tá virando mãe…rs

Saiba que quando ficar doente você vai querer muito “estar em casa”, vai querer colo de mãe e pai e vai escrever pra eles só pra ter de volta um “ah que droga, filho, se cuida…”!

Esteja preparado pra errar, pra tropeçar, pra cair de bicicleta (rs), pra passar vergonha…! E sempre que precisar “chorar” (ou só choramingar) a gente vai estar aqui, pra recomendar remédio e pra rir disso tudo… te dar mais saúde e mais leveza!

E use sempre filtro solar! hahahahahahha


Se eu for lembrando de mais coisa vou atualizando o post….e daqui a um tempo você vai me ajudar a completar essa lista, ok?!



Te amo, hermano! Espero que você possa viver essa experiência ao máximo – pro bem e pro mal – com toda a riqueza que ela terá!

(e espero que dê pra me fazer uma visitinha no começo do ano que vem, porque eu não sou de ferro e vou morrer de saudades! rs)


Vida de expatriado será moleza pra um leão selvagem! hahahaha






  

"Eu penso em vocês night and day"

“Saí de sao Paulo com o maior nó na garganta desde que me mudei pra Santiago… nunca foi tão difícil voltar pra casa…
Me despedi do meu irmão que está indo passar um ano na Holanda e nem o chororô que começou no dia anterior conseguiu aliviar o problema…
No avião, quando começou a tocar Zeca Baleiro no iPod, o nó piorou e doeu…


E aí eu entendi que aprendi a lidar bem com a saudade. Vida de expatriada, né?! Saudade é quase sinonimo…
Mas nao aprendi a viver com toda ela, não. Só com as que eu sei quanto tempo vão durar…


Eu, que sempre me achei o ser mais ansioso do mundo, hoje sei que posso esperar sem problemas semanas e semanas com o desejo de comer pão doce com melequinha amarela, contanto que eu saiba quando vou pode comer o bendito – mesmo que esse quando esteja ainda uns 6 meses lá pra frente…Espero “de boa”…


Agora, duro, doído e difícil demais é ficar sem saber quando raios vou poder ir de novo num show do Baleiro ou, pior ainda, qual será a próxima vez que verei meu irmão…e quando ele conhecerá minha filha…


Choro no avião escrevendo este pequeno texto no celular, porque com essa saudade sem prazo de validade acho que nunca vou aprender a conviver… E nem quero…
Mas nesse momento ela faz parte da minha vida… E só me resta chorar mesmo, né?!
E torcer pro Baleiro vir pro Chile e pro meu irmão poder vir nos visitar em fevereiro! ;)”




Acabei de passar 10 dias no Brasil (por isso dei uma sumida!) e escrevi isso aí ontem,no vôo de volta… Acordei hoje toda “bunda”, tristonha, chorosa, chorona, solitária e com muita saudades também dos que eu sei quando vou reencontrar… o tal nó ainda tá aqui comigo!

Mas apesar desse “desfecho”, a viagem foi ótima! Amanhã venho contar os detalhes, ok?!

Beijos!


(ps.: depois que publiquei fiquei pensando que deve ser bem bizarro pra quem não me conhece ler essas comparações entre meu irmão – Baleiro – pão doce! hahaha
E talvez pra quem me conhece também…hahahaha)