Uau! Quase um mês sem passar por aqui!
A ausência não foi injustificada – fui viajar, lembram? – mas pesa mesmo assim!
Durante a viagem abri algumas vezes a página em branco no blogger pra começar uma postagem, mas estava sempre tão cansada que não conseguia nem começar…rs
O maior problema desse intervalo enorme é que agora as histórias já não são de agora, as lembranças e suas respectivas sensações já não estão frescas e a memória já começa a pregar peças e misturar os acontecimentos… Corro o risco de vir contar como foi legal a queima de fogos no castelo da Cinderella, com a Estátua da Liberdade de fundo! hahahaha
Pra evitar confusões, fico com esse post resumido:
Ficamos 20 dias fora. Começamos nossa viagem na terça, dia 09, voando de Santiago pra Miami. De lá alugamos um carro e dirigimos (ok,ok..o Lucas dirigiu…rs) até West Palm Beach, onde moram duas tias nossas – A Marcia, a Ivany e seus respectivos maridos, Mark e RJ. Ficamos bem pouquinho com eles e já seguimos viagem até Orlando…. umas 3 horas dirigindo, com muito calor e muito sono! Não foi fácil, mas chegamos!
Em Orlando nos esperava a trupe: Pai, madrasta, 3 irmão e avó e avô tortos!
O primeiro dia tiramos pra fazer compras e resolver pendências. Sabe como é, né?! Chegamos num calor de trinta e tantos graus e eu não tinha nenhum shorts pra usar (não levei os que eu tinha no guarda roupa porque antes de viajar constatei que eles eram dos meus 16 anos e não me serviam há uns 8…rs).
No segundo dia começou a diversão: parques!!!
Ficamos 9 dias em Orlando e nesse período fizemos: Universal Island of Adventure, Universal Studios, Magic Kingdom, Epicot, Hollywood Studios, Bush Gardens e Sea World.
Isso sem contar as saídas noturnas, os restaurantes temáticos, os “passeios” em shoppings e outlets….
Olha, não é fácil organizar um grupo de 9 pessoas! Mas até que a gente se saiu bem…rs Conseguimos fazer praticamente tudo que deu vontade e não perdemos ninguém pelo caminho! rs
Foram 10 dias muito gostosos e divertidos! Deu pra voltar a ser criança, ter nostalgia da infância, curtir os irmão, aproveitar os adultos, botar as conversas em dia, matar as saudades… enfim! Aproveitamos um montão!!!
Depois de Orlando iríamos passar um pouco mais de tempo com as tias em West Palm Beach, mas tivemos um acidente de percurso (mas conhecido como “piriri”) que estragou nossos planos e nos roubou um dia e meio de agenda… (pelo menos ganhamos sopinha gostosa das tias queridas pra melhorar!!!)
Bom, o fim de semana acabou encurtado, mas conseguimos aproveitar a companhia do outro lado da família! Além da sopinha tivemos café da manhã típico, passeio por um pântano – de verdade! no meio de um monte de bichos e com jacarés enormes bem pertinho! Muito legal!!! – jantar delícia e bastante risada!
Aí chegou a hora de NY!
Viajamos pra lá no domingo, chegamos um pouco antes do almoço e fomos direto pro apartamento onde ficaríamos.
Como marcamos a viagem muito em cima da hora, todos os hotéis estavam absurdamente caros! Aí, já à beira do desespero (rs), encontramos um site (https://www.airbnb.com ) com pessoas alugando quartos dentro dos seus próprios apartamentos! Tem em várias cidades do mundo (inclusive São Paulo e Santiago) e, basicamente, são pessoas com quartos sobrando que alugam pra viajantes descolados…rs
Escolhemos algumas opções pela localização e pelos bons comentários e conseguimos reservar um deles (que, diga-se de passagem, saiu 1/3 do preço que estavam cobrando os hotéis!) E foi uma ótima escolha! O apartamento era um desses lofts (bem com cara de novayorquino), com pé direito enorme, cômodos espaçosos e mega bem localizado! Era um pouco velho, mas a dona dele é qualquer coisa de moda ou design (hahahha…vê-se que eu peguei direitinho a informação, né?!), então o ap era cheio de charme! Super bem decorado, descolado e estiloso!
Acabamos encontrando com a dona só umas duas ou três vezes, ficamos super à vontade e tivemos uma ótima estadia! Recomendo a experiência!
Agora NY: Bom….digamos que minha primeira impressão foi ruim…ou melhor, péssima! Odiei NY de cara! Muito cheia, muito fedida, muito lotada, fedida demais e etc… rs Nas primeiras horas ficava pensando “jura que vou ter que passar mais seis dias aqui???” hahahaha
Nos dias seguintes fizemos vários walking tours, andamos sozinhos, visitamos museus, locações de filmes e séries, bairros diferentes…
Fui aprendendo a não odiar NY… conseguir gostar muito de alguns bairros mais charmosos (e chiques e caros…hahaha), conseguir curtir os passeios e admirar “a importância” da cidade… mas não fui conquistada, sabe?! Quem sabe uma próxima vez… hehehe
AH!!! Tivemos uma sorte TREMENDA!!! Saímos de NY no domingo passado, bem cedinho e, enquanto esperávamos o avião, víamos na tv as notícias de que o Furacão Sandy estava chegado (mesmo furacão do qual já tínhamos escapado há alguns dias na Flórida)… Já no nosso vôo alguns americanos diziam estar “fugindo” da tempestade pra Flórida, mas até então não fazíamos idéia de que a coisa seria tão caótica! Dá o maior alívio pensar que tivemos os 6 dias de ótimo clima pra fazer tudo o que planejamos e que não encaramos nenhum caos, nem na cidade, nem no aeroporto! Ufa!
Conseguimos escapar de NY e chegamos de volta à Flórida, onde nos esperavam mais carinhos de tios, um churrasco delicioso e dois cachorros gostosos – o Loui e o Gucci – pra eu agarrar e enganar um pouco a saudade abismal (!!!) que eu tava da Maní depois de 20 dias longe! hahaha
Depois, dirigir de volta pra Miami e pegar o avião pra casa!
E essa foi nossa longa viagem!!!
Voltamos moídos, mega cansados e mega felizes!
Eu não achei que era dessas, mas acabei usando o clássico clichê de que ” viajar é bom, mas voltar é ainda melhor”! =)
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"Até o rei fez uma careta!"
Nesse “fin de semana largo” fomos com dois amigos – Duilio e Sergio – até La Serena, uma praia um pouco pro norte de Santiago.
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Encontrou no mapa? rs |
Existem fatos que acontecem por aí
E a gente até nem desconfia
Coisinhas da teosofia
Estava eu andando numa rua deserta
Sem população
Tipo das de televisão
De repente no céu vi um fulgor clarante
A resplandecer
Foi quando comecei a crer
Que estava sonhando
Que aquilo era um pesadelo
Nada estava se passando, perdão?
Então na minha frente apareceu
Uma coisa verde, um tanto louca
Tinha três olhos, duas bocas
Disse assim para mim entrar
Na sua nave intergalática
Pra fazer uma turnê lunática
Me convenceu ao mostrar
Sua pistola de raio lazer
E apontando pro meu blazer
Reforçou o convite
Me mostrando um cavaquinho
Com pedal phase
Inovação de japonês
E ao chegar na lua
Recebeu-me o presidente
E sua comititiva
Falando sua língua nativa
Num entendi nada
Porque aqui na Terra não tem curso de lunês
É só alemão, francês, inglês
Tentei falar outros idiomas
Sânscrito, esperanto, bizantino
Latim, hebraico, nordestino
Me senti acoxambrado
Apelei pra mímica
Que é o idioma dos calados
Fiz todos os sinais que aprendi
Na longa estrada da minha vida
Lembrei da minha infância querida
Mas depois de improvisar um positivo
Aí que coisa ficou preta
Até o rei fez uma careta
É que na lua este sinal significa
Falta de hombridade, ih barbaridade
Fiquei apavorado ao ver
Naquelas verdes faces o ar de inimizade
Aí que eu briguei sem gravidade
Ponta-pé, soco no olho e cascudão
Tudo em câmera lenta
Tem pouca gente que agüenta
Saltei de banda, chamei um táxi
E com sorriso varonil
Disse “eu quero ir pro meu Brasil”
Desci no Ipiranga, às margens plácidas
E como ainda era dia
Contei a história pra minha tia
Que mais do que correndo
E me achando louco
Me mandou pra delegacia
Qualé o ploblema com o cidadão aí ô meu?
Ô Denílson, leva o rapaz aqui pra conhecer a sala de
"Se Anália não quiser ir…"
Ontem fomos em um churrasco na casa de um amigo na praia de Algarrobo, mais ou menos uma hora de Santiago.
Fomos, nesse caso, se refere à família completa! Sim, levei a Maní pra praia! hahaha
Fomos em 7 no carro: na frente o Duilio dirigindo, no passageiro o Lucas e atrás eu, a Constanza e o Marcos (um casal de amigos sobre o qual já falei algumas vezes) e nossas filhas: Maní e Melcoche.
Melcoche é um doce típico do Equador – terra da Constanza – e tb o nome da cachorrinha nova do casal! Ela é uma fofa, tem só dois meses e é uma mini-bolinha de pelos!
Estava curiosa pra ver as duas, Maní e Melcoche, se conhecendo e me surpreendi.
Maní, moleca de tudo, arteira, energia infinita, filhote eterna….bom, com a pequenininha do lado se transformou! Primeiro que ficou enorme! hahaha
Depois que ficou super adulta e centrada! Não surtou, não baixou a pipoca saltitante nela…parecia até meio ranzinza.
Essa coisa de instinto natural sempre me impressiona!
Maní não tem nenhuma noção da vida, faz festa pra Rottweiler desconhecido na rua, provoca e convida pra brincar de lutinha, se deixar e ainda me faz passar vergonha querendo ser amiga de todo mundo ao redor.
Pois com a Mel do lado era outra coisa. Ficava quietinha, deixando a pequena literalmente montar nela, sem reclamar e, principalmente, sem revidar. Entrava na brincadeira também, mas de longe, sem pular em cima, sem levantar a pata, tomando o maior cuidado com a nova amiga delicada e petelha… Coisa linda de se ver!
No carro a Maní tava interessada na vista e a Mel interessada em ficar pertinho da Maní, mas sem sair do colo da mãe dela; fez altos malabarismos até que conseguiu se dividir entre os dois colos!
Chegando na casa do Juan ficamos sabendo que eles tinham dois cachorros grandes, não muito amigáveis e que estavam brigando entre si.
Separados os dois grande e passados os primeiros minutos de tensão, apresentamos as pequenas pra eles e não houve maiores problemas…
Isso até a dona do cão dono da casa, um velhinho bonito e rabugento, ir fazer festa pra Maní, a Maní responder a achar que podia, então, fazer festa pro cachorro tb… Aí foi a maior latição (por parte do outro, pq ela continuava de rabo balançando), levar a Maní pra fora enquanto tiravam o outro da sala, enfim…
Foi só um momento, mas deu pra constranger…rs
E aí fomos pra praia!
Tava super curiosa pra ver a reação da minha cã, que agora é fã de água, com tanta areia e com tanta água. Mas essa parte foi bem sem graça! hahaha
Ela chegou lá e parecia estar super familiarizada com a areia, nenhuma novidade….aí levei pra perto do mar e ela reparou que aquela água era infinitamente mais gelada do que qualquer outra…nem quis saber…
Passou a tarde sentada em baixo do guarda-sol, olhando ansiosa pra todos que passavam, esperando que alguém parasse pra conversar com ela, cães, principalmente!
Reparem na quantidade de gente maluca “curtindo” o mar congelante!
Lucas, Duilio e Juan, aliás, bancaram os malucos, mas não aguentaram nem dois minutos (literalmente 2 minutos) antes de voltar correndo pra areia quentinha! hehehe
ficou faltando foto da dupla dinâmica – Maní e Mel – juntas… =/
Foi uma delícia de domingo, mas serviu, especialmente, pra alimentar minha abstinência de praia (“oi, meu nome é Gabriela e faz dois anos e dois meses que não vou à praia”).
Em março vou pra uma praia descente – entenda-se brasileira, não preciso de nada chique, só comida gostosa, mar quentinho, sorvete…
Nem que tenha que ir sozinha, eu vou pra praia!!! Ah, eu vou!
"do lado de baixo do Equador"
Já descemos mais de 1.800km (de carro) e amanhã começamos a subida de volta…
Até agora temos 1.240 fotos!
Saímos de Santiago na segunda feira, dia 02, fizemos nossa primeira parada em Temuco, no dia seguinte Los Angeles e Valdivia, depois Osorno, Entrelagos, Vulcão de Osorno, Puerto Varas, Frutillar, Puerto Montt…hoje atravessamos pra Ilha de Chiloé e já conhecemos Ancud, Cucao e Castro!
É tanto lugar que vamos confundindo os dias, as ordens dos passeios, o que tinha em cada lugar, etc…
Essa é a vantagem de estarmos em grupo (somos 4) fazendo uma viagem longa: ela nem acabou ainda e já estamos relembrando os passos…rs
Muita paisagem bonita e diferente, muita gente simpática, várias experiências novas, muito calor, muitos insetos (malditos Tábanos!!!!!!!!!), muita comida boa – especialmente peixe, muito peixe! – agora um pouco de chuva, MUITA estrada… e um Chile todo novo e diferente do que eu considerava “chileno”!
Experiência mega importante nessa vida de expatriada, explorando mais e mais da tirinha querida que é esse país! (pena que é uma tira muito comprida e difícil de percorrer de ponta a ponta…rs)
Por enquanto vou ficar devendo fotos porque o wi-fi do hostel aqui em Castro está muito ruim…
Aos mais curiosos deixo um convite: dêem um pulinho lá no GoogleMaps pra ver o traçado da nossa rota enquanto esperam nossos pontos de vista!
Beijos e ótimo 2012!
"nas pedras do seu próprio lar"
No sábado passado tivemos uma experiência super chilena, ou melhor, super chilote por aqui!
O Lucas trabalha com uma equatoriana, filha de chilenos, que morou no Brasil por um ano (fala o melhor português que já ouvi num estrangeiro) e namora um carioca – Contanza e Marcos.
Eles nos convidaram pra ir comer Curanto na Casa Chilote. Explico:
Chiloé é um arquipélago lá pro sul, que durante muito tempo ficou meio isolado e por isso tem uma cultura muito forte e muito própria. Eu conhecia a ilha e algumas histórias de suas tradições pois li, em junho, último livro da Isabel Allende, “El Cuarderno de Maya”.
O livro conta (sem spoilers) a história de uma adolescente americana, de família de origem chilena, que vai morar em Chiloé. Além de ser ter a parte “romance interessante”, o livro fala bastante sobre a cultura do lugar e as impressões dessa estrangeira chegando no Chile me amarraram por identificação…rs
A Casa Chilote é um casarão no centro de Santiago que serve como um centro cultural da Ilha aqui na capital, mas também é a moradia de jovens estudantes Chilotes que vem pra Santiago pra cursar a universidade.
Já o Curanto é uma comida super típica de Chiloé, que é preparada em um buraco no chão. Literalmente, cava-se um buraco, coloca-se toda a comida lá dentro – em camadas e em uma ordem certa – cobre-se (o fundo e o topo) com pedras super quentes e deixa-se ali cozinhando o dia inteiro!
O resultado é esse:
Nesse prato todo temos: mariscos, carne, frango, linguiça, chapalele (uma massa de farinha) e milcao (preparado com batatas cozidas e cruas, e outro ingredientes, como salsicha, linguiça…)
Esse copinho pequeno aí na foto é uma bebida quente feita com vinho, lembra bastante o vinho quente (ou quentão, sei lá, sempre confundo..hahaha).
A combinação de tudo isso é uma maravilha!!! Acho que nunca comi uma carne tão macia e saborosa na vida!! Muito boa mesmo!!!
Sou meio fresca pra comer (ok, MUITO fresca), e apesar de não ter adorado todas as coisas desse prato, provei tudo e foi uma experiência muito bacana!
E é tanta comida que eles entregam sacolinhas pra todo mundo “empacotar” o que sobrou e levar pra comer em casa!
(a xícara que está aí é um caldinho, basicamente o caldo em que tudo isso foi cozido. Os Chilotes nos disseram que é mais energético do que qualquer coisa, mas esse eu só provei mesmo..não deu pra encarar porque era gordura pura…rs)
Na verdade, a experiência completa foi super bacana!!! Chegamos na Casa Chilote graças a uma reserva feita em nome de uma tia da Contanza, que meio que faz parte da comunidade, mas estava doente e não nos acompanhou. E comunidade é a melhor palavra! Estavam lá vários Chilotes, pessoas com saudade de casa e dos sabores de casa, que se reunem uma vez por mês pra fazer esse Curanto.
Os jovens estudantes que moram ali são responsáveis pelo trabalho de garçons, as pessoas mais…digamos…tradicionais fazem a comida e todos se reúnem em uma noite de festa e muita comida!
É uma reunião do povo de Chiloé, mas gente de fora é muito bem vinda! Depois da comilança, um moço responsável pelo lugar subiu no palco e agradeceu todo mundo que estava ali. Falou de nomes importantes pro Chile – como um ex jogador de futebol de um dos maiores times daqui, nomes importantes de Chiloé – como a presidente da coorporação e de todos os amigos que haviam sido levados pra conhecer e compartilhar daquela cultura. O lugar estava cheio de velhinhos Chilotes, mas também estava cheio de estrangeiros: equador, guatemala, costa rica…e nós do Brasil, também fomos apresentados e recebemos nossa salva de palmas!!! hehehe
Aí começou a parte animada da festa! Primeiro, o respeitoso momento do Hino de Chiloé:
Músicas tradicionais daquelas “impossível ficar parado” e o pessoal super animado dançando um monte!!!
(sugiro prestar atenção no senhor que está à esquerda do vídeo, um italiano super animado!)
Teve o momento de cantar parabéns pros aniversariantes do mês:
(esse eu gravei pra vocês conhecerem o cumpleaños feliz)
E o momento da Cueca, dança tradicional chilena:
Segundo a história, a dança seria a representação de uma galinha se oferecendo pro galo, o galo tentando conquistar a galinha e ela se fazendo de difícil. Conseguem enxergar tudo isso na dança? hehehe
O casarão é super charmoso também! Mas faltou uma foto do lado de fora…
O mais bacana disso tudo é que não foi um passeio tipicamente turístico, estávamos no meio de Chilotes, num evento Chilote, feito pra eles matarem a saudade de casa!
Acho que esse é um dos melhores jeitos de se conhecer uma cultura de verdade – claro, nem se compara com o “estar lá” de verdade, mas comparando com um turismo tradicional…
Conversamos com algumas pessoas que estávamos na nossa mesa, todos de Chiloé, uma que morou muitos anos na Alemanha, ficou conversando com o Lucas em alemão e me lembrou algumas histórias do livro, sobre o momento atual da ilha que acaba fazendo com que todas as pessoas da ilha em idades produtivas saiam de lá pra ganhar a vida em outro lugar e ficam por lá as partes muito jovens ou muito velhas das famílias…
A tradição é tão forte que em algumas ilhas lá o comércio não existe, as coisas funcionam na base da troca!
A leitura da Allende, somada à essa experiência do sábado me deram muita vontade de ir ao lugar.
O povo da Ilha de Chiloé costuma dizer que antes de ser chilenos eles são Chilotes. Mas estando aqui no Chile não posso deixar de conhecer esse pedacinho de mundo, meio daqui e meio de si mesmo, não é?!
Ps.: Hoje soubemos que a tia da Constanza,que nos reservou o jantar, está no hospital, então, pensamentos positivos pra que ela melhore logo!!!!
(pronto, dívidas pagas. Já posso partir pros próximos textos…rs)
Beijos a todos!
"e remove as montanhas com todo cuidado, meu amor"
Estou devendo dois post’s pra vocês e vou sanar a dívida em ordem cronológica, portanto, hoje vou contar um pouco sobre a viagem para Portillo e Mendoza!
O passeio começou com um pequeno estresse pois as coisas se confundiram e perdemos o horário que havíamos marcado com o veterinário para deixar a Maní… depois da irritação, da solução, do trânsito e do aperto no coração na hora do tchau, a Maní ficou e eu e o Lucas saímos ao encontro dos outros companheiros de viagem. Eram eles:
– Duilio: também FuD, da mesma edição que o Lucas. Chegou no Chile um mês depois de nós e tem sido companheiro por aqui (a mãe dele até fez um strogonof delícia pra gente quando veio visitá-lo!!! hehehe)
– Ceschin – trabalha no Santander aí no Brasil e veio aproveitar o Chile pra fazer muito snowboard
– Raquel – amiga do Duilio, venho conhecer o Chile e aproveitar a hospitalidade do amigo….rs
Os três saíram de Santiago um pouco mais cedo e portanto puderam nos dar um pouco de instruções do caminho e conhecer antes de nós o excelente hotel que nos esperava!
Claaaarooo que o GPS tentou nos matar, mandando seguir reto numa ribanceira. E claro que nos perdemos algumas vezes! Em uma delas aproveitamos um pedágio pra pedir instruções, a moça super simpática nos disse que poderíamos fazer o “retorno” passando no meio de uns cones poucos metros à frente… o bizarro foi que depois de “retornar” voltamos, claro, pro mesmo pedágio, a mesma moça saiu na janela do outro lado e nos cobrou mais uma vez, com a maior naturalidade no “buenas noches”! hahaha
Em determinado momento falamos com o Duilio, que tinha acabado de chegar no hotel e, à nossa pergunta de “como é aí?” nos respondeu com um “só vendo!”.
Ok, quando chegamos lá vimos e entendemos! Tínhamos reservado dois chalés em um hotel na parte baixa da montanha de Portillo, pra passar a noite por lá e chegar na manhã seguinte bem cedinho pra esquiar. Segundo o site do hotel, estaríamos nuns chalés super charmosos, com aqueles telhados inclinados cheios de neve e tal…
Qual não foi nossa surpresa quando, chegando lá, demos de cara com isso:
Um importante detalhe sobre essa estrada: ela passa pela Cordilheira dos Andes e as paisagens do caminho são as coisas mais lindas!!!!
Aí uma só curva e, puff!, neve!!
Senevasseaquicêusavaski?
Imagino que quase todo mundo saiba que eu sou mega descoordenada. Muitos já me viraram levar (ou quase levar) milhares de tombos por aí. As manchas roxas das caídas, topadas e enroscos não são difíceis de encontrar em diversas partes do meu corpo. O que talvez nem todos saibam é que eu não sei andar de bicicleta.
Pois bem, processem todas essas informações antes de seguir lendo…
Pronto? Então vamos…
Neste mês de julho o Hotel MaLuGa está praticamente com lotação máxima, não tem quase nenhum dia sem visitas por aqui.
No sábado o Lucas foi pra Argentina, passar uma semana tendo cursos pra virar um futuro diretivo do banco (rs), mas fiquei muito bem acompanhada pelo irmãozinho Guto, seu amigo João, a primoca Nathalia e o parceirão Lucas (chamarei de Lucão pra não confundir…rs).
Aproveitando a reunião gostosa, ontem fomos esquiar!
O Lucão e o João já tinham esquiado antes, então tinham alguma experiência na arte. Além disso, o Guto e o João foram na quinta feira pro Colorado e estavam bastante treinados.
Eu e a Nathalia que nunca tínhamos esquiado na vida fizemos a aula “para principiantes” (acompanhadas pelo Lucão) e ela, apesar de ter apanhado um pouco no começo, foi insistente e ousada e acabou se saindo super bem nas montanhas branquinhas!
Já eu….bom, eu comecei a me machucar quando chegamos ao Colorado e descemos da van: derrubei a bota do esqui no meu pé e doeu pra caramba! Um pouquinho depois tropecei feio em uma escada (não, ainda não tinha calçado a tal bota).
Quando fui subir outra escada, agora carregando o esquipamento (botas super pesadas, esqui e bastões) precisei da ajuda de duas pessoas, porque enroscava os bastões nos degraus, quando ia soltá-los derrubava os esquis e quando abaixava pra pegá-los enroscava tudo na minha calça, e assim sucessivamente.
Depois veio a novela dos quinze minutos pra conseguir calçar cada bota (mas essa dificuldade é normal em todos os principiantes…rs), a caminhada patética com as botas nos pés e enfim, o começo da aula.
Fiquei à vontade quando vi que todo mundo ali tava tão atrapalhado quanto eu e fiquei aliviada quando não fui a primeira a cair parada – apesar dos diversos desequilibrios que já tinham acontecido!
Por algum motivo eu virei a primeira da fila e tinha que fazer tudo que o professor mandava antes de todos os outros, com todo mundo olhando. Vergonha pouca!
Eu não estava me saindo bem, mas não estava me saindo mal também.
Até o profesor mandar a gente se jogar no chão pra aprender a levantar de um tombo… Sério, é humanamente impossível levantar do chão com aquela bota e os esquis! Impossível! Pelo menos pra mim…
Foi ridículo! O professor vinha colocar minha mão onde tinha que ficar pra eu levantar, e a minha mão não fica de jeito nenhum no lugar certo. Meu pé ficava tentando fazer uma dobra numa luta brava com a bota e eu simplesmente não levantava!
Depois o professor ensinou um outro jeito alternativo e assim, depois de mais um pouco de ridículo eu saí do chão…
Aí chegou a hora aprender a fazer curvas. Pra esquerda, ok! Pra direita…nããããooo! (detalhe: quando eu estava quase aprendendo a andar de bicicletas, as curvas eram minhas maiores inimigas!)
Enfim, a aula durou quase 1h30. 1h30 de MUITO calor – quem inventou que tem que se encher de roupa pra fazer aquilo? Calor absurdo!
Esforço absurdo, cansaço absurdo, dor nas pernas e no pé, não me agüentava mais em pé, literalmente chegou uma hora em que me apoiava nos bastões e soltava todo meu peso neles, porque minhas pernas já tinham pedido água há muito tempo!
Bom, depois da aula fomos almoçar e depois de todos descansarem um pouco, foram subir as montanhas e descer nos esquis. Todos menos eu!
Eu estava podre. Cansada. Acho que o esforço da torta aqui foi mais do que a fraca aqui agüentava por um dia…rs
E, confesso, o fato de poder voltar lá pra cima depois, especialmente na companhia do maridão, autorizou minha preguiça a se manifestar…
Preferi passar o resto da tarde tirando fotos, brincando com a neve (ah, a neve!!!) e descansando meus pésinhos!
Chegando em casa fomos descobrir os estragos: tenho manchas roxas que não faço idéia de como, quando ou onde fiz. Meu tornozelo continua inchado, quase 24h depois! Quase todos os músculos ainda doem.
Acho que no final eu não cheguei na parte do esqui que é divertida, porque enquanto os outros estavam super curtindo o momento eu ficava me perguntando: “quem foi que teve essa idéia, mesmo???”
Mas isso não quer dizer que eu desisti de vez! Em não muito tempo pretendo subir de novo, e espero desenvolver uma relação mais amigável com o novo “esporte”. Não que eu costume me dar bem com esportes…mas se você está na neve, é pra se molhar, não é!?!
Agora algumas fotinhos pra ilustrar:
Beijos gelados a todos!
Primeiras visitas ilustres!
Quinta-feira, dia 07 de abril, estou eu lavando roupa quando Jack chega em casa na hora do almoço com uma pequena surpresa: minha mãe!!!
Ele programou a coisa toda pra que ela viesse passar meu aniversário comigo! Eu, como sempre, não fazia a menor ideia de nada e fiquei boba!
Quase que literalmente, pq demorei alguns segundos pra entender a situação: minha mãe, Santiago, minha casa…. Parecia que o cérebro estava enganando os olhos, porque não fazia sentido o que estava vendo! hehe
Claaaaro que foi aquele chororô, abraços mil, tremedeira, etc…Veio pra ficar uma semana, o que significa que quinta passada foi embora. =/
Ela me contou que depois que o Jack ligou fazendo o convite pra ela vir é que ela percebeu a saudade que estava. Pois eu acho que percebi o tamanho da saudade quando a abracei!
Vou ficar devendo fotos da semana, porque não encontrando o cabo da máquina fotográfica e porque a maioria das fotos está na máquina dela…. Mas o resumo da semana:
No dia em que ela chegou fez jantinha gostosa com o “macarrão da minha mãe”, um dos meu pratos preferidos e que eu tava morrendo de saudades!
Na sexta eu fui pra aula de manhã, normal, e a tarde fomos no shopping fazer compras! Hahahha. Explico: eu odeio fazer compras!!! E a situação do meu guarda-roupa estava crítica, então fui praticamente obrigada a olhar as coisas com calma e escolher algumas que fossem boas! Passamos muitas horas no shopping e no final conseguimos algumas boas compras! (estou empenhada em mudar meu estilo, me vestir mais “adulta”! Acho que tá dando certo…rs)
No sábado eu tenho aula de manhã e minha mãe resolveu me acompanhar até a faculdade pra passear de ônibus, conhecer outras parte da cidade e conhecer a enorme faculdade! hehehe (a aula de sábado é curtinha e a escola está vazia, então foi bem tranquilo) Depois pegamos o Jack e fomos almoçar em um restaurante muito bom, com uma costela melhor do que a do Outback!!!
E no domingo fizemos um passeio muito legal!! Subimos para o Valle Nevado, uma das estações de esqui daqui. Dá mais ou menos 1h40 de viagem, numa estrada com 61 curvas em 180o! Sim, 61!!
Claro que nesta época do ano não tem neve, mas o passeio vale pelas vistas! Santiago fica em 600m de altitude e o Valle em 3000m; enquanto vamos subindo acompanhamos diversas mudanças: no clima, no céu, nas vegetações, etc… É muito lindo! No dia em que fomos o clima estava muito nublado aqui em baixo, tanto que quase desistimos de subir, mas passamos por todas as nuvens e encontramos um céu muito azul!!! Com um mar de nuvens que era a coisa mais linda! Fora o escândalo à parte que são as montanhas e a Cordilheira! Imensa, marrom, com neve em alguns picos… um espetáculo!
Na segunda era meu aniversário então cabulei a aula(com incentivo. rs) e passei o dia com mamãe =D
Fomos almoçar em um restaurante super chique, indicado pela tia Maria. Chama Aqui está o Coco e é especialista em coisas do mar. O lugar é lindo e a comida muito boa! Presentão de aniversário!!!
Depois subimos de Funicular – um bondinho – até o Cerro San Cristóban que tem uma vista muito legal da cidade e, especialmente, uma vista incrível da Coridiheira! De lá de cima conseguimos ter a noção exata do quão grandiosa ela é, porque se pode comparar seu tamanho com os prédios pequenininhos em baixo! Juro, chega a ser emocionante!!!
A noite ganhei “bolo de cenoura da tia Vania”, delicioso e vieram 3 amigos comemorar um pouquinho com a gente!
Na terça tinha aula o dia inteiro então minha mãe foi fazer aquele tour com o ônibus vermelho de dois andares (depois cobrem fotos dela) pelo centro de Santiago.
Na quarta fomos em outro restaurante de frutos do mar onde comemos uma paella peruana, com um tempero diferente, mas bem bom tb!
A noite a saudade prévia já começou a apertar e curti um colinho de mamãe, e comecei o chororô da despedida!
Ela foi embora de manhã e, confesso, foi mais difícil voltar pra casa vazia nesse dia (sorte que tem a Maní!!).
Foi uma semana ótima pois além dos passeios das comidas deu pra se curtir bem, matar a saudade e conversar muito. Todo tipo de conversa: boas, difíceis, necessárias, gostosas, fofocas, engraçadas, etc
Isso sem falar na Maní que amou ter a vó aqui! Ganhou presentes lindos – que ela já elegiu como preferidos! – foi mimada, teve mais companhia do que o normal, ganhou muito colo e aprendeu rapidinho pros pés de quem correr depois de fazer coisa errada! hahahha
O bom é que na quinta (mesma quinta) a noite chegaram os pais do Jack que vieram pra ficar pouquinho – já vão embora no domingo – mas o suficiente pra curtir a família e a cidade!
(esse foi um post mega descritivo, hein?! Acho até que ficou meio desconexo, mas acho que deu pra contar um pouco de tudo…é isso que importa, certo? rs)
Beijos saudosos!
Um post gigante pra dar conta de contar tudo!
Primeiro o antes de aqui – a viagem: Coloquei no meu twitter outro dia que a parte mais difícil das despedidas era soltar dos abraços, virar as costas e ir embora. E foi assim que foi! Chororô danado no “Embarque Internacional”, abraços queridos e apertados, bem complicados de se desfazer. Mas o Chile nos esperava e, apesar da dor da “pré-saudade”, embarcamos muito felizes!
A viagem é rápida (especialmente pq dormimos metade dela) e a parte mais emocionante é, sem dúvida, atravessar a Cordilheira dos Andes (que depois merece um post só pra ela!).
O cartão de memória estava mal colocado na máquina e só ficou essa, das 80 fotos que tirei… =(
E a turbulência nesse momento é tensa!
Bom, chegando aqui tinha um motorista nos esperando no aeroporto que nos trouxe direto para o hotel. Deu pra ver pouco da cidade, mas passamos por um monumento que é quase um personagem num filme chileno que tínhamos visto na semana anterior, ou seja, já parecia que a gente conhecia tudo! Hahahaha
Assim que chegamos o Carlos – um chileno, tb Futuro Diretivo, que vai pro México mês que vem – veio nos buscar. Nos levou pra comer “la mejor hamburguesa de la ciudad” (que até que é boa mesmo!rs) e em seguida já fomos pra praia!!!
Viña del Mar é uma cidade que já começa te recebendo muito bem! Olha a vista logo que se chega:
Nesse dia estava tendo “churrasco” de aniversário da Marion (outra chilena e FuD, mas que vai pro Brasil!), era na cobertura do prédio dela, no 23o andar com uma vista muito bacana de toda Viña!
E já chegamos falando só português, pois além da Marion e do marido dela – Nico – estarem se preparando pra mudança, ele trabalha em um empresa de barcos que é cheia de brasileiros, e o churrasco tava cheio deles! Estavam tentando “abrasileirar” o negócio, então tinha coração de frango pra comer (que os Chilenos achavam muito estranho) e ouvimos um monte de sertanejo e pagode pra matar a saudade de casa (NOT!)…rs
Marion, aniversariante da noite.
Quando deu umas 20h30 fomos pra praia ver o pôr do sol! Siiimm!!! O sol aqui se põe no mar e as 21h!!!
Apesar de a água ser MUITO gelada (esses que estão nadando são todos loucos, queria deixar registrado…hahahaha), não resisti e coloquei meus pés no Pacífico logo no primeiro dia!! Foi emocionante!
Bom, passamos a primeira noite na casa do Carlos e da Begônia (esposa dele) e no dia seguinte fomos conhecer Valparaiso.
Apesar de serem uma ao lado da outra, Viña e Valparaiso não se parecem nem um pouco! Viña lembra muito o Guarujá, com praias bonitinhas, shoppings, bastante comércio, etc.
Já Valparaiso não tem praia, tem porto; é cheia de casinhas antigas e históricas, todas coloridinhas, algumas feitas de lata até! É cheia de morros e tem uns elevadores velhas pra caramba pra levar o povo pra cima e pra baixo (acho que atualmente só 2 funcionam…). É uma cidade charmosa e boêmia…Mas achei que podia ser mais bem cuidada, não sei…