Peguei o certificado de Pedigree da Maní pra passar os dados pro atestado de saúde que ela precisa pra ir pro Brasil e tava prestando atenção numas coisas…
Ela só tem uma avó, que é mãe do pai e da mãe, ou seja…seus pais são irmãos!
E não pára por aí, vários outros nomes se repetem na pequena árvore genealógica de (apenas) 4 gerações…
Esse tipo de coisa me revolta muito!
Carrego comigo uma culpa, que vivo tentando esconder de mim, por ter uma cachorra de raça.
Minha justificativa racional faz sentido pra mim: nunca tive cachorro e nunca gostei de cachorro, portanto, quando escolhi ter um, precisava garantir algumas características pra que pudesse aprender a viver com esse novo animal.
Eu não podia correr o risco de pegar uma vira lata que cresceria demais ou que latiria demais…ou que exigisse de mim coisas e paciências que eu não sabia se teria com um cachorro.
Porque desistir depois de ter JAMAIS seria uma opção pra mim, mas viver com um bicho que não me agradasse também não faria nenhum sentido…
Como expliquei outras vezes, por causa do novo estilo de vida – expatriada, com país de origem pra visitar e país novo pra conhecer – não daria pra ter meus favoritos gatos. E não ter bicho nenhum, nem pensar!
Decidido que seria cachorro, fiz uma mega pesquisa, li um monte, pesquisei na internet, conversei com veterinários…tinha que ser o cachorro certo. E foi assim que escolhi o Shih Tzu.
É uma raça incrível e que sempre recomendo pra quem tem o estilo de vida parecido, ou mora em apartamento ou tem criança em casa…é excelente!
Mas é de raça, é criada e é comprada!
Um dos momentos em que isso mais pesou pra mim foi quando cheguei em casa e encontrei a Maní tremendo, como se tivesse engolido um celular no vibracall; tremedeiras fortes e ritmadas que vinham, tremiam e passavam…
Liguei assustada pro veterinário e ele me deu uma lista de sintomas pra prestar atenção, disse que poderia ser uma convulsão já que, nas palavras dele, “epilepsia é uma doença comum nessa raça”.
Putz, além do susto de ver sua filha com provável epilepsia, fiquei muito puta comigo! Porque independente da pesquisa e da raça escolhida, minha filha é a Maní e saber que ela estaria sujeita à uma doença tão séria por causa do egoísmo do ser humano que fica fazendo essas criações bizarras – seja pra “melhorar” a raça, seja pra ganhar dinheiro… Putz, que raiva! Raiva disso existir e raiva de compactuar com isso!
No final a tremedeira era um sintoma bizarro da gravidez psicológica em que ela estava, portanto, nada sério, susto deixado pra trás, ufa!
Mas fora isso, ela tem vários outros defeitinhos genéticos, como o dedo a mais no pé direito ou as mil e uma alergias ou o problema dos vômitos inexplicáveis..
Amo minha pequena, com raça ou não, do jeitinho que ela é, não troco por nada e tô pouco me lixando pra esses “defeitos”, mas realmente me revolta pegar a árvore genealógica dela e saber que isso tudo poderia ter sido se não evitado, pelo menos amenizado, se esses criadores de merda não fizessem esses cruzamentos ridículos pra garantir uma coisa qualquer que dê dinheiro pra eles…
Pensar que ela pode vir a sofrer por causa disso é de revirar o estômago, mas não tem muito o que fazer agora, a não ser cuidar dela da melhor forma que posso.
A maior vantagem dessa história é que a Maní, raça escolhida, acabou me ensinando que muita coisa que eu queria garantir depende muito do “indivíduo cachorro”, mais do que qualquer raça. E me ensinou também, claro, a gostar de tudo que é cachorro! (apesar de, confesso, ainda não ter paciência pra latição nenhuma! rs)
Arquivo mensal: fevereiro 2012
"Desses que às vezes a gente sonha"
Preciso compartilhar meus sonhos das duas últimas noites!
Primeiro um pouco de contextualização:
Na terça feira da semana passada eu fui roubada pela terceira vez! Assim como da primeira, o ladrão era peruano, não chileno; mas diferente das outras vezes, dessa vez ele roubou mesmo o celular… No final, graças ao GPS do iPhone, conseguimos encontrar o ladrão e ele está preso (semana que vem vou de novo na delegacia pra depor). Infelizmente, ele tinha acabado de vender o aparelho dentro de um centrinho cheio de lojas ilegais de peruanos, daqueles lugares que policial não entra…
Na segunda feira o Lucas me contou que o irmão de um amigo quase foi roubado. Estouraram o vidro do carro dele (uma Santa Fé), mas foram pegos no ato e conseguiram fugir, mas não antes de ter o vidro do próprio carro quebrado também. Durante a fuga a polícia os parou pra perguntar sobre o vidro quebrado e, por sorte, nesse mesmo momento o dono da Santa Fé ligou na polícia pra fazer a denúncia da tentativa de roubo. Resultado: os caras foram presos e nosso amigo e seu irmão também estão nas burocracias de delegacias e depoimentos..
Bom, os sonhos:
Duas noites atrás eu sonhei que havia uma epidemia mundial de uma doença peruana muito séria e perigosa. Todos os países estavam super preocupados, mas tinham desenvolvido uma vacina pra tal doença. Só que eu estava com uma gripe muito forte e as autoridades não conseguiam decidir se podiam ou não me dar a vacina no meio de outra doença…
Essa noite sonhei que três crianças (de uns 8 anos) roubavam uma Santa Fé dourada, mas meus amigos já estavam esperando por isso, então conseguiam seguir o carro roubado e seus respectivos ladrões, inclusive se antecipando aos movimentos que os mesmos faziam.
Quando finalmente conseguimos capturá-los já estávamos em um lugar que era como o QG dos meninos, que acabaram nos confessando que o roubo, na verdade, tinha sido uma estratégia pra nos levar até esse lugar. Lá eles queriam que nós conversássemos com um doende de corpo e cabelo verdes e pouco mais de 20 cm. Esse doende estava fundando uma nova religião, da qual ele seria o deus, os meninos ladrões já estavam convertidos e tentavam fazer o mesmo conosco. Ficamos um bom tempo debatendo o assunto, sobre o roubo, a necessidade da nova religião, etc…
Nos dois sonhos acordei antes que alguma decisão fosse tomada.
Bizzaros ou não?!?!
"Vamos lamber a língua"
Um dos piores pesadelos que tive na vida – se não o pior – foi quando sonhei que o Chico Buarque tinha morrido. Acordei chorando muito e com uma angústia tamanha que demorou a passar e que até hoje aperta meu peito quando penso no assunto.
Em 2007, no período em que ia a todos os “Baile do Baleiro”, ou seja, quase toda semana num show, eu sempre saía de lá com a alma lavada, com uma felicidade indescritível. Ia dormir leve e tinha sonhos super gostosos em que estava em uma roda de violão com toda a banda, super amiga do pessoal, batendo altos papos e cantando tudo que é música. Isso sempre resultava em manhãs deprimidas e depressivas, manhãs de voltar à realidade, lembrar que não sou amiga dessa turma e tão pouco sei cantar! rs
Li agora no blog Adorável Psicose o seguinte trecho:
"O mundo está ao contrário e ninguém reparou"
Viver em um mundo em que você paga muitos dinheiros pra ter um celular com sistema e GPS e o caramba a quatro, pra poder encontrá-lo em caso de roubo. Ou viver em mundo em que você não pode ter o celular que gostaria porque sabe que só estaria gastando dinheiro em uma coisa que ao final vão mesmo te roubar. Ou viver em um mundo em que os muitos dinheiros que te cobram pelo celular (ou pelo “necessário” seguro dele) já é, por si só, um roubo. Ou viver em um mundo em que você precisa roubar um celular que vale muitos dinheiros, pra vender por muito pouco dinheiro – torcendo pra que ninguém te pegue – para que com esses poucos dinheiros você possa alimentar sua família por, quem sabe, duas semanas.
O que mais falta pro mundo reparar que o mundo está todo muito errado????
Hoje eu “perdi” meu celular. Perdi 4 horas da minha vida com a burocracia “policiana”. Perdi mais um pouco da minha fé na humanidade. E perdi mais um pouco da minha esperança no mundo.
Milagres/Miséria – Adriana Calcanhotto
“A fome está em toda parte
Mas a gente come,
Levando a vida na arte”
"Ponha a roupa de domingo"
É como se tivesse sido ontem. O frio na barriga. Os abraços apertados. O coração na confusão entre o dolorido e o ansioso. Ainda consigo sentir tudo isso.
"Sempre na guarda do seu portão"
Cão de guarda???
Que nada! Aqui é Cão que Aguarda.
Do lado da porta.
Sentada ansiosa ou dormindo relaxada, tanto faz.
Ela espera.
Porque o que importa é garantir sempre a melhor recepção ao próximo que chega.
Garantir que qualquer perna nova vai ganhar a marca do seu cheiro.
Que cada um que entra se sinta especial e querido.
Mostrar pra cada um que volta a falta que fez.
E ganhar lugar no coração de todos que se derretem e se deixam conquistar!
A capacidade que a Maní tem de sentir e demostrar afeto (quase de graça) é de se invejar!