Uma das coisas que eu mais gosto em Santiago é a quase inexistência de chuva.
Arquivo mensal: maio 2012
"So, please, please, please"
Basta entrar no meu blog pra dar de cara com o logo do Adote um Gatinho!
Acho que absolutamente todo mundo que me conhece sabe do meu amor pelos gatos e da minha escolha pelo Adote um Gatinho como ONG preferida ever!!! rs
Pois hoje eu vim aqui contar como começou minha relação e minha paixão pelo Adote!
O texto que segue foi escrito por mim em dezembro/2009… um pouco sem saber o que fazer com isso, ele acabou virando um email babão pra Juliana e pra Susan, e foi assim que tudo começou…rs (versão sem edição ou correção)
Conheci o Adote Um Gatinho algum tempo atrás, pesquisando informações de como cuidar melhor do meu gato e logo me encantei com o trabalho. Na época eu fazia faculdade no interior e como uma boa universitária de curso integral, não possuia renda, assim, minha contribuição para a ONG ficava reduzida à divulgação do trabalho.
Quando tive que voltar pra São Paulo, trouxe, claro, meu gatinho (Léo) comigo, mas a casa dos meus pais (onde voltei a morar) é praticamente impossível de fechar e por mais que eu tenha me esforçado pra que não acontecesse, o Léo se tornou um amante das ruas. Passava os dias soltos e a noite dormia preso em casa; desta forma ele fez muitos amigos (humanos e gatos), mas também acabou encontrando um final terrível. Em junho de 2008 o Léo foi envenenado. A dor foi imensa, eu me culpei pelo fato, e sinto a falta dele todos os dias, até hoje.
Bom, algum tempo passou, algumas coisas mudaram – agora eu conheço essas pessoas, não só como voluntárias ou fundadoras da ONG, mas como seres humanos de verdade. Tive o prazer de trabalhar no Bazar de Natal em 2010 e em 2011 fiz os vídeos de fim de ano e, de alguma forma, estive presente no Bazar também!
CNPJ: 08.858.329/0001-08
Itaú: 0341
Agência: 2970
C/C: 12869-6
Bradesco: 0237
Agência: 3334
C/C: 6253-7
"Você não gosta de mim"
Já vou logo avisando que não tô pedindo confete!
Mas tava aqui pensando…nessa coisa de amizade, carinho, amor… Como sempre digo, sou chata e anti-social, e gosto muito de ficar sozinha. Mas às vezes bate a solidão e a carência, confesso…
Nessa vida de outro país a distância do Brasil e, principalmente, as voltas ocasionais ao Brasil me fizeram olhar as amizades com outros olhos. Quem são as pessoas que realmente importam? E, mais ainda, quem são as pessoas que realmente se importam???
Nesses 15 meses de Chile eu cansei de escrever emails e mensagens mandando e pedindo notícias, mandando e pedindo abraços… Mas quantos são aqueles que lembram de mim, que sentem minha falta e colocam os dedinhos em movimento pra me procurar e me dizer isso – espontaneamente???
A anti-social aqui nunca se importou de dar o braço a torcer e escrever pedindo encontros virtuais… Mas ela cansou!
Não tenho ciúmes do meu marido e nunca tive dos ex-namorados – nesses eu sempre confiei e sempre me entreguei, mesmo tendo quebrado a cara algumas vezes, isso em mim não mudou.
Mas com os amigos eu sempre fui ciumenta e insegura…
Acho que faz parte da consciência de que sou chata… Justamente por me virar bem sozinha na maior parte do tempo, tenho o maior medo de que nessas minhas ausências meus amigos acabem descobrindo alguém mais legal pelo caminho e/ou acabem se esquecendo de mim, e não estejam lá quando eu precisar ou quiser…
Essa é uma ótima explicação do porque esse blog e porque minha presença tão intensa nas redes sociais desde que vim pro Chile… Deve ser a forma que encontrei de estar longe sem me perder, ou melhor, sem que me percam.
Mas ultimamente esse método tem me soado fraco e falso… Como disse, cansei de ficar pedindo atenção e saudade! Eu sei que todo mundo por aí segue com suas vidas agitadas, corridas, atribuladas… Mas eu também tenho minha vida cheia aqui e não por isso deixo de sentir e anúnciar minhas saudades e meus carinhos…
Ou melhor, não deixava… porque, agora, cansei!
"Pedaços de mim"
Ser mãe é ensinar a coragem, incentivar as ousadias, reforçar a auto-estima, curtir as novidades e comemorar as novas conquistas.
Saber acertar a distância: longe o suficiente pra deixar o filho e ir e se virar, e perto o suficiente pra poder segurar em caso de queda.
Minha mãe “me deixou” vir pro Chile e sabe estar sempre pertinho de mim (pelo coração e pela internet).
Minha filha acaba de descobrir esse novo mirador na casa e claro que a babona aqui ficou orgulhosa, achou lindo e registrou o momento…rs
A homenagem pra minha mãe eu fiz outro dia, aqui no blog, pelo aniversário dela, e hoje só posso repetir o parabéns pelo seu dia e muito obrigada por, literalmente, TUDO! Com ela estarei agora sempre, pendurada em seu pescoço! =)
A homenagem pra minha filha está em cada amasso e nos beijos infinitos que posso dar todos os dia nela e em cada carinho e chamego que recebo de volta! Privilégio que eu sei aproveitar direitinho!
Às outras mães, desejo um feliz dia, com o coração cheio de amor e os abraços cheios de carinho – desse jeito que, como todo filho sabe, só as mães sabem ter!
Beijos à todas!
"Tô lhe contando que é pra lhe dar água na boca"
“Chico é como um parente distante, que chega de repente e penetra na intimidade do nosso lar.”
A frase é no Nelson Rodrigues, o livro é da Regina Zappa, a biografia é do Chico Buarque, o presente eu ganhei do Lalo.
Mas quem se delicia sou eu. Quem está ainda mais apaixonada, sou eu!
Sério, dá vontade de ler esse livro infinitamente, pra sempre, todos os dias…
Ele traz a sensação de que estou do ladinho do Chico, escutando ele e amigos muito próximos a ele narrarem lindas histórias sobre uma vida que eu queria ter vivido; ou pelo menos acompanhado de perto.
(como eu sempre digo, nasci na época errada!)
É só a sensação, mas já é tão gostoso!!!Acho que isso é o que todo livro deveria proporcionar ao seu leitor…
Esse acertou na mosca!
No final, as histórias são do Chico e sobre o Chico, eu não estava lá pra ver e contar, a Beneton não gravou tudo e a globo só passou umas partes…mas o bom é poder abrir o livro e tê-las ali, pra hora que eu quiser relembrar, como se elas quase fossem minhas!
Feijoada Completa
“Feijão podre! Um símbolo de nosso regime, da podridão de nossos governantes e políticos. O Brasil, Clare, é um país saqueado. De fora para dentro. De dentro para fora. De cima para baixo… Ninguém nunca é responsabilizado por coisa alguma. Ninguém vai para a cadeia. Ó não! Somos encantadores, temos corações de ouro maciço! Inventamos as anedotas mais engraçadas do mundo. Achamos que todos devem nos adorar, pois não somos hospitaleiros e bos causeurs? Fazemos troça de todos, inclusive de nós mesmos. Temos remédios infalíveis para os males de todos os países, menos para os do nosso. A simpatia no Brasil é a grande panacéia. E é nessa simpatia, Clare, nesse nosso bom-mocismo (que torna o convívio com o brasileiro individualmente tão agradável), que reside nossa desgraça como nação! No Brasil tudo está bem se um sujeito é simpático. Por simpáticos (e também irresponsáveis e levianos) esperamos que as coisas no caiam do céu. Por simpatia votamos em homens incompetentes e ou desonestos para os cargos públicos. Se somos governantes ou políticos, por simpatia dizemos sim a tudo que nos pedem, embora depois não cumpramos o prometido. Por simpáticos damos empregos ou concessões rendosas (nem sempre lícitas) a parentes, amigos, compadres, afilhados, protegidos… e, que diabo!, por simpáticos fazemos as maiores concessões a nós mesmos, e satisfazemos a todos os nossos apetites. E essa nossa simpatia, sinal, repito, dum coração de açúcar, nos impede de fazer cumprir a lei, de sorte que bandidos e ladrões andam às soltas e podem ser senadores, deputados, governadores e até presidentes da República. Por simpáticos achamos que todos nos devem ajudar sem nunca no pedir contas de nada. Por simpáticos (ah! e por inteligentes, espertos e mestres na arte da improvisação) não panejamos, e confiamos sempre nas soluções mágicas. Porque no Brasil se acredita que até o deus ex machina é brasileiro. Ah, Clare! Como somos simpáticos! Você já tinha notado isso, não? Pois é. Somos tão simpáticos que nos acostumamos à miséria em que vivem mais de dois terços da população total do país… uma miséria abjeta que, no nosso Nordeste, é igual ou pior que a asiática… E como somos simpáticos e caridosos e, às vezes, vamos aos domingos à missa, durante a qual sorrimos e acenamos de longe pra Deus (que deve ser um sujeito simpático), de vez em quando damos esmolas aos mendigos, vagamente convencidos de que assim estamos contribuindo para resolver o problema social…”
Trecho do livro “O Senhor Embaixador” de Erico Verissimo, de 1965
Um belo tapa na cara de nós brasileiros, não é?!
Fiquei pensando que talvez um pouco por isso eu seja tão anti-social e antipática… Faz sentido se juntar com essa vontade toda de morar fora do Brasil…
Mas aí o tapa na cara é maior ainda!
Aquele velho blábláblá: “você pode tirar o sujeito do Brasil, mas não pode tirar o Brasil do sujeito”…
Aliás, ganhei o livro do meu tio Milani, depois de ter pedido um “clássico que não se pode deixar de ler”. Escolha perfeita!
Tapa na cara dolorido, daqueles que a gente precisa tomar de quando em quando…
Acabo de terminar a leitura e adorei! Recomendo muito!