Talvez porque por um bom tempo éramos as duas e só.
Talvez porque sempre estivéssemos as duas – com ou sem mais alguém.
Talvez porque nós, de alguma forma, crescemos juntas.
Talvez porque eu não seja muito boa de amigos novos.
Ou talvez simplesmente porque sempre foi assim.
De qualquer jeito, assim é o melhor jeito!
Legalmente ela virou “adulta” exatamente 15 dias depois que eu nasci. Imagino que na prática tenha sido um pouco diferente… Antes ou depois ou durante… ou os três.
Outro dia, num cartão de aniversário ela fez a matemática de quanto, na porcentagem da vida dela, eu estive presente.
Pois pense bem, se eu estou com você a mais de um terço da sua vida, o que dizer da minha, que tem 100% de você?
Não precisa me conhecer muito a fundo pra reconhecer em mim seus pedaços. Seja no nariz de tomada, na maçã do rosto que tá mais pra manga, no Chico Buarque, no Lô Borges, no Gênesis, no Trem de Pirapora, no Balão Trágico… Na jeito de pensar, de chorar, de dirigir… Na dificuldade de enxergar ou nas trapalhadas do dia a dia…
O blábláblá de “eu não existiria sem você” é bastante redundante no caso filha-mãe; e eu sei que sou suspeita pra falar, mas realmente acho que nossa relação é mais especial do que as que estão por aí…
Correndo o risco de ser repetitiva – ou melhor, já sendo – nas datas especiais é mais difícil estar longe; e o coração dividido dessa vida de expatriada fica ainda mais apertado em dias como hoje…
Queria estar aí, dando e ganhando colo, comendo comidas gostosas, fazendo programa de “nós 4”. Queria dar todos os beijos e abraços que estão faltando e mais vários especiais pelo dia.
Eu não posso te responder a última pergunta que você me fez quando nos despedimos da última vez, porque eu não sei a resposta. Mas uma coisa eu garanto: por mais feliz que eu esteja longe, um pedaço do meu coração sempre vai estar dolorido (de saudade, de culpa, de amor…)
E mais: por mais longe que eu esteja, não importa os quilômetros de cordilheira ou os infinitos litros de mar que possam tentar nos separar… Eu sei que sempre estaremos juntas!
Você está sempre no meu coração e na minha cabeça – e no meu iPod, e no meu fogão…
Te amo porque você é minha mãe, porque você é minha amiga, porque é uma pessoa incrível, porque tem os olhos mais azuis e mais expressivos que eu já conheci, porque tem o sorriso mais “iluminador de ambientes” da história (tá, vai…acho que só não ganha do Gael Garcia Bernal…hahaha), porque é uma profissional impressionante, porque é um ser humano especial… Te amo porque você é você – em mim, nos outros e em você!
O dia já tá acabando, mas durante todo ele eu te desejei um feliz aniversário. E desejo – todos os dias, mas hoje especialmente – que cada dia da sua vida seja melhor, que as dificuldades tenham uma razão de ser, que os motivos pra comemorar sejam infinitos, que o coração esteja sempre inundado e que você seja cada dia um pouco mais feliz!
Te amo, mãe! Parabéns!!!
Arquivo mensal: abril 2012
"É um rio em correnteza"
Estava lá, meu professor de animação com o bla bla bla de auto ajuda que toda sexta feita compõe a aula de “Animação” – acaba de me ocorrer que ele entendeu errado…acha que o contrataram pra animar o povo do quarto ano, que em geral já tá muito preocupado e desesperançado com o mercado cinematográfico que em breve os espera… hahahaha
"Vem, va’mbora"
Não sei se foram os hormônios, a idade, o inferno astral ou a pontinha de solidão e saudade (que apertam especialmente nessas datas especiais), mas ontem me emocionei com várias das mensagens de parabéns que recebi… Olhos cheios de lágrimas desde a hora em que acordei, até a hora em que fui dormir.
Fosse por facebook, whatsapp, facetime, skype… ou mesmo os abraços dados pessoalmente. Me emocionei! Aquele obrigada aos responsáveis!!!
Completei 26 anos, o que significa que estou mais perto dos 30 do que dos 20 – UGH! rs – o que significa também que estou ficando mais mole do que sempre fui – de carne, de energia e de coração.
Segundo aniversário passado no Chile, dessa vez sem colinho e bolinho de mamãe – só virtuais – mas cheio de carinho também. Cheio de amor. Cheio de lembranças. Algumas surpresas. Um bolo delicioso e totalmente alienígena (na visão dos chilenos, que não queriam de jeito nenhum obedecer à encomenda do Lucas e fazer um bolo de doce de leite com coco!!! hahaha)
Confesso que não estava animada pra fazer aniversário esse ano. Não é medo de ficar velha, não, juro! Mas é que ele caiu bem numa quarta feita, dia que tenho aula o dia todo, dia que passam séries que eu gosto de ver na tv, dia tão no meio da semana que desanima…
Mas no final, tive um ótimo dia!
Acho que todos os desejos, boas energias e carinhos que todos aí pensaram e mandaram pra mim fizeram efeito!
Sinto uma ponta de renovação. Um pique novo de ficar mais velha. Uma pontada nova nas costas que nunca foram muito boas.
Passou minha data simbólica do ano. Passou inferno astral (que eu só senti quando misturou com tpm…hahaha). E fiquei eu. 26 anos. Cada vez mais cabelo branco na cabeça (quanto mais será que consigo fugir da tinta???). Mais responsabilidade na cabeça. Mais carinho no coração. Mais saudade na alma e no estômago. Mais expectativas a cumprir (minhas e dos outros).
Como o pessoal costuma dizer no facebook: “Vamo que vamo”.
Já foi ano novo, carnaval, páscoa e aniversário. Já foi férias e volta às aulas. Não falta mais nada pra 2012 engrenar…
“Vamo”?
"Até o rei fez uma careta!"
Nesse “fin de semana largo” fomos com dois amigos – Duilio e Sergio – até La Serena, uma praia um pouco pro norte de Santiago.
![]() |
Encontrou no mapa? rs |
Existem fatos que acontecem por aí
E a gente até nem desconfia
Coisinhas da teosofia
Estava eu andando numa rua deserta
Sem população
Tipo das de televisão
De repente no céu vi um fulgor clarante
A resplandecer
Foi quando comecei a crer
Que estava sonhando
Que aquilo era um pesadelo
Nada estava se passando, perdão?
Então na minha frente apareceu
Uma coisa verde, um tanto louca
Tinha três olhos, duas bocas
Disse assim para mim entrar
Na sua nave intergalática
Pra fazer uma turnê lunática
Me convenceu ao mostrar
Sua pistola de raio lazer
E apontando pro meu blazer
Reforçou o convite
Me mostrando um cavaquinho
Com pedal phase
Inovação de japonês
E ao chegar na lua
Recebeu-me o presidente
E sua comititiva
Falando sua língua nativa
Num entendi nada
Porque aqui na Terra não tem curso de lunês
É só alemão, francês, inglês
Tentei falar outros idiomas
Sânscrito, esperanto, bizantino
Latim, hebraico, nordestino
Me senti acoxambrado
Apelei pra mímica
Que é o idioma dos calados
Fiz todos os sinais que aprendi
Na longa estrada da minha vida
Lembrei da minha infância querida
Mas depois de improvisar um positivo
Aí que coisa ficou preta
Até o rei fez uma careta
É que na lua este sinal significa
Falta de hombridade, ih barbaridade
Fiquei apavorado ao ver
Naquelas verdes faces o ar de inimizade
Aí que eu briguei sem gravidade
Ponta-pé, soco no olho e cascudão
Tudo em câmera lenta
Tem pouca gente que agüenta
Saltei de banda, chamei um táxi
E com sorriso varonil
Disse “eu quero ir pro meu Brasil”
Desci no Ipiranga, às margens plácidas
E como ainda era dia
Contei a história pra minha tia
Que mais do que correndo
E me achando louco
Me mandou pra delegacia
Qualé o ploblema com o cidadão aí ô meu?
Ô Denílson, leva o rapaz aqui pra conhecer a sala de
"canções de amor se parecem" ?
Não consigo muito explicar poque, mas costumo desconfiar de declarações exageradas de amor.
Outro dia tinha alguém reclamando no facebook sobre esse povo que vira e meche tá atualizando o “status de relacionamento”, sempre afirmando que “agora é pra sempre” com a nova pessoa… Pode ser que isso seja uma grande fé infinita no amor, ou o contrário…
Que o facebook é uma ferramenta narcisista onde cada um faz questão de dilatar a própria felicidade pra divulgar a vida perfeita que leva, isso tem sido muito dito ultimamente.
Meu pensamento de agora passa pelo facebook mas vai um pouco além.
Desconfio, sim, do amor de quem tem que ficar postando com um frequência esquisita o quanto está apaixonado.
Mas desconfio, principalmente, da necessidade de declarações intermináveis, enfeitadas demais, frequentes, demais, floreadas demais…seria falta de romantismo da minha parte?
Sei não…
Eu prefiro o amor sutil, o amor sabido e seguro que não precisa de flores ou posts semanais. O amor que se percebe em um toque, em um ataque de riso, em uma bufada de “ai, isso é tão típico de você”.
O amor que compartilha um olhar que diz tudo e não precisa de um milhão de linhas (num cartão ou numa rede social).
Sim, sim. Eu sei que andei postando por aqui longas e melosas declarações. Mas foram declarações comemorativas, porque eu sou sim muito a favor de celebrar o amor!
O que me deixa com o pé atrás é a sensação que algumas declarações me passam de pura insegurança, necessidade de autoafirmação por puro medo… Especialmente no caso de relacionamentos mais novos…
Sei lá, pode ser preconceito meu (e provavelmente é..rs), e pode ser um pouco de inveja também (será?).
Mas o fato é que os pequenos gestos me encantam infinitamente mais do que os grandes “eventos”. Especialmente porque eles preservam a proximidade e a pessoalidade dos envolvidos!
Talvez por isso eu goste tanto da rotina da vida de casada…
🙂