“Oração”

“Agradeço ao Santo Sling pela graça alcançada,
Pela louça lavada
Pelo almoço cozido
Pela cachorra passeada
Pelos braços fortalecidos
Pelo coração aquecido
Pelos tímpanos re-estabelecidos
Pela sanidade mantida e
Acima de tudo, pela filhota acolhida!
Amém!”

Agradeço tanto, aliás, que eu estaria disposta a pendurar faixas no portão, a dar 3 pulinhos (ou 30), a caminhar pelos seus 5 metros de tecidos de joelhos e o que mais se faz por outros santos por aí!!

Quem mais reza comigo???

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Quase 1 ano de devoção! 😉

“Pensei que era moleza”

Eu achei que chegaria na Espanha e contaria tudo aqui no blog: a viagem, as primeiras impressões, os primeiros apertos e encantamentos; mais ou menos como fiz quando cheguei no Chile, só que melhor.
E eu realmente gostaria de fazer esse registro, porque, afinal, guardar tanta história boa é a segunda melhor parte desse blog (sem dúvida a primeira são os relacionamentos que comecei e/ou reforcei através dele!).

Mas quando fiz esses planos, tinha me esquecido de um pequeno detalhe…(se bem que do alto dos seus quase 80cm, não é tão pequeno assim…rsrs): a Cecília!
Eu não contava com uma bebéia que desde que chegamos quase não consegue dormir a noite, que, se deixar, troca todas as refeições do dia por um bom e velho mamá, que agarra nas minhas pernas e chora absolutamente desolada se preciso deixá-la 2 minutos no chão “sozinha” quando ela não tá querendo solidão, que acorda no meio da noite e chora assustada, num desespero absoluto!!
Enfim, não tá fáceo, gente!!

Continua delicioso, claro, mas oh, tem hora (dia?!rs) que é punk, viu?! Credo!
Mas como a menina é esperta, ela também está indo muito bem na arte de aprender novas gracinhas, novos charminhos e novas artes pra derreter meu coração de volta, quantas vezes forem necessárias no dia, não importando nem a temperatura negativa lá fora! 😉

(volto logo pra responder os comentários, contar mais e etc.. Prometo!)
Besos!

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Eu tentando ser criativa pra conseguir fazer janta! rs
(Ela durou menos de 3 minutos aí, antes de voltar a se lamentar nas minhas pernas…)

Aliás, alguma outra sugestão??
(recebi tantas boas na história dos sapatos que agora vou sempre perguntar! Hehehe)

“Choro bandido”

As mulheres da nossa família são conhecidas mundialmente por sua habilidade de “chorar até em comercial de margarina”; basta uma imagem mais piegas que as lágrimas já brotam e escorrem…
Eu, que não nego minhas origens, sempre fui chorona assim também, por isso imaginava que quando me descobrisse grávida, abraçaria seu pai e choraria. Mas não.

Achei então que estava guardando as lágrimas pra quando ouvisse seu coração pela primeira vez no ultrassom, mas também não foi dessa vez…
Nem quando comecei a sentir você se mexendo dentro de mim, nem quando seu pai sentiu o primeiro chute, nem quando descobrimos (e nomeamos) você a caminho…
Eu sempre me emocionava e explodia de felicidade, ficava com as pernas bambas, claro, mas o choro nunca vinha…

Fiquei esperando o “choro catártico” pra hora do parto e, surpreendentemente, eu era a única envolvida na sala que não chorava naquele momento lindo!

Nunca consegui explicar bem o porquê dos “olhos secos” em situações tão especiais… Pensei que era tanta felicidade que nem cabiam as lágrimas…
Mas eu entendi recentemente que, depois de você, filha, eu fiquei mais forte e mais sensível! Eu não chorei nesses momentos grandiosos justamente por sua grandiosidade…Como se ali eu fosse leoa, fosse fera-feliz e nada mais!
Em compensação chorei com muitas pequenas coisas, muitos detalhes delicados, coisinhas do dia a dia que você me ensinou a viver e apreciar!
Chorei muitas vezes com sua virada de olhos cheia de prazer ao começar a mamar, chorei com nossas trocas de olhares e, depois, de sorrisos… Chorei quando você chorava, mas também chorei com algumas gargalhadas suas. Chorei com carinhos e abraços que você me deu. Chorei quando você só era capaz de se acalmar em meus braços. E quando você precisou agarrar bem forte em mim pra enfrentar seus medos. Chorei de rir, muitas vezes. Chorei sentindo seu cheiro. Chorei te vendo dormir, minha Cecília.

Mas ontem foi um dia de primeiras vezes.
Ontem, pela primeira vez, chorei em um desses momentos grandiosos em que se esperaria mesmo umas lágrimas.
Ontem você soltou a mão do seu pai e caminhou na minha direção.
Ca-mi-nhou! Assim, de pressa, estabanada. Andando, mesmo! Tão adulta, tão linda, tão feliz!
Te agarrei no final do caminho num abraço e chorei, chorei!

Talvez porque a leoa viu sua filhotinha grande e querendo ser independente e pode liberar a fragilidade de dentro dela, não sei… Talvez porque ali você era a expressão física de “grandiosidade“…
Só sei que a força do momento se juntou com a força da emoção e meus olhos vazaram amor (junto com meus seios, diga-se de passagem! rs)

Vai, filha, caminhe em direção à vida e ao futuro! Ou melhor: vamos! Com choro ou sem, não importando os motivos das lágrimas ou de sua ausência, mamãe e papai sempre estarão aqui pra te amparar e receber, como fizemos tantas vezes ontem!

“(Não) vou me curar”?

Vou contar uns causos pra vocês:

Na quinta feira passada meu irmão veio me visitar. Nos falamos por telefone e combinamos de nos encontrar na livraria.
Então eu estou andando na livraria, procurando presentes e empurrando o carrinho da Cecília quando um rapaz vem em minha direção sorrindo. Eu sorrio de volta por educação e recebo de resposta um “oi”. Respondo o “oi” e continuo meu caminho, porém pronta pra ter que explicar pro tal rapaz que eu não trabalho na livraria – e me questionando como alguém pode achar que uma mulher empurrando carrinho de bebê é funcionária da livraria..!
Até que me dá um estalo e eu percebo que o tal rapaz é, na verdade, meu irmão!!!
Eu não reconheci meu próprio irmão!!! E não é que ele esteja diferente ou que eu não tenha olhado direito pra ele..: eu olhei e vi! Vi o cabelo curto, os olhos escuros, a barba grossa, a camisa listrada… Vi tudo isso, mas meu cérebro simplesmente não fez a ligação daquela figura que ele observava com a já conhecida cara do meu irmão!
Chocante, né?! Mas esse é o só o primeiro causo!

Saindo da livraria passamos no mercado. E ali, enquanto passava no caixa, veio o outro: eu tava colocando as compras na sacola, conversando com meu irmão, olhando a Cecília… Pra pagar com cartão de crédito, coloquei-o na máquina e continuei minhas vinte outras tarefas, incluindo um debate com a caixa sobre o leite de aveia que tomo… E eis que eu olho na minha carteira e… Cadê meu cartão??? Revirei a carteira, olhei no carrinho da Cecília, na bolsa, nos bolsos… E nada! Já estava convencida de que havia deixado o cartão na livraria e tava reclamando de ter que voltar lá pra buscar…
Meu irmão me olhando com cara de quem não entendia nada, me apontava um outro cartão na carteira e eu explicando repetidamente que era outro que eu procurava – “esse é um visa, tinha que ter um MasterCard igual a esse aqui!!”!
E ele, incrédulo, me aponta o master colocado na maquininha na nossa frente…! Pois é!!! Eu coloquei ali e depois surtei porque não tava achando!
(fim do causo 2)

Saímos de lá, eu inconformada com a falta de cérebro, rindo muito e tal…chegamos em casa e eu fui guardar as compras na cozinha. Tô lá, de um lado pro outro, guardando coisa no armário, sacolinha na lavanderia…reclamando do calor, conversando, cuidando da Cecília…aquela rotina de sempre…
Até que eu me dei conta de que em uma área específica da cozinha fazia mais calor do que no resto… Área essa, claro, perto do fogão…

Fui olhar e descobri uma das bocas do fogão acesa!!!!! Choquei!! Não tem como ter esbarrado e acendido sem querer (tem que apertar, girar e apertar outro botãozinho!), ninguém mais passou por ali, eu não mexi no fogão naquele dia…nem meu irmão, nem o Lucas, nem a Cecília, nem a Maní…
Conclusão a que chegamos: aquilo ali estava aceso desde a manhã do dia anterior, quando fiz uma tapioca pro café!!!! Mais de 24 horas de boquinha acesa, da pra acreditar?!?!?

Agora… Me digam honestamente…
É caso de psicotrópico, de internação ou só uns dias de relaxamento (e noites inteiras dormidas) num spa dá conta de resolver???

Ah!!!
Lembrei que na semana anterior coloquei minha bombinha de tirar leite pra ferver e esqueci…
Olha o resultado:

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=\

“Por onde andei” e pra onde vou

Que a maternidade é transformadora já não é novidade nesse blog, né?!

Por aqui a transformação começou no pré maternidade: lá, um pouquinho antes de engravidar, quando entrei nessa blogosfera e fui descobrindo novos caminhos e novos sentidos…quando fui desejando novos destinos…
Pois o futuro foi chegando e o amanhã já virou ontem faz tempo. Cecília chegou dentro de mim, saiu e logo menos completa aniversário de fora da barriga!
E eu que mergulhei no assunto da maternidade tanto quanto mergulhei dentro de mim nesses últimos muitos meses fui me achando cada vez mais encontrada, cada vez mais ‘desejada’ e sem perder a tal paixão que descobri lá no começo!

Quem me acompanha há um tempo já leu muito por aqui sobre parto humanizado, respeitoso, informado, natural… leu um monte sobre amamentação também e, provavelmente, já nem é novidade o tanto que estou envolvida nesse mundo louco, com um pezinho até no ativismo..rs

E daí que deu vontade de levar esse envolvimento todo mais pra prática, sabe?! De trazer pro dia a dia, de usar essa paixão pra ajudar outras pessoas…de profissionalizar, mesmo!

E a vontade virou namoro. E o namoro se concretizou no meu último fim de semana!

No último fim de semana fiz o curso de formação em Consultoria em Aleitamento Materno no GAMA!!!

Isso significa que agora junto minha experiência pessoal desses 20 meses de pesquisas e quase 11 meses de prática com um monte de teoria e ensinamentos fantásticos da Ana Garbulho em Amamentação! Agora sou Consultora formada e certificada pra ajudar outras mães a superar dificuldades, pra proteger (e ajudar a promover) o Aleitamento Materno com sucesso, espalhando por aí todas as delícias dessa riquíssima experiência que é amamentar seu bebê!!!

Super orgulho!

Super orgulho!

Estou felicissima com a novidade, ainda traçando planos estratégicos para o futuro profissional, com sede de estudar muito mais, mas já estou disponível pra atendimentos!!

Tá com dificuldades e/ou inseguranças pra amamentar?? Ou conhece alguém assim?

Adorarei ajudar!!! Me escreve!
gabi.ramalho@gmail.com  ou

+56 9 6599-8898 (whatsapp)

Uma coisa muito importante que aprendi nesse mundo de blogs/mães/ativistas: juntas, nos apoiando, podemos MUITO mais!!!

Vamos juntas nadar em leite?! hehehe

“Lá fora”

Ontem foi dia 27, portanto, dia de comemoração!

Quer dizer… Pra ser muito honesta, eu que tenho uma memória doentia pra datas, só lembrei que era dia 27 lá pelo meio dia…rs
Já o Lucas, que é mestre em esquecer essas coisas comemorativas, não só lembrou, como lembrou com antecedência o suficiente pra preparar uma surpresa pra mim!!

Chegou em casa a noite, do trabalho, trazendo junto minha mãe e ingressos pra irmos no cinema! Primeira vez que eu iria no cinema desde janeiro, primeira vez que faríamos um programa só do casal desde sei lá quando e primeira vez que eu sairia sem a Cecília desde ever !!!

Fiquei naquele mix de alegria e nervoso quando recebi a notícia, me troquei com os olhos meio enchendo de lágrima (pode chamar de ridícula! Hahaha), dei todas as instruções pra minha mãe (ela tinha que dar janta, remédio e fazer toda a rotina noturna pra colocar a bebéia pra dormir!!) e fomos!

Sabe aqueles pesadelos em que você de repente percebe que tá sem roupa??
Tive essa sensação vaaaarias vezes seguidas… Tava lá, de boa indo pro carro (pro elevador, pra escada rolante, etc, etc, etc…rs) e de repente percebia que, putz!!, tava faltando um braço meu!!! Braço, no caso, é a Cecília, claro, mas esse é o melhor jeito de explicar a sensação de vazio que vinha! rs

Mas fora isso, super ok! Fomos, enrolamos um pouquinho, compramos guloseimas, entramos na sala de cinema, assistimos o filme todinho… Sucesso!!

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Juro que consegui relaxar e curtir o filme!
Estávamos num shopping do lado de casa, eu sei que a Cecília fica bem com a minha mãe e eu tava grudada no celular, claro!rs Mas foi bem mais tranquilo do que eu imaginava!!

Há uns 20 minutos do final do filme minha mãe mandou mensagem:

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Suspeitei desse “pouquinho” (rs), mas respirei mais aliviada em saber que ela havia conseguido dormir, já que, normalmente, o Lucas cuida de toda a rotina (fralda, pijama, livro), mas o sono mesmo só vem quando eu chego e deito com ela pra dar mamá!

Mesmo assim, resolvemos ir pra casa quando filme acabou… E aí, quando estávamos estacionando o carro, chega outra mensagem da minha mãe: “Cecília acordou!”
Iiihhh! Logo pensei que se minha mãe tinha mandado mensagem é porque a coisa devia estar meio feia! rs
Quando o elevador abriu a porta já ouvimos o berreiro da pequena! Lucas logo a pegou mas ela não acalmou…só parou de chorar quando veio pro meu colo!
Aí já fui direto pra cama dela onde ela mamou um monte e demorou pra conseguir relaxar de verdade… Mas depois até que conseguiu dormir bem!! Ufa!!

Faço agora algumas reflexões sobre a experiência:
– As pessoas no mundo lá fora (ou “aí fora” rs) usam waaaay too much perfume!! Argh!!
– o volume no cinema é MUITO alto!
– não me arrependo nada de ter esperado “tanto tempo” pra sair sem bebéia!
Várias pessoas me enchem o saco faz tempo pra deixar a Cecília com alguém e ir fazer alguma coisa sem ela (cinema, academia, etc..). O que eu sempre respondia era que eu não tinha necessidade e nem vontade disso. Que não tinha pressa nenhuma. E que quando a vontade surgisse, eu iria – não faltaria tempo nem oportunidade pra isso!

E eis que a vontade surgiu! No domingo, 07/12, passarei o dia todo longe, trabalhando de voluntária no Bazar de Natal do Adote um Gatinho ! Causa nobre que me enche o coração…quer motivo melhor?! 😉

Essa ida ao cinema foi um ótimo treino, serviu pra me tranquilizar e pra mostrar que Cecília tá numa idade boa pra “ficar sozinha” – se distrai bastante com brinquedos e brincadeiras, reconhece as outras pessoas além de mim, consegue demonstrar o que quer, precisa e/ou o que está errado…enfim! Fiquei feliz com o resultado!!!

Isso sem falar, é claro, na gostosura que é namorar maridón sem ter bebéia no pé, no colo ou no monitor da babá eletrônica! Hahaha

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4 anos de papel passado e já temos uma filha independente! Hehehe

“Pela janela do quarto”

Não sei se é implicância minha ou se é devido à imensa quantidade de gente em volta, mas o fato é que aqui do apartamento onde estou morando ouço constantemente meus vizinhos – muito mais do que se ouvia lá no apartamento de Santiago.

Lá eu escutava as passagens pelo corredor, as chegadas e saídas. Aqui eu ouço a vida “dentro de casa” de cada um.

À noite, quando São Paulo consegue ser um tiquinho mais discreta, a vizinhança vem nos visitar. Temos as senhoras que conversam na cozinha, a família que toda noite, a partir das 23h, arrasta todos os móveis pela casa (me explica, pf???rs), o casal que vai dormir no mesmo horário que eu e agora temos vizinhos novos…

Na primeira vez parei pra os escutar com atenção foi porque parecia uma gata gritando e meu radar ligou, mas não, era um choro de bebê…
Nos dias que vieram depois fui notando essa nova presença em diversos momentos do dia e, principalmente, da madrugada.

A voz que chora parece pertencer a um bebê um pouco mais velho que a Cecília, mas a intensidade e a insistência do choro que não cessa me fazem revisitar a época de pica pau recém nascida e seu choro diário e inexplicável que começava sempre às 19h e podia durar mais de 1 hora!

Noite dessas, sabe-se lá porquê, a Cecília resolveu que precisava mamar de hora em hora e enquanto eu estava lá, meio dormindo, meio acordada, meio sonhando, meio amamentando, eu escutava o bebê vizinho chorar. A noite inteira!
O que começou como uma escuta curiosa, até um pouco julgadora (“gesuiz, o que estão fazendo com esse bebê??”) logo virou angústia! Acho que primeiro pelas lembranças de quando era a minha bebéia que chorava sem fim, depois pelo medo das noites assim que ainda podemos ter pela frente e depois, finalmente!, por empatia!!

Empatia primeiro com o bebê, confesso! Ele chorava tanto, com tanta força, que meu instinto foi ficando louquinho pra ir até lá, tirar a roupa dele, colocá-lo pele com pele, no aconchego de um coração batendo e de um peito produzindo leite – àquela altura, nem que fosse o meu!
Mas depois veio a empatia com a mãe. Eu senti a angústia dela mais forte do que sentia a minha, senti vontade de abraçá-la, de oferecer ajuda… Depois lembrei que se fosse comigo (ou “quando era comigo”) duvido que ajuda estanha seria bem vinda…rs

E então ficamos lá, nos fazendo companhia … Cecília mamando, eu amamentando, escutando, angustiando e o bebê vizinho chorando… Mesmo depois que Cecília dormiu, aliás, eu só consegui fechar os olhos e relaxar depois de ouvir o silêncio vindo do apartamento ao lado…

Agora, escrevendo esse post, me deu vontade de deixar um bilhete anônimo pra mãe vizinha: “Acredite, VAI PASSAR!!! Não só vai passar como você tem grandes chances de se esquecer de verdade dessa fase!” Eu tinha esquecido da minha até ser visitada pela dela!!
A natureza é mesmo sábia, não é?! rs

De qualquer forma, por enquanto vou sempre dormir torcendo pra que nossas madrugadas – aqui, lá e aí – sejam tranqüila, com muito sono bem dormido e sem angústias atrapalhando!
Boa noite!

“Me espera”

Ando meio blerg, meio nhé, meio argh, meio blá, meio…

Me perdi das palavras, me afoguei em intensidade.

Vivo alterações bruscas de humor.

Amo intensamente, mas ja fui visitada algumas vezes por aquela vontade de fugir para as montanhas (que aqui, aliás, estão lindamente na janela me convidando).

Talvez seja sintoma de gripe. Ou de saudade. Ou de amor. Ou de maternidade. Ou de cansaço.

Acho, na verdade, que estou vivendo um puerpério tardio. Sentindo e experimentando agora, e com força, tudo aquilo que sempre li que atropela as novas mães – mas que por aqui passou tão batido à sua época.

Há que se provar o gosto pra saber…

Mas eu volto.
Talvez seja preciso um resgate, mas eu volto. “De novo e sempre, feito viciada”.

“Me espera”

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“Na tua presença” – 6 meses

F. Pearls escreveu:

 

“Eu sou eu.
Você é você.
Eu não estou neste mundo para atender

às suas expectativas.

E você não está neste mundo para atender

às minhas expectativas.

Eu faço a minha coisa.

Você faz a sua.

E quando nos encontramos,

é muito bom.”

Sabe, filha, penso que nós nos encontramos! E foi – e está sendo – lindo, lindo!!!

Há um ano e tanto nos encontramos pela primeira vez e, apesar de sermos praticamente uma só, fomos aos poucos nos conhecendo… Primeiro as sensações, algumas imagens borradas, os sons de nossos corações…depois os movimentos, os hábitos, mais sons em comum… Aí a espera, o trabalho conjunto e então o primeiro colo e o primeiro abraço…há seis meses!

Antes você era como uma parte de mim, mas há seis meses inteiros você é você e só!

E há seis meses, então, eu venho descobrindo essa outra pessoa, me apaixonando, me irritando às vezes, aprendendo a respeitar, aprendendo (e ensinando) a separar, descobrindo as dores e as delícias dessas parceria…

Seis meses, filha, é metade de um ano…e é muito pouco tempo, considerando tudo o que você ainda tem a viver… Mas nesses seis meses você já passou por tanto, já mudou tanto, nós já aprendemos tanto, já nos amamos tanto, que é até um pouco difícil de acreditar que ainda caiba tanta emoção e tanta vida nessa experiência que vamos compartilhando, vivendo nós quatro juntos..! E quer jeito melhor de viver?!

Seis meses…
Esse é um marco importante, sabe?!
Agora você vai ficar cada vez mais independente – “Cecília Mobile”, como eu gosto de dizer! rs – vai começar a conhecer outras delícias da vida, vai provar comidas gostosas (e outras nem tanto), vai passar a se alimentar de outras coisas além do leite que te dou com tanto gosto
Tô ansiosa para te acompanhar nessa experimentação toda e pra reinventar um pouco nossa relação!
Tenho certeza que vai ser enriquecedor, pra você e pra mim!

Aliás, essa é uma boa definição do que esses seis meses seus fizeram a mim: me enriqueceram! De diversas formas, com muitos detalhes, em variados sentidos…

Obrigada, meu amor, por ser tão preciosa (em chileno e em português!) e por fazer nossas vidas tão especiais!!
E parabéns por seu primeiro meio ano de vida, filha!!

 

7kg, 68,5 cm e uma simpatia sem tamanho!

7kg, 68,5 cm e uma simpatia sem tamanho!

Te amo, pica-pau!!!

“O que você sabe”

Uma amiga grávida me pediu umas dicas, tipo “o que vocês não vivem sem?”
Aí eu fui responder e comecei a pensar no que eu venho considerando “essencial” nesses quase 6 meses (omg!!), me empolguei, óbvio, e a resposta pra ela virou post! Hehehe
Claro que são opiniões, nada definitivo, mas, sabe como é… “fikadika” hahahaha

No quesito “coisas”, primeiro:

– Bola de Pilates: foi minha melhor amiga nas últimas semanas (ou meses?) de gravidez!!! Sério, ficava mais comigo do que a Maní! hahaha eu usava pra sentar à mesa (ao invés da cadeira, que me doía a bunda..rs), pra apoiar as pernas pra cima quando estava no sofá, pra apoiar as costas se queria fazer algo no chão, pra fazer exercícios pro períneo… usei um pouco no trabalho de parto e tô seriamente pensando em encher ela de novo pra voltar a usar agora!

– Sling!! A Cecília demorou 1 mês mais ou menos pra aprender a gostar dele (e eu pra me sentir segura com ele), mas agora é sucesso! Comprei um do modelo wrap com medinho de me enrolar muito na amarração, mas que nada, eu adoro! Dá pra amarrar de acordo com o tamanho do bebê, ir mudando as posições, é super anatômico (melhor pra postura da mãe e do bebê do que aqueles cangurus estruturados, sabem?!), enfim…É um investimento e tanto!

Cecília com quase 3 meses

Cecília com quase 3 meses

– Roupas básicas! Por mais fofas e lindas que algumas roupas de bebês possam ser, a maioria dessas “charmosas” não são nada práticas e/ou confortáveis! As da Cecília nesse estilo nós só usamos por tempo suficiente pra tirar fotos! rs Já decidi que o próximo baby só vai ter as basiconas (body+calça+macacão de algodão), principalmente as pra usar até 3 meses (principalmente porque as mais emperequetadas geralmente são as que as pessoas dão de presente!)! Ah! Evitar ao máximo botões nas costas também é uma boa dica!

– Muita gente me recomendou as calças e macacões sem pé, porque em teoria duram mais (já que mesmo que o bebê vá crescendo, ela “engana” por mais tempo), mas pra recém nascido (e no caso do macacão hoje ainda é assim) eu prefiro mil vezes as com pé, porque não ficam subindo e deixando as canelas da pequena geladas…rs

– Trocador: MUITA gente me disse que era supérfluo, que rapidamente a gente estaria trocando fraldas em qualquer lugar da casa, menos no trocador e tal, mas até agora acho que foi uma das nossas melhores compras! Mandamos fazer um móvel mais alto, pra ficar confortável pras colunas compridas aqui de casa e compramos um “colchão” pra ele em formato de “tobogã”, que dá mais segurança quando se trata de crianças rolantes…rs. Até hoje todas as fraldas trocadas aqui em casa foram nele!!

(só nunca usei esse "cinto de segurança" dele...rs)

(só nunca usei esse “cinto de segurança” dele…rs)

Almofada e poltrona de amamentação: Usei MUITO nos primeiros 2 meses!
Nos primeiros dias eu ficava tanto tempo na poltrona que minha bunda começou a ficar com o formato dela (e doer), aí tive que inventar novos lugares pra amamentar! hahaha Ainda uso toda noite pra fazer a Cecília dormir – ela faz parte da nossa rotina de sono! =)
A almofada perdeu logo a utilidade porque a Cecília ficou comprida muito rápido e eu preferia amamentar com ela mais sentadinha…mas como foi muito útil no começo, recomendo um esquema básico de empréstimo ou compra compartilhada com alguma amiga grávida…

No quesito “métodos”:

Há duas coisas sobre as quais eu tinha lido falar muito bem, mas demorei uns 3 meses pra ter “coragem” de testar aqui: banho no chuveiro e amamentar deitada!
-Banho de chuveiro dá medinho no começo (de deixar bebê escorregar e tal), mas, juro, é tão infinitamente mais gostoso e prático do que na banheira!!! Precisa da ajuda de alguém pra te entregar o bebê e depois pegá-lo (e secar e trocar..), mas o momento ali, embaixo da água, pele com pele, agarradinha com a cria, vendo-a descobrir a água..putz! Impagável! Aqui tinha até briga sobre quem ia entrar no chuveiro com ela! hahaha
-E amamentar deitada…eu tinha vontade desde sempre, mas ficava com medo de não conseguir acertar a pega ou a inclinação, sei lá…até que no dia do meu aniversário a Cecília acordou pra mamar umas 7 da manhã e eu achei que merecia ficar mais um pouco deitada..rs. Resolvi tentar a “técnica” e funcionou de cara! É confortável pro bebê e pra mãe, dá pra descansar e meio que dormitar enquanto amamenta, e é gostoso demais! Faz sempre parte das nossas manhãs por aqui!

– A gente aqui não quis adotar cama compartilhada, mas deixamos a Cecília dormindo do meu lado (primeiro no moisés, depois no colchão dela, no chão) e acho que foi uma excelente solução pra noites tranquilas… MUITO prático acordar pra dar mamá e ela já estar ali, do ladinho, poder pegá-la sem precisar sair do quentinho da cama, meio que sem nem acordar direito…recomendo tb!


Sobre questões práticas-subjetivas:

Acho mega importante ter ajuda no começo! Mas não exatamente com o bebê!
Minha mãe e minha doula-amiga passaram o primeiro mês aqui comigo, mas desde a maternidade nós decidimos que os cuidados da Cecília eram por nossa conta! (quer dizer, na maternidade eram por conta do Lucas..eu só fui trocar fralda em casa! rs)
A ajuda é importante em relação à todo o resto: casa, limpeza, roupas, comida, visitas, cachorro, papagaio, galinha… Acho que a mãe (e um pouco o pai tb) tem que estar 100% disponível para o bebê (tô falando do ponto de vista prático mesmo. Apesar de achar que no emocional esses 100% tb são importantes, sei que eles são mais difíceis de garantir!), sem precisar se preocupar com mais nada!
E, claro, se essa ajuda vier de alguém que tem experiência com bebês é uma ótima oportunidade pra pegar dicas, pra aprender fazendo com alguém do lado ajudando – só ficar olhando não adianta, porque depois, quando essa pessoa for embora, a mãe corre o risco de ficar perdidinha, sem saber o que fazer com a cria!!

Já ouviu falar de “Lua de Leite”?? Lê aqui, oh, o que é e porque é tão bacana e importante!!

Bom…pensando bem, acho que a maior dica, na verdade, é a mesma que eu já dava em relação ao parto: se entupir de informação!! Muito! Nesse caso, pra poder ficar segura e confiar em vc – o máximo que se pode numa experiência nova e maluca como é essa de se tornar mãe! rs, saber que você é capaz, que seu corpo funciona, que amamentação tem que ser APRENDIDA por mãe e bebê, que ele só precisa de você e coisas assim, sabe?!
Não que seja fácil manter o lado racional funcionando durante o tal do puerpério…aliás, justamente porque não é fácil é que a informação tem que ser na base do entupimento: se entupir até absorver, que é pra ver se a coisa funciona mais no automático…rs
Eu acho mesmo que dá certo! 😉

Por enquanto foi isso que consegui pensar…
E as outras mães por aqui?! Mais alguma dica pra dar? Algo que eu esqueci ou que vocês discordam?? Contem, contem..!

Porque, afinal, além de invisível aos olhos, o tal do essencial é absolutamente pessoal, não é?!