“Com muito esmero”

Chinchila:

Sentir-se em casa não é uma questão de tempo, de forma, de móveis ou de cores… o “quando” e o “como” esse sentir-se chegará não depende de escolha ou de decisão…

Continuo achando que nosso real lar é onde estão as pessoas que amamos – e você logo aprenderá a reconhecer nossos vários lares, tenho certeza! Mas acho também que, apesar dessa nossa vida cigana, ou justamente por causa dela?, é muito importante ter a sensação de pertencimento no lugar físico em que passamos a maior parte do ano. (rs)

Não acredito que exista uma receita simples pra sentir nosso o que antes não era, mas percebo, com certo alívio, que aos poucos vamos tomando o território, nos apropriando do espaço, deixando nossa marca nos lugares e nos deixando ser marcados pelas vivências que compartilhamos ali.

Ainda não tem 3 meses que estamos morando nesse apartamento, mas já temos o pedaço da sala onde a Maní gosta de se esfregar depois de comer, a quina de batente onde a mamãe bate o braço quase toda vez que passa, o cantinho da varanda onde você adora ficar sentada fazendo nada, o espaço só pro seu pai guardar (e namorar) os jogos dele…

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Ontem completamos mais um pedaço do seu quarto (agora já não falta quase nada para a casa estar “pronta”) e enquanto seu pai colava seus adesivos na parede deixei que você se distraísse colando (e descolando, e colando e descolando…) alguns nos móveis também.

Me lembrei de quando me sentei no chão do seu quarto vazio lá no Chile, com você ainda na barriga, e fui “ajudando” seu pai a colar esse mesmo adesivo, vendo o desenho se formar e percebendo em mim a noção de que sua chegada era cada vez mais real! E me emocionei ao notar que dessa vez você já se fez dona do seu quarto e deixou sua marca e sua carinha na decoração dele – com os adesivos colados, a cama meio bagunçada e as marcas de dedinhos e beijinhos no espelho!

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(olha ali, na estante atrás de você)

(olha ali, na estante atrás de você)

Hoje de manhã quase arranquei da parede da cozinha um pedaço de um adesivo que eu colei ali  na primeira semana que moramos aqui, já nem me lembro o porquê. Mas com o dedo no meio do caminho me dei conta de que aquela foi, possivelmente, minha primeira marca nessa casa. De que aquela bobeirinha, aquela graminha torta e sem sentido algum acima do interruptor, faz também com que essa cozinha seja minha. Também por causa dela já posso chamar esse lugar de nossa casa! Portanto, ficou decidido, é aí que a graminha vai morar!

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ps.: enquanto escrevia esse post te vi acordar e ficar quietinha na cama, mexendo – adivinha? – nos seus novos amigos na parede e cheirando as flores! ❤

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“Na tua presença” – 12 meses

1 ano!

Inteiro!

Que loucura, filha! Que loucura…

Há um ano nós nos reconhecemos pela primeira vez…

Eu, tão feliz.

Você, tão peixinha.

Eu, realizada, ocitocinada, (des)preparada.

Você, “estranhada”, esfomeada, melecada.

Você chegando nesse mundo louco, quando tudo o que conhecia até então era o meu corpo, por dentro.

Eu te trazendo pra fora, empurrando junto uma força que eu não sabia que tinha; parindo, de lá de dentro de mim, uma nova forma de ser mãe.

Surreal. Intenso. Apaixonante.

O parto, sim. Mas não só ele… Todo o caminho da gravidez, vivido tão plenamente e tudo o que veio depois dele…

Intenso. Apaixonante. Surreal.

Plenamente… Assim temos vivido desde então.

Pro bem e pro “mal”.

Plenamente, no dicionário: inteiramente, completamente.

Inteiramente apaixonada. Completamente irritada. Plenamente cansada. Inteiramente sem dormir. Completamente feliz. Plenamente desafiada. Inteiramente  aprendiz.

Haja advérbio de intensidade! rs

Um ano, filha! De te conhecer, te guiar, te ensinar, te deixar ser…

Um ano de você nos encantar!

Obrigada, Cecília, por ter chegado em nossas vidas, com esses seus “tremendos ojos” tão doces, com sua boquinha de sapeca, seus dedos compridos e curiosos, seu cabelo tão macio, seu cangote cheiroso…!

Obrigada por me ensinar a cada dia a ser mais leve (mesmo que às vezes eu sofra pra aprender), por me mostrar diversão  onde antes eu via rotina; por me fazer companhia quando eu quero, quando preciso e quando não quero também! Hehehe

Você trouxe COR pros meus dias.

Você me acompanha nas danças e eu te embalo o sono.

Você é o que eu fiz de melhor nessa vida! E ainda há tanto o que fazer…tanto o que viver…!!

Essa data tem me deixado um pouco saudosista e por esses dias eu andei revisitando fotos e vídeos de quando tudo começou. É uma loucura pensar em tudo o que aprendemos e mudamos nesses 365 dias! Mas é também muito lindo poder nos reconhecer naqueles seres “estranhos” que vemos no vídeo, sabe?! Somos nós 3, ainda que muito melhores e “maiores” agora!!

Há um ano você veio conhecer o mundo do lado de fora da mamãe – chegou e transformou o meu mundo!

Há um ano sou um pouco mais feliz e mais apaixonada a cada dia!

Há um ano carrego comigo uma responsabilidade imensa e deliciosa.

Um ano inteirinho desse amor que não dá pra colocar em palavras…que inunda e transborda. Um amor maior que esse mundão que temos pra te apresentar, Cecília!

Espero que você sinta, que você se lembre e que você saiba sempre como é especial e amada por todos!

Te amo demais, Pica-pau!!!!

Feliz primeiro aninho, Chinchila!!!

( porque a gente teima com o marido pela decisão do nome da cria e depois usa o zoológico inteiro pra chamá-la!! hehehe) ps.: As fotos do mês vão ter que ficar pra depois, porque máquina e cabos já estão perdidos dentro de alguma mala!! (faltam 18h pro embarque!!)

“Choro bandido”

As mulheres da nossa família são conhecidas mundialmente por sua habilidade de “chorar até em comercial de margarina”; basta uma imagem mais piegas que as lágrimas já brotam e escorrem…
Eu, que não nego minhas origens, sempre fui chorona assim também, por isso imaginava que quando me descobrisse grávida, abraçaria seu pai e choraria. Mas não.

Achei então que estava guardando as lágrimas pra quando ouvisse seu coração pela primeira vez no ultrassom, mas também não foi dessa vez…
Nem quando comecei a sentir você se mexendo dentro de mim, nem quando seu pai sentiu o primeiro chute, nem quando descobrimos (e nomeamos) você a caminho…
Eu sempre me emocionava e explodia de felicidade, ficava com as pernas bambas, claro, mas o choro nunca vinha…

Fiquei esperando o “choro catártico” pra hora do parto e, surpreendentemente, eu era a única envolvida na sala que não chorava naquele momento lindo!

Nunca consegui explicar bem o porquê dos “olhos secos” em situações tão especiais… Pensei que era tanta felicidade que nem cabiam as lágrimas…
Mas eu entendi recentemente que, depois de você, filha, eu fiquei mais forte e mais sensível! Eu não chorei nesses momentos grandiosos justamente por sua grandiosidade…Como se ali eu fosse leoa, fosse fera-feliz e nada mais!
Em compensação chorei com muitas pequenas coisas, muitos detalhes delicados, coisinhas do dia a dia que você me ensinou a viver e apreciar!
Chorei muitas vezes com sua virada de olhos cheia de prazer ao começar a mamar, chorei com nossas trocas de olhares e, depois, de sorrisos… Chorei quando você chorava, mas também chorei com algumas gargalhadas suas. Chorei com carinhos e abraços que você me deu. Chorei quando você só era capaz de se acalmar em meus braços. E quando você precisou agarrar bem forte em mim pra enfrentar seus medos. Chorei de rir, muitas vezes. Chorei sentindo seu cheiro. Chorei te vendo dormir, minha Cecília.

Mas ontem foi um dia de primeiras vezes.
Ontem, pela primeira vez, chorei em um desses momentos grandiosos em que se esperaria mesmo umas lágrimas.
Ontem você soltou a mão do seu pai e caminhou na minha direção.
Ca-mi-nhou! Assim, de pressa, estabanada. Andando, mesmo! Tão adulta, tão linda, tão feliz!
Te agarrei no final do caminho num abraço e chorei, chorei!

Talvez porque a leoa viu sua filhotinha grande e querendo ser independente e pode liberar a fragilidade de dentro dela, não sei… Talvez porque ali você era a expressão física de “grandiosidade“…
Só sei que a força do momento se juntou com a força da emoção e meus olhos vazaram amor (junto com meus seios, diga-se de passagem! rs)

Vai, filha, caminhe em direção à vida e ao futuro! Ou melhor: vamos! Com choro ou sem, não importando os motivos das lágrimas ou de sua ausência, mamãe e papai sempre estarão aqui pra te amparar e receber, como fizemos tantas vezes ontem!

“Então é natal…”

A família do Lucas tem o costume de fazer, durante o mês de dezembro o advento e esse ano estamos conseguindo revezar e fazer cada fim de semana na casa de um.

Pro advento cada família serve uma comida gostosa e prepara alguma leitura sobre o natal – além da leitura do texto base do advento (que eu não vou tentar explicar porque não é minha área…rs)
Hoje foi nossa vez! Lucas passou hooooras na cozinha: recrutou tia Lu e tio Thiago pra ajudarem com a Cecília e pôs a mão na massa! Fez três risotos deliciosos e dois bolos delícias!
Eu, que passei o dia todo fora, era responsável por cuidar do texto, então acabei escrevendo, meio no improviso, esse textinho aqui:

“Cecília,
Você não vai demorar pra notar que sua mãe é meio rabugenta… E essa “rabugice” durante muitos anos foi responsável por uma certa birra com as festas de fim de ano: muita gente nas ruas, obrigações sociais, comidas com frescuras que eu nunca gostei, enfim…
Mas depois de você, filha, muita coisa mudou em mim…
Não só o paladar, que está cada dia mais aberto à novidades, mas abertura também pra ressignificar um montão de outras coisas. E entre elas sem dúvida está o natal!
Agora eu vejo que o natal é época de comer coisas muito gostosas e especiais. Que natal é momento de olhar pro ano que passou e sentir gratidão por todas as coisas ótimas que vivemos.
Natal é época de ver toda semana a família do Nono e da Oma numa reunião gostosa que saboreamos sempre com um ” BOM-A-PE-TI-TÊ”!
É época de rir até doer a barriga com as loucuras atrapalhadas do Amigo Secreto da família da vovó Nanci.
Natal é tempo de escutar mil vezes as mesmas músicas tradicionais de sempre e reviver um monte de memórias com elas.
É tempo de olhar com muito carinho pras pessoas à nossa volta e de procurar presentes pra elas – mesmo que sejam simples – que possam transmitir todo esse bem querer.
O natal tem muitas histórias e significados e você será livre pra escolher em qual quer acreditar.
Mas se eu for escolher uma coisa só pra te ensinar sobre o natal, te digo:
Natal é tem de abraços!
Muitos. E os mais variados.
Abraços vistos na tv; abraços de gente que nem conhecemos tão bem assim; abraços de amigos; abraços tão apertados quanto a saudade; abraços que nos alimentam tanto quanto a ceia; abraços que acompanham presentes e outros que acompanham beijos…
Abraços de carinho e abraços de muito amor.

Aproveite, filha! Dê e receba muitos abraços de natal!

Afeto não vem embrulhado pra presente, mas deixa a vida bem mais bonita do que um monte de laços e fitas…!”

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“Na tua presença” – 9 meses

9 meses, filha!!!

Semana que vem, na quarta-feira, você completa aqui do lado de fora o mesmo tempo que viveu dentro de mim: 39 semanas e 5 dias!

E de todas essas semanas de vida, sem dúvida, as últimas 4 foram as mais intensas que vivemos!
Sua carinha mudou de novo (tá voltando a ser a cópia do pai! rs). Seu cabelo foi cortado pela primeira vez. Mudamos de casa (e de país) e você sentiu. Mudamos de clima e você vem sentindo bastante..rs Sua alergia finalmente se estabilizou. Sua simpatia e sua curiosidade crescem a cada dia, junto com você, minha comprida!
E você aprendeu tanta coisa nova: Sentar, levantar, se jogar pra trás, engatinhar, fazer careta, fazer charme, comer com as mãos, fazer carinho, pedir…. uma lista tão grande e tão rica!!!

Ê delícia que é te ver descobrindo o mundo!!! O tempo todo em busca de algo interessante, sem parar!
Tão sem parar, aliás, que dá uma olhada como ficou nosso registro mensal :

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Hahahaha

É cansativo e não é fácil pra gente, filha! Mas dá pra notar no seu bico de concentração e na força desajeitada do seu corpo que também não é simples pra você.
Mas, sabe, é pra isso que nossa família está junta nesse mundo: pra transformar o chato em divertido, o difícil em estimulante e o complicado em delicioso!!!

Vamos juntos?!

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“Na tua presença” – 7 meses

Peguei a máquina fotográfica hoje de manhã pensando: “ah…a Cecília já tá tão grande, com uma carinha tão ‘consolidada’, que vai ficar difícil fazer 9 fotos diferentes e legais hoje…” HA-HA-HA

 

Sabe como é mãe, né?! Bicho bobo, bicho babão, bicho meio cego…
Tirei um monte de fotos (como sempre) e quando abri no computador pra colocar na montagem simplesmente não consegui escolher só 9…e terminei com duas montagens lindas – sim, duas! Ops! hahaha

#mejulguem, sou coruja MESMO! 

Tão coruja, aliás, que nem vou pedir pra vocês confirmarem que as duas são lindas e que eu não tinha mesmo como tomar essa decisão..! hahahaha
Mas…olha só:

 

7 meses

 

 

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(só não me conformo que, mesmo com 18 fotos, não dê pra ver nenhum dos 6 dentes dela! hahaha)

 

 

Pois é, 7 meses…aquela hora que “as mãe tudo pira” ao perceber que a cria tá mais perto do primeiro aniversário do que de quando nasceu!

 

7 meses de uma bebéia que amadurece a cada dia, que é toda “dona do próprio corpo” (como disse a pediatra), que não para mais deitada, ou sentada, ou “só um pouquinho quieta, por favor”…hahahaha

De uma pica-pau que detesta ficar sozinha e que, cheia de drama na voz, chama “Mã-mã-mãe” quando pre-ci-sa do MEU colo! (juro!!! tenho testemunhas!! rs)

Uma menina querida e carinhosa, curiosa que só ela (só precisa aprender a arte da paciência pra virar leitora desse blog! hahahaha).

Simpática e fã de uma bagunça, exploradora, “mobile”, encantadora, brava, perseguidora de Maní, rápida, terrível, deliciosa… A lista dos adjetivos poderia não terminar nunca!Mas, né?!,  #corujaéamãe !!! hahaha

Feliz 7 meses, filha!!
Que você não perca nunca essa sua fome de viver e de provar tudo o que aparece na sua frente!!

 

“Na tua presença” – 6 meses

F. Pearls escreveu:

 

“Eu sou eu.
Você é você.
Eu não estou neste mundo para atender

às suas expectativas.

E você não está neste mundo para atender

às minhas expectativas.

Eu faço a minha coisa.

Você faz a sua.

E quando nos encontramos,

é muito bom.”

Sabe, filha, penso que nós nos encontramos! E foi – e está sendo – lindo, lindo!!!

Há um ano e tanto nos encontramos pela primeira vez e, apesar de sermos praticamente uma só, fomos aos poucos nos conhecendo… Primeiro as sensações, algumas imagens borradas, os sons de nossos corações…depois os movimentos, os hábitos, mais sons em comum… Aí a espera, o trabalho conjunto e então o primeiro colo e o primeiro abraço…há seis meses!

Antes você era como uma parte de mim, mas há seis meses inteiros você é você e só!

E há seis meses, então, eu venho descobrindo essa outra pessoa, me apaixonando, me irritando às vezes, aprendendo a respeitar, aprendendo (e ensinando) a separar, descobrindo as dores e as delícias dessas parceria…

Seis meses, filha, é metade de um ano…e é muito pouco tempo, considerando tudo o que você ainda tem a viver… Mas nesses seis meses você já passou por tanto, já mudou tanto, nós já aprendemos tanto, já nos amamos tanto, que é até um pouco difícil de acreditar que ainda caiba tanta emoção e tanta vida nessa experiência que vamos compartilhando, vivendo nós quatro juntos..! E quer jeito melhor de viver?!

Seis meses…
Esse é um marco importante, sabe?!
Agora você vai ficar cada vez mais independente – “Cecília Mobile”, como eu gosto de dizer! rs – vai começar a conhecer outras delícias da vida, vai provar comidas gostosas (e outras nem tanto), vai passar a se alimentar de outras coisas além do leite que te dou com tanto gosto
Tô ansiosa para te acompanhar nessa experimentação toda e pra reinventar um pouco nossa relação!
Tenho certeza que vai ser enriquecedor, pra você e pra mim!

Aliás, essa é uma boa definição do que esses seis meses seus fizeram a mim: me enriqueceram! De diversas formas, com muitos detalhes, em variados sentidos…

Obrigada, meu amor, por ser tão preciosa (em chileno e em português!) e por fazer nossas vidas tão especiais!!
E parabéns por seu primeiro meio ano de vida, filha!!

 

7kg, 68,5 cm e uma simpatia sem tamanho!

7kg, 68,5 cm e uma simpatia sem tamanho!

Te amo, pica-pau!!!

“Porque eu sei que é amor”

Outro dia, no metrô, uma senhorinha fofa me perguntou quanto tempo você tinha e diante da minha resposta (“4 meses ya!”) ela deu um sorriso carinhoso, acompanhado por um olhar ao mesmo tempo sonhador e saudosista e me disse: “vocês ainda tem a vida inteira pela frente!”

Você tá crescendo, filha!
E me dá um tremendo frio na barriga ver você se tornando essa mini-pessoa cada vez mais cheia de opiniões e vontades e dentes e conhecimentos e habilidades…

Me emociona e me dá um pouco de medo, confesso…

 

Penso em tudo o que você ainda tem pra viver, penso em tudo o que eu e seu pai temos pra te ensinar e fico com o coração apertado de ansiedade por tudo que virá, ao mesmo tempo que me afogo nessa vontade de poder colocar em um frasquinho cada emoção, cada nova sensação, cada momento em que sinto meu coração inflar mais um pouquinho pra continuar cabendo esse amor que não pára nunca de crescer!

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Na última semana estivemos no Brasil. Fomos apresentar você pra toda a família e matar as saudades da ‘terrinha’!

Foi uma loucura absoluta! Uma correria de um lado pro outro. Um cansaço quase extremo – e nossos corpos não deixaram barato: seu pai voltou com a coluna travando, eu tive duas crises bravas de enxaqueca e você voltou com uma gripe que virou uma bronquioseilaoque

 

 

Acontece, filha, que entre as muitas coisas que eu gostaria de te ensinar, tenho muito o que dizer sobre o amor, sobre as loucuras que fazemos por ele, sobre como ele é importante e compensa quase tudo e sobre como ele precisa ser cuidado e cultivado.

 

E se nossos corpos sofreram um pouco com essa “viagem-loucura”, nossos corações, tenho certeza, voltaram mais felizes e ‘alimentados’!

Porque foi isso que fomos fazer no Brasil: regar você dessa água boa que é nossa família (as de sangue e as de coração), pra garantir que você possa florescer no melhor terreno, com o melhor cuidado; e, com o seu sorriso, fomos fortalecer as raízes que temos plantadas por lá!

 

Foram dias e dias dignos de irem pros frasquinhos! rs E te ver tão cercada de carinho e afeto me faz ter a certeza de que a “vida inteira” que temos pela frente vai ser sempre especial!

Cresce, filha! Cresce pra poder sentir (e lembrar) como tudo isso é gostoso de viver!!!
(mas sem pressa, por favor, que sua mãe não dá conta dessa velocidade toda, não! rs)

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CC Brasil

CC e Passerinis

Ah! Espero que você seja melhor que seus pais na hora de lembrar de tirar fotos desses momentos especiais…faltou tanta foto, de tanta gente querida…
(Aliás, quem tiver foto aí e quiser me mandar, vou acrescentando no post!!)

"Junto a você"

“Lembra, filha, quando você morava aqui dentro de mim? Quando você estava sempre quentinha, sempre protegida, sem fome, sem dor, sem puns, sem nada que te incomodasse (tirando uns médicos chatos que te apertavam às vezes?rs)
Eu acho que você lembra, sim.. E é porque você lembra que eu acho que essas experiências novas são ainda mais difíceis!


Mamãe também lembra! Lembra com amor, com saudade e com saudosismo… E essas “novidades ruins” doem tanto em mim quanto doem em você!


Acho um pecado você ter que se acostumar a esse mundão assim, meio de supetão…
Mas a vida é assim mesmo, filha… Queria te dizer que vai ficar mais fácil, mais simples, mas não vai, não… O que vai melhorar é sua capacidade de se adaptar e sua compreensão sobre o que te aflige… 

E quando isso acontecer quero que você compreenda – e não esqueça nunca – que nos momentos difíceis (e nos fáceis também) mamãe vai estar sempre aqui do seu lado, como está agora…
Em muitos momentos, como já acontece agora, eu não vou poder resolver os problemas por você, nem tirar as dores que você sente ou sentirá, infelizmente. Mas, também como já acontece agora, uma coisa eu te prometo: você não vai ter que passar pelos problemas e pelas dores sozinha! Eu vou sempre estar do seu lado (ou atrás de você, escondidinha, na idade em que você não quiser a mãe do lado! rs), te ajudando, te apoiando, te dando a mão ou um abraço enquanto esperamos juntas a tempestade passar, me orgulhando de quando você puder resolver sozinha a questão…


A vida não é sempre doce e fácil – me parece que você já está descobrindo isso, mas o que eu quero te ensinar é que quando estamos bem acompanhados o caminho (mesmo quando tortuoso) é uma delícia de se viver!


Agarradinha




Eu agora tenho você! E você tem a nós! E tem um monte de avós e tios e tias (reais, avós, postiços…) que também estarão sempre com você…
E esse é o batalhão que não vai cansar nunca de te dizer o quão amada você é, minha pequena! Nunca! Você ainda terá muitas chances de ver a prova disso, garanto!”




(escrito em pé, agarradinha em um Cecília suspirante depois de uma crise feia – chata e boba – de refluxo…)

"Plenamente"

Ontem, filha, você completou um mês de vida… 30 dias – 24/02/2014!
Ontem eu tinha pensado em comprar um bolinho, fazer uma comemoração ou qualquer coisa diferente… mas ao invés disso passamos um dia normal, em casa, eu, você, Maní e seu pai… com nosso habitual silêncio, nossos abraços ao encontro no caminho, nossas refeições compartilhadas… – e foi a primeira vez que tivemos um dia assim desde que você chegou.

Até poucos dias antes tínhamos companhia na casa: sua vó Nanci e sua tia Silvia estiveram por aqui um bom tempo, me dando uma ajuda sem tamanho pra que eu pudesse me dedicar exclusivamente a você. E te dando carinhos, amor e colo de monte, tenho certeza que você sentiu!

Mas elas foram embora e, aos poucos, nós quatro vamos nos ajustando a fazer a vida voltar pros trilhos… 
Ontem tivemos nosso dia de habitual silêncio, mas com a diferença de que agora nosso silêncio é temperado de novas maneiras: tem seu choro rouco que continua apaixonante, tem Maní pedindo pra jogar o brinquedo sempre que você demanda atenção, tem seu pai contando história pra você, tem nossas conversas longas e sem sentido, tem o chiado e as músicas que inventamos pra te acalmar…

E o bonito do dia de ontem, filha, foi ver que mesmo com tudo isso novo, as coisas continuam meio iguais por aqui… é como se você sempre tivesse estado conosco, como se seu lugar já existisse aqui, prontinho, só esperando por você pra preenchê-lo! 

Esses 30 dias que passaram foram absolutamente especiais porque você chegou e nos completa!
Mas não foram “intensos” ou “loucos” ou “atropeladores”, como eu sempre ouvi as pessoas dizerem dos primeiros dias com um recém nascido!
Não foram, juro!

Eu sei que toda a ajuda que tive colaborou pra isso, mas a verdade é que foram 30 dias de SERENIDADE! 

Não vou dizer que não tive momentos difíceis, eu estaria mentindo… tive dúvidas, tive medo, tive “me deixa dormir só mais um pouquinho” de madrugada…tive, sim!

Mas muito mais do que tudo isso, tive a certeza de que nasci pra ser sua mãe!

Meus dias se resumem em dar de mamar, trocar fraldas e tentar dormir e, honestamente, nunca estive tão feliz e tão satisfeita com minhas “tarefas do dia”.
É tão natural e estou tão entregue…pra você, pra o que você precisar ou quiser. Como foi nesses primeiros 30 dias e como será em muitos outros que virão!
Parece clichê, eu sei, mas como diria a música: Sou Sua! Simplesmente! Plenamente!

E você…ah, você, filha…!!!
Você é indecisa como sua mãe, mas quando sabe o que quer, briga por isso como seu pai, com uma determinação que nunca vi igual! Dizem que você é a cara do seu pai, mas sei lá, eu te olho e vejo só você! Você é paciente e tranquila, como foi sua gestação, como foi seu parto, como tem sido nosso dia a dia e nosso amor por você!
Você é linda como a vida tem que ser – e como é, agora que você está aqui!


Ontem você descobriu que o sling é gostoso:




Ontem mamãe te vestiu de boneca pra registrar o dia especial:






E ontem, como se fosse pra comemorar, mesmo, você me deu seu primeiro sorriso!!! Inesquecível!!! E o segundo, o terceiro, o quarto… no meio da mamada da madrugada você descobriu essa nova arte e não parava mais! Viu o peito e sorriu, olhava pra mim e abria o maior sorrisão, soltava pum e sorria… uma delícia!!!
E eu descobri mais um clichê real da maternidade: quando você acha que já sente o amor maior, ele vai lá e cresce mais um monte!
Que loucura isso, filha…que loucura!