Depois de viver uma fase gostosa de retomar a escrita nesse espaço, meu último texto foi um sobre exaustão. Sobre play, pause e stop. Sobre precisar e não conseguir.
E aí – stop. Sumi.
Acho que de alguma forma sumi aqui de dentro também. A tal da roda viva precisa continuar girando e, aparentemente, nessa coisa de vida adulta e madura, pra ela girar, às vezes a gente precisa fechar os olhos uns minutinhos e fingir que não está sentindo cada nova volta dela.
Eu sigo num movimento infinito. Sigo exausta. Me sentindo um pouco um hamster correndo na rodinha que não leva a lugar nenhum. A cada noite risco as pendências da to do list e a cada manhã, lá está ela toda cheia. O itens que não consigo riscar me assombram e ocupam espaços importantes. Mas tem tanto outros no caminho precisando pro check que a roda vai girando, eu vou riscando e riscando e riscando… As pausas, quando podem existir, continuam cheias de gerúndios. Girando, riscando, girando, riscando…
E aí, além de exausta, me pego vazia. Porque quando eu fecho os olhos, eu não me vejo. E se eu abro uma frestinha que seja, eu perco o sono e perco a paz.
E o hamster percebe melhoras. Talvez a gaiola agora seja mais espaçosa, mais bonita, mais “imóvel próprio”, mas eu tô aqui, com essa sensação de estar na rodinha infinita dessa minha vida.
Roda essa que à vezes parece, também ela, melhorada e aprimorada enquanto outras vezes parece a mesma de sempre.
Falta descobrir: essa percepção depende do ponto de vista, da fase da lua ou do ciclo hormonal?