“Filhos,
Se eu tivesse que dar um só conselho pra vocês… não ia concluir nunca essa tarefa, pois não seria capaz de escolher um só! hahaha
Mas se pudesse fazer uma listinha dos mais importantes, esse aqui certamente estaria em destaque: não percam boas chances na vida por medo de experimentar o novo. Ou, em outras palavras: não deixem que frescuras os privem de viver!
Vou contar umas historinhas:
1 – eu não comia amora quando criança. Eu dizia que não gostava de amora, mas a verdade é que nunca tinha tido coragem de experimentar pois tinha nojo, achava que as amoras pareciam taturanas! Quando eu tinha uns 12 anos, numa viagem em família, a tia Marcia ficou inconformada com esse papo e, literalmente, esfregou amora na minha cara até eu sentir o gostinho e me topar experimentar! Aí amei, claro!!! Amei tanto que uns anos depois plantei uma amoreira lá no quintal da casa da vovó e do vovô!
2- eu não gostava de cereja. Também nunca havia provado cereja de verdade, no máximo aquelas falsas (horríveis) que vem em alguns doces…E apesar de ver minha família se esbaldar na frutinhas em algumas ocasiões, nunca cedi a frescura. Fui morar no Chile, terra de umas cerejas maravilhosas, e nunca nem pensei em comprar. Até que a Cecília nasceu…e na primeira refeição que o hospital me deixou comer depois do parto veio de sobremesa umas poucas cerejas. Eu estava absolutamente faminta! Muito mesmo! Tanto que comi tudo o que tinha na bandeja, incluindo as tais bichinhas que, rapidamente viraram paixão absoluta!
Por sorte isso aconteceu antes da mudança pra Espanha, pois eu já cheguei lá sabida e pude comer quilos e quilos (literalmente!) de cereja nos verões que passamos lá!
3 – Hoje, dia 02/10/17, recebemos em casa um saquinho com jabuticabas. E a cena de eu procurando na internet “como comer jabuticabas?” foi tão ridícula que até você, Cecília, notou e comentou…rs
Pois é.. 31 anos nas costas (e na barriga) e eu nunca tinha experimentado jabuticabas… preciso dizer que adorei?!?
Enquanto comíamos um monte delas fiquei pensando nessas histórias aí de cima, inconformada com o tempo e as delícias que perdi por pura frescura, pura falta de flexibilidade… e aí me deu vontade de vir aqui dizer pra vocês: não cometam esse erro! Não “herdem” de mim essa fraqueza, por favor, não vale a pena!
Pelo menos amoras, cerejas e jabuticabas já são conhecidas e adoradas por vocês! Espero que vocês se abram pra vida e se deliciem com ela com mais facilidade do que a mãe de vocês aqui… Espero, de coração, conseguir aprender essa lição o suficiente pra ensinar pra vocês com a alma!
(E aos outros leitores, deixo uma dica: assinei aqui em casa uma cesta de frutas e legumes que chama Fruta Imperfeita. Recebo semanalmente produtos variados que não são, esteticamente, o que os grande vendedores compram e que seriam, então descartadas pelos produtores. Chegam bananas e maçãs pequenininhas, chuchus tortos e etc… Uma forma bacana (e saudável e prática e barata) de colaborar com a diminuição de desperdícios! Mas a parte mais legal pra mim tem sido encontrar – e comer – uma variedade de coisas que eu não compraria sozinha no mercado(leia ali em cima pra entender o porquê! hahaha)
Recomendo!!
(e juro que não é publipost! Hehehe)