“Ainda ontem”

Logo menos completamos 7 meses morando em São Paulo.

Que loucura! Parece que chegamos outro dia!

As crianças já aprenderam que aqui todo mundo fala com todo mundo na rua. Dante ate desenvolveu seu show de “olá!” e “tchau” pra quem vê passando. Cecília perdeu muito a timidez e agora já consegue responder pra (quase) todo mundo que pergunta o nome dela e do irmão.

Ela já quase não fala portunhol e ele tá soltando a língua em “paulistanês” mesmo!

E esses, pra mim, são grandes sinais de que os dois estão adaptados, não tenho dúvidas!

Já eu… bom, ainda não (re?)aprendi a dar beijinho em TODO MUNDO quando chego e saio dos lugares e passo umas boas vergonhas…

(Mas, sério, é literalmente TODO MUNDO! ceis já repararam no exagero que é isso nessa terra, gente?! Hahaha)

Ainda não me reencontrei nesse lugar.

(Mas também ainda não me reencontrei em mim, então já sei que esse buraco é mais embaixo.. hahaha)

Não reencontrei o encanto que em algum momento tive por essa cidade. E não consigo nem vislumbrar o que faz as pessoas amarem esse lugar..rs

Mas já estou acostumada à vida que levamos por aqui, ao bairro, ao dia a dia, à “rotina” (entre aspas, porque com essa ainda estou enrolada!)

Ainda tenho a sensação de que “estou me acostumando porque voltei outro dia” e vou tomando vários sustos ao notar que já não foi tão “outro dia” assim!

Se existe “puerpério” de “desexpatriação”, já sei que o meu aqui será longo…rs

Mas sei também que é um processo e que, passinho por passinho, uma hora já não vou mais me sentir “de fora” na cidade que um dia foi minha…

Com sorte, logo eu olharei por essa janela e verei beleza na cidade e não só numa eventual luz de chuva…

Será?!

“Melhor ainda é poder voltar”

Depois de três anos sem cruzar a Cordilheira, finalmente cá estamos nós outra vez, em Santiago!

Viemos passar uma semana, rever uns amigos queridos e conhecer os novos membros das família deles! ❤️

Eu estava mega ansiosa, há anos (3, provavelmente! rs) morro de vontade de voltar pra cá… sabia que seria emocionante, mas está sendo mais forte do que suspeitava!

Já tive mil crises de mini choro, a começar no avião, enquanto cruzávamos a Cordilheira, depois chegando no meu bairro, entrando em casa, fuçando nas coisas dos armários… reencontrando minha vida daqui!

(deixamos nosso apê do jeitinho que estava, alugamos mobiliado por 2 anos e no último ano ele está no Airbnb)

Eu tinha um certo medo de chegar aqui e me decepcionar, descobrir que o amor todo que sinto por esse lugar estava, na verdade, nublado por nostalgia e boas memórias, mas que nada…

Ao contrário, viver Santiago com eles, tem sido ainda mais encantador!

A chegada foi muito curiosa: ao mesmo tempo que tinha aquela sensação de “nossa! 3 anos sem vir aqui! É tempo demais!”, em pouquíssimo tempo estava me sentindo em casa!

Absolutamente em casa! Descobrindo o que estava diferente ou não e o que tem de novo no bairro, me decepcionando com o estado de algumas coisas da casa (que raiva das pessoas que não cuidam!!), mas com o coração “em casa”, como se eu nunca tivesse saído daqui, como se tivesse apenas passado umas férias curtas em algum outro lugar…!

Ao mesmo tempo, tem essa sensação tão nova de olhar meus filhos brincando nessa sala e me emocionar muitíssimo! Meus filhos na minha casa, no sofá onde estourou a bolsa no parto da Cecília, no quarto que decoramos com tanto carinho, na minha cozinha da geladeira preta, na minha varanda amada! Que cenas mais lindas!!!

Que delícia andar por essas ruas com eles (e descobrir que minha birra com as calçadas de Sp não é só birra! rs), ir virando as esquinas em puro estado de reconhecimento!

Que falta faz a Maní, que por tanto tempo foi minha companheira fiel nesses percursos!

Isso sem falar na coisa linda, linda que é sentar com os amigos e sentir que estamos continuando a conversa de outro dia – ainda que o assunto seja todo de “atualização dos últimos tempos”! rs

Que coisa importante que é vir ver de pertinho – e cheirar e apertar – as crias dessas pessoas tão especiais pra gente e pra nossa história!

Que saudade imensa vou sentir de tudo isso quando essa semana acabar! ❤️❤️❤️

Ê dureza que é essa vida de ir se expatriando sem parar..rs