Geralmente, ficar esperando o ônibus por mais de 40 minutos me irrita profundamente – especialmente na hora de voltar pra casa, quando estou cansada, de saco semi cheio, ansiosa pelo sofá e pela Maní…rs
Mas ontem, nos 50 minutos que esperei a micro D05, além de ler muitas páginas do meu livro (que, finalmente, tá acabando!), conheci um menininho de uns 4 ou 5 anos, muito figura!
Veio conversar comigo sobre meu livro, sobre porque eu lia, do que se tratava, quanto eu já tinha lido e quanto ainda faltava…depois sobre o atraso do ônibus, depois sobre o jogo de adivinhação que estava fazendo com a moça que estava com ele…
Uma graça de menino! Um fofo, com um papo super “adulto”, mas aquela inquietação infantil no corpo, nos olhos e na mente.
Desci do ônibus com um sorriso no rosto e um bom humor que me acompanhou até o final do dia!
Hoje, no ponto de ônibus lotado, encontrei um cãozinho que já tinha visto pelas redondezas. Era horário de saída de um colégio ali do lado e ele tentava, sem sucesso, mas sempre com um rabo muito balançante, conseguir fisgar um teco de qualquer uma das tranqueiras que aquele bando de adolescentes comia…
Fiquei com dó e fui até um pet shop lá perto, comprei um pouco de ração e dei pra ele, que devorou feliz o presente! Depois sentou do meu lado, ganhou um carinho e ficou descansando na sombra do ponto de ônibus, movendo o rabo num ritmo de contentamento confortável!
Nessa brincadeira, perdi dois ônibus (que, confesso, estavam mesmo cheios demais pra tomar), mas ganhei uns minutos de grata e gostosa companhia!!!
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Acabei de ler um lindo texto do Antonio Tabucchi, publicado na Piauí de julho de 2010 (aqui você pode (e DEVE) ler).
Terminei com olhos mareados e fiquei pensando na delicadeza do texto e dos personagens…
Depois lembrei dos acontecimentos narrados aí em cima…
Fiquei pensando em como falta delicadeza em nosso dia a dia (no meu, pelo menos). Delicadeza nos acontecimentos e na maneira como olhamos para o que ocorre.
(Auto-ajuda-espiritual de lado) Às vezes eu esqueço como é possível encontrar grandes satisfações em coisas sutis…
Preciso (precisamos?!) lembrar de praticar mais essa arte!
Boa noite e boa ‘segunda metade de semana’ pra todos!
Arquivo mensal: agosto 2012
"Como se nunca houvera sido"
Tenho sentido muita saudade de escrever…
Perdi a conta de quantas vezes comecei posts e desisti ainda no primeiro parágrafo. Não sei nem dizer se isso vem acontecendo no último mês, nos últimos meses ou no último semestre.
Desisti porque fiquei com “preguiça”, porque achei que o assunto não era da conta de ninguém, porque achei que ninguém se interessaria pelo tema…não importa a desculpa, o fato é quase nada saiu aqui (no blog), ou saiu daqui (de mim) nesses últimos tempos…
E eu tô com saudade de escrever. Saudade e vontade.
Então eu venho, abro uma nova postagem e desisto dela…e continua a vontade e aperta a saudade….
Mas aí eu tava indo dormir agora e cliquei num link do facebook. Caí nesse texto (“Escrevo, logo existo”) de uma amiga minha do Audiovisual, a Mari, e me identifiquei. Como disse pra ela, tive a sensação de que eu o poderia ter escrito.
E aí deu vontade de escrever pra valer.
Porque afinal, se “escrevo, logo, existo”, o que será que está acontecendo?
A verdade é que a vida anda morna por aqui. Sem emoções, sem novidades, sem muitos planos…tudo na mesma…numa repetição monótona de dia a dia…
Pergunto: estou deixando de escrever porque a existência está sem graça ou deixar de escrever está realmente me fazendo deixar de existir um pouco?
Como a história da tostines, não deve existir uma resposta à essa pergunta…
Mas precisa existir uma saída.
Por isso vim aqui escrever.
Qualquer coisa, não importa. O assunto, o motivo, o objetivo…não importa.
E não importa também quem vai ler ou deixar de ler (apesar de eu sempre me divertir com as estatísticas do blogger..rs).
Dessa vez não importa. Porque dessa vez escrevo pra existir. Escrevo pra poder dormir no domingo e acordar na segunda com a sensação de que um novo dia, em uma nova semana, começa. Escrevo pra lembrar que há saída. Que há vida no hoje. Que há conteúdo na cabeça, tanto quanto há de coisas no coração.
Parece que fui contaminada por esse inverno sem graça – que nem neva, nem deixa a primavera começar…
Mas agora chega!
Porque eu escrevi…tá vendo?!
"Brasil, recruta o teu pessoal"
(Eu sei que eu já passei por aqui hoje, mas um dia de múltiplas ocasiões especiais, pede múltiplos post, sorry…)
Hoje completamos 1 ano e 6 meses de Chile. Um ano e meio. Dieciocho meses!
E eu poderia vir repetir os agradecimentos merecidos e as aprendizagens obtidas nesse tempo por aqui, mas tava assistindo a cerimônia de encerramento das Olimpiadas e me caiu uma ficha muito importante, que divido com vocês agora.
Uma das coisas mais importante que o Chile me ensinou foi a amar meu país.
Pela saudades que eu sinto dele quando estou aqui, pelo amor que os próprios chilenos têm pelo Brasil e pelo espírito de patriotismo que contamina os ares do lado de cá da Cordilheira.
E nos 8 minutos em que o Brasil esteve representado no meio do Parque Olímpico de Londres eu me emocionei. Meus olhos encheram de lágrimas e eu chorei! (E olha que eu nem conheço o Rio pessoalmente!rs)
Enquanto um monte de gente reclamava na internet por causa dos “clichês” de samba, índio e praia (ou outros reclamando porque as passistas usavam muita roupa, ou porque lá fora ninguém conhece a Marisa Monte, ou por qualquer outro motivo (im)pensável – ô povinho que gosta de reclamar!) eu me emocionei. Senti saudades “de casa”. Senti orgulho do samba do gari. Achei nossa bandeira e nosso hino os mais bonitos da apresentação. Achei um charme o calçadão carioca em plena Londres. Cantei as músicas junto com eles. E fiquei imaginando a emoção dos que estavam lá pessoalmente!
Porque se essa é a imagem que as pessoas no resto do mundo têm do Brasil, de algum lugar ela saiu. E por mais que muitos nunca cheguem a admitir, está aí nossa identidade.
E olha que é muito difícil falar de identidade num país como o nosso, não?!
É muita gente, é muita terra, é muita cultura, é muita mistura!
É um “Virado à Paulista” em que se mistura o feijão carioca, com o arroz mineiro, a batata paulista, o ovo…um Virado à Brasileira delicioso!
E em alguma coisa essa mistura dá!
Alguma coisa que a gente (brasileiro comum) despreza, mas que o mundo admira e inveja!
Quando chegar a hora das Olimpíadas no Rio, muito brasileiro vai continuar reclamando, destacando os defeitos e problemas, se rebelando na internet com a bunda no sofá (aaahh, esse jeitinho brasileiro de ser). Mas em um ano e meio de Chile eu já conheci um monte de gente que amaria estar no Rio nessa ocasião! Não porque é pertinho, mas porque é calor, porque o sol é forte, porque o mar é gostoso, porque o verde é vivo, porque as pessoas são receptivas, porque a música é boa, as mulheres são bonitas, a bebida corre solta e a felicidade é quase respirável!
E, acreditem, não é a saudade falando. É o respeito e a admiração – coisas que, confesso, só aprendi a ter de verdade pelo meu país depois que sai dele…
Sabe aquela história de “Brasil: ame-o ou deixe-o”?
Pois é, pela experiência que eu vivi, que outros expatriados que conheço viveram e pelo que acompanho quase diariamente nos estrangeiros que conheço, diria que essa frase está um pouco errada…
Brasil, deixo-o e ame-o!
Não que não dê pra amar aí de dentro, mas estando fora (e, claro, claro…não vivendo os problemas tanto na pele), longe dessa visão preconceituosa que, culturalmente temos da nossa pátria, fica muito fácil!
Queria que mais brasileiros pudessem ver o Brasil com esses olhos…talvez assim tivessem mais vontade de lutar por ele…
"Por tanto amor"
Mais ou menos desde que me conheço por gente eu tenho dois pais: Um de sangue e um de alma – os dois de coração!
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A foto é velha, porém bastante ilustrativa! rs
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Feliz dia dos pais, meus queridos!!! Hoje em todos os outros dias!
"Uma saideira, muita saudade"
Adoro receber visitas!
Mesmo que a casa fique meio de pernas pro ar (dado importante: pro meu semi-toc, uma colher fora do lugar é igual à casa de pernas pro ar..rs), mesmo que algumas demandem mais atenção, mesmo que a gente repita vários passeios turísticos, mesmo que eu sinta falta de ficar sozinha enquanto elas estão aqui..
Visitas são sempre muito bem vindas, melhoram o ambiente, dão mais vida à nossa casa!
E por isso é sempre difícil quando elas vão embora…
(Não preciso nem dizer que no caso de algumas é ainda mais difícil, né?!)
Toda visita quando vai embora deixa saudades, deixa a casa mais vazia e o coração apertado.
E mais:
Deixam o cheiro do perfume no quarto, um pote de shampoo no banheiro, algum presente pra nossa casa, uma coleção de taças da Concha y Toro…
Algumas levam umas coisas embora “sem querer”: chave da casa, cartão do metrô….
Mas algumas (será que as que não querem ir embora??? rs) deixam umas coisas curiosas: roupas (limpas e sujas. íntimas ou não.rs) na gaveta, chinelo embaixo da cama, lavador de mamadeira na cozinha, a carteira inteira num bolso…rs