Em março do ano passado escrevi esse post aqui, contando que estava voltando a dirigir, encontrando coragem pra me arriscar um pouco mais.
Mas na vida real as coisas não se desenvolveram tão belamente assim…
Eu realmente comecei a dirigir mais (visto que eu não dirigia NADA antes, não precisava muito pra ser “mais” rs), mas sempre com alguém do meu lado e tentando fugir sempre que possível da tarefa!
De fugidinha em fugidinha, fui deixando a direção de lado de novo… fiquei meses e meses sem dirigir e já achei que tinha esquecido como fazia.
A nova desculpa era a que “eu ainda tenho que tirar a carta chilena – a licencia de conducir”. Mas se eu não dirigia há séculos, como seria capaz de passar na prova??
Nessa história enrolei mais uma eternidade: “nas minhas férias eu tiro a carta”, “quando voltar do Brasil eu tiro”, “quando começarem as aulas eu tiro”, “na férias de julho eu tiro”…. E assim passou um ano e meio de Chile, com Gabi sem carta e sem pegar o carro direito.
A verdade é que eu morria de medo! Se ia alguém do meu lado sentia a segurança de que esse alguém ia prestar atenção e me avisar antes que eu fizesse cagada (por um bom tempo, aliás, esse alguém só podia ser o Lucas, porque eu sabia que ele, de fato, fazia isso).
Mas de alguma forma, muuuuuito lentamente, fui “aprendendo a dirigir”, ganhando um pouquinho de confiança por vez, sentindo que já não precisava tanto dos alertas do co-piloto… ganhei também os incentivos da família, que veio me visitar e aprovou minha direção.. ganhei a companhia da amiga que ia do meu lado, mas sem falar nada, distraída e confiando mais em mim do que eu mesma..
E dessa somatória nasceu minha licencia de conducir!
Arquivo mensal: setembro 2012
"me sinto pisando…"
Ando num período “pés descalços”.
Chego em casa, tiros sapatos de rua e, ao invés de calçar o chinelo da ONG ou as novas pantufas que comprei, fico só de meias.
Dessa forma posso sentir as diferentes texturas do piso da casa, conhecendo as pedras da varanda e o convidativo carpete do quarto. Saborear, a cada passo, a dorzinha da nova bolha que está se formando logo abaixo do dedão direito. Experimentar as diferentes temperaturas entre a confortável madeira da sala e o piso frio do banheiro.
Colocar os pés no chão e sentir todos os dedos soltos, enquanto esses sentem cada ranhura de cada piso.
Não sei se é porque tenho sede de liberdade ou de sensações – imagino que as duas coisas…
O único problema, nada poético, dessa historia toda é que sou eu mesma quem lava essas meias depois!
Hehehe