“Flores e espinhos”

Hoje eu tive uma manhã difícil.

Gritei, briguei, bufei, saí de perto, tive vontade de chorar, senti muita, muita raiva.

Dos meus filhos. Por motivos totalmente questionáveis, tipo uma bagunça que dois dias atrás eu deixei ser feita e não arrumada. Uma bagunça que não me causou nada há dois dias, mas que hoje me tirou do meu “normal”.

Hoje eu explodi.

Gritei, briguei, bufei, “saí de perto”, tive vontade de chorar, senti muita, muita raiva.

De mim.

Hoje eu explodi.

Às vezes acontece. Cada vez menos já, ufa!

Essa explosões – por motivos questionáveis – começaram quando o Dante era bebezico.

Até hoje suspeito de uma depressão pós parto.

(Na verdade, com o tal bebezico beirando os 2 anos (sim, juro, ele tá beirando os 2 anos!) eu me pergunto se ainda dá pra chamar de “pós parto” esses “ataques de nervos” que me acometem às vezes.)

Estou me tratando, acho que já contei aqui que voltei pra análise há um tempo, lá atrás, quando percebi que as tais explosões eram minhas e não “por causa dos outros”. Desde então elas diminuíram muito, mas às vezes ainda acontecem.

E às vezes ao invés de vir como raiva, vêm como falta de energia ou como tristeza mesmo.

Quando ele vem, ainda é difícil sair do turbilhão. Por mais que eu perceba no meio da gritaria que não é com/pelas crianças que eu estou gritando, ainda não consigo respirar fundo e virar a chavinha, sair daquilo e voltar a ser mais “normal”. Sair do caos é lento, envolve muita respiração e uma mudança gradual de humores. Normalmente consigo chegar pra deixá-los na escola exausta e triste, mas já sem toda aquela raiva me revirando.

Hoje foi assim.

Quando me vi sozinha na rua, soube que não queria voltar pra casa, pra “cena do crime”; saí andando, precisava passar a tarde sozinha e longe da (minha) realidade. Acabei parando num café e fiquei lá lendo, terminei meu livro e me debulhei em lágrimas. Senti meu peito mais leve a cabeça latejando. Senti uma vontade louca de ir correndo abraçar a Cecília (a mais atingida pela tempestade matinal). Mas me segurei até a hora da saída. rs

Então, quando me viu de longe ela veio correndo com gosto, se pendurou no meu pescoço e me agarrou, parecia até que ela sabia do meu desespero! Que alívio! Que emoção!

Voltamos pra casa e passei o resto da tarde/noite pedindo – e ganhando sem pedir – muitos abraços e beijos dela.

Mais tarde, antes do banho eu precisava cortar sua franja e ela começou a insistir pra que eu cortasse o cabelo todo. Fui cortando e Cecília pedindo pra cortar mais e mais curto! Ela queria na altura da orelha e eu dizendo que não conseguia, que não confiava, mas ela continuava pedindo.
E aí me caiu a ficha: ela confia! Em mim! Totalmente!

Mesmo quando eu explodo. Mesmo quando “eu chovo” nela. Ela confia seu cabelo Chanel nas minhas mãos, como confia seu abraço no meu e sua vida inteira em mim!

Ufa!!!

Caramba!!!

Que forte isso! E que lindo e que rico e precioso e gratificante!
E que baita responsabilidade!

Escrevendo agora percebo que é porque ela confia que eu posso querer ser – e sou – melhor! Ufa!

O mínimo que posso fazer é tentar merecer e retribuir essa confiança, né?!

Por ela. Pra ela. Por nós. E por mim.

Que importante é ser amada e acreditada com tanto coração, não é?!

❤️

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O cabelo novo – que mesmo com muita confiança dela, não tive coragem de cortar na altura da orelha..rs

“De coisas naturais”

Prestes a completar um ano inteiro de chegada a São Paulo, tomada por reflexões sobre esse retorno com tanta cara de novo começo e sobre o longo caminho que tem sido a adaptação aqui, hoje fiz uma pausa.

Hoje olhei pra trás e fiz a homenagem, já há tanto planejada, para os dois anos que vivemos na Espanha:

Lá eu entendi que a vida é feita de ciclos, dentro e fora. Inverno, Primavera, Verão e Outono. Dentro e fora.

De começo, meio e fim. E (re) começo.

Quantos forem necessários.

Lá eu me apaixonei pelas roseiras com que cada primavera me presenteava, me diverti com a pouca neve e o muito frio dos longos invernos, reforcei meu amor pelo outono com seu céu de azul tão profundo e aprendi a me deliciar com as cerejas maravilhosas daqueles verões que beiravam o insuportável! rs

Aprendi a viver cada temporada com intensidade e a esperar sempre ansiosa pela próxima.

Dentro e fora.

O inverno pra se guardar, a primavera pra florescer, o verão pra se derreter e o outono pra se preparar.

Dentro e fora.

Experiências.

Ciclos.

Paixões.

Saudades e ansiedades.

O novo, o velho, o de novo.

Over and over and over…

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“Um retrato antigo”

Hoje eu fiz minha unha. Eu mesma fiz. Lixei, lustrei, tirei cutículas, passei base and pintei de vermelho! Tudo eu. E tudo hoje!

Eu tava com uma saudade danada de fazer isso. Sozinha. E em um só dia. E terminando o dia com as unhas vermelhas brilhosas! Sem precisar dividir essa tarefa entre todos os dias da semana, uma coisa por vez, nas poucas horas que podiam ser separadas pra isso, sem as crianças por perto (e terminando tudo quando a primeira parte já tá precisando ser refeita..rs).
Hoje consegui fazer tudo enquanto eles brincavam – primeiro sozinhos e depois com os tios.

Como eu disse antes, esse ano é ano de reencontro com a minha identidade. E fazer minhas próprias unhas é parte desse caminho. Pode parecer fútil, mas é parte de quem eu era antes de ser mãe.

E enquanto escrevia essas palavras aí em cima me dei conta de que tudo isso talvez esteja marcando, enfim, o final dos meus puerpérios! 
(Pra entender mais sobre esse final “tardio”, recomendo esse episódio aqui do podCast “GNH – Gerando Novas Histórias”)

Recentemente notei que há muito estou desconectada da minha maternidade, do caminho que comecei a construir lá atrás, das escolhas que fui fazendo e da mãe que eu gostaria de ser. Percebi também que essa desconexão é o principal motivo das travas que nos últimos tempos (anos?) bloqueiam textos deveriam ter estado aqui no blog.

Mas aí o tal puerpério veio chegando ao fim, eu fui me reencontrando comigo mesma. Os dois filhos estão passando as tardes na escola e eu estou “sobrando” com 3 horas “livres” quase todos os dias.

E é muito curioso: ser mãe de dois, pra mim, significou me afogar na maternidade. Estar O TEMPO INTEIRO sendo mãe de alguém – e de “alguéns”, no plural – me sufocou. Foi pesado. Foi difícil demais!

Mas foi esse mesmo tsunami que me trouxe a necessidade de voltar a ser outras coisas, além de mãe.

E agora que os dias estão mais fáceis – mesmo quando os pequenos estão aqui!  – que posso me reencontrar e me redescobrir outras coisas… Agora que eu estou voltando a caber no meu próprio tempo e no meu próprio espaço – mesmo que eu ainda não saiba muito bem o que fazer com eles …

Agora posso voltar a olhar pra eu-Mãe, olhar pra minha maternidade! Posso me reconectar com meus desejos, meus princípios, meus “planos maternos”!
Posso até voltar a escrever sobre isso tudo, vejam só!

Posso fazer minha própria unha AND ser uma mãe melhor AND escrever sobre ser mãe AND escrever sobre (AND) ser outras coisas! (o que, gente?!?!?!? voltei pra esse buraco antigo! hahahaha)

Que delícia de momento!!!

ps. importante:  esse texto foi totalmente inspirado pelo incentivo de um amigo querido, escritor (e empreendedor e pai) que eu admiro DEMAIS e que voltou a me colocar nesse lugar de “escritora”, que eu tinha também perdido nos meus caminhos dos últimos tempos … Ferdi, acho que nunca vou poder te agradecer o suficiente por isso, mas, serião: Obrigada!!!!!

“As águas de março “

Ontem com essa mensagem querida da minha querida Silvinha tomei um balde de água fria que me fez perceber que já passamos da metade de março e meus planos pro “ano novo” estão ainda engatinhando como se fosse…ano novo?! rs

Então esse é aquele post clássico em que eu não escrevo nada, mas venho aqui dizer que vou escrever!

Prometo! rs

Tem um texto de retorno bem especial e quase pronto que vai sair semana que vem.

E tem uns outros planos que eu prometi pra mim mesma que esse ano vão deixar o status de “planos”!

Prometo!(2)

E, olha, eu sei que “blog já era”, que a onda agora é textão no Instagram e tal.. mas essa aqui é minha casa, meu canto onde recebo tantos Queridos, onde me exponho pros Curiosos e onde pentelho os mais Pacientes… esse é meu lugar especial e vai continuar sendo assim!

Prometo! (3)

E já que o post é clichê, termino com a pergunta batida: “quem me acompanha??”

rs

Beijos

“You’re shaking my confidence daily”

Então que no dia 24/01 dona Chinchila completou 4 aninhos de vida!

E eu que fiquei esperando o texto perfeito chegar, acabei não escrevendo nada…

Tá delicioso DEMAIS acompanhar a minha menina se tornar cada dia mais menina!

Ela tá tão crescida, tão moça… parceira, conversadeira, boa de papo, solta, cheia de amigos e amigas, suas relações próprias, externas a nós, nos fazendo babar com sua imaginação admirável, adorando nos ajudar em tudo e ser a irmã mais velha!

Mas ainda tem seus momentos de oscilação e de vontade de voltar a ser a bebê da casa… aí haja manha, haja bagunça pra conseguir nossa atenção… e haja paciência, né?!

Os 3 anos foram bem difíceis por aqui! Foi uma fase de muita mudança – das mais concretas até as mais subjetivas – e, claro, ela sentiu e expressou!

E eu também! rs

Os 4 anos chegam com cada vez menos dessas oscilações aí de cima, cada dia um pouquinho mais fácil que o anterior… e eu me pego voltando a babar muito nas deliciosidades dela! Ufa!! Que gostoso também esse reencontro!!

Te amo tanto, tanto minha bichinha! Feliz aniversário por escrito atrasado!

Que você continue deliciosa e terrível! E que precise e queira os meus abraços pra dormir melhor por muuuuuuitooooo tempo ainda!

“Um vestido novo e colorido”

Janeiro quase acabando, ainda dá tempo de post de ano novo?? rs

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A minha palavra em 2016 foi Confusão – da vida prática e de tudo aqui dentro também. Muita confusão! Me perdi do meu caminho, das minhas metas, dos meus planos, da minha forma de maternar, de algumas capacidades… me perdi de mim! Foi forte e foi doído!

A de 2017 foi Retorno – pro Brasil, pra análise, pra algumas coisas “no devido lugar” e, principalmente de desejos.

E decidi que 2018 será meu ano do Reencontro!

Com os tais desejos que voltaram a brotar ano passado. Com hábitos antigos queridos (voltei a ler esse ano!! E quero ler muuuitoooo mais! E quero MUITO voltar a escrever!). Reencontro com o que tem me feito falta.

Reencontro comigo mesma e com todas as Gabis que estão borbulhando aqui dentro!

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Decidi colocar o Dante na escola agora em fevereiro (a ideia inicial era esperar ele ter 2 anos e começar em agosto) e apesar de isso contrariar meus planos prévios, estou muito satisfeita com a decisão e ansiosa para o momento em que terei umas horinhas livre a tarde (além de ser apaixonada pela escola e ter certeza de que ele vai amar estar lá!)

É como eu disse pra uma amiga: um enorme leque de possibilidades está se abrindo em frente aos meus olhos! rs

Planejo ir a médicos, dentista, cinema, academia, trabalhar num projeto antigo, fazer as unhas, etc, etc…

Planejo, acima de tudo, me escutar, me respeitar, me cuidar e me reencontrar!

Pode parecer muito pra 3 horinhas diárias, né?! Mas tô tão precisada que sei que essas horinhas serão mágicas!

Me aguardem!  😉

Alguém mais querendo traçar esse caminho no ano novo?? Quem me acompanha?

“Então vem, vamos passear”

Há sei lá quanto tempo atrás prometi que viria contar a história do “estou dirigindo em São Paulo”. Pois bem, sentem-se que lá vem a história:

 

Entonces: mudei pra cá já com medo, óbvio! Tinha medo de travar toda minha evolução volantística  e ficar “presa” em casa, mas tinha mais medo ainda de dirigir! Credo!

Mas eu sabia que não ia ter escapatória…

A primeira coisa que escolhemos ao chegar foi a escola da Cecília (caso de amor à primeira vista… ❤ ), depois triangulamos  com o trabalho do Lucas para decidir onde procurar casa. Acabamos num apê há uns dois quilômetros da escola – distância que eu faria a pé na boa duas vezes por dia, não fossem as calçadas horríveis dessa cidade (impossíveis de se percorrer de carrinho) e as duas crias penduradas junto…

(Ah! Antes de mudarmos pra nossa casa atual passamos 3 semanas num apartamento alugado pelo Airbnb que estava 2 quarteirões e meio da escola, íamos andando, Dante no carrinho, e a vida era linda! hahahaha)

Se me lembro bem, coincidiu a chegada do nosso carro (escolhido a dedo com o Lucas considerando todas minhas neuras, medos, necessidades e possibilidades $) com a mudança pra nossa casa, o que significava que havia chegado o momento de eu começar a dirigir em São Paulo, pra levar e buscar Cecília na escola.

No domingo anterior ao fatídico dia, fomos – família completa –  de manhã pra lá comigo dirigindo, pra praticar. Foi tudo ok, mas eu tava nervosíssima. Durante todo o resto do domingo eu quase não conseguia desligar minha cabeça do fato de que no dia seguinte eu dirigiria sozinha, no trânsito semanal normal SãoPaulal e aquilo foi virando uma quase crise de pânico. A noite me encontrou oscilando entre dor de barriga, vontade de vomitar e um infinito engolir do choro que mil vezes quase explodia! Mandei uma mensagem no grupo da família (mãe, Lalo e Guto) contando do meu desespero (físico e emocional! ) por causa da tarefa que viria, esperando uma resposta apaziguadora do tipo “pra que botar pressão, Gabi? Se não tá pronta, não vai”…rs

Mas ao invés disso recebi da minha mãe a proposta de me acompanhar na tarefa. Aceitei de cara e não dá nem pra descrever o alívio que senti! Consegui até dormir aquela noite! hehehe

Minha santa mamãe super se deslocou do seu caminho e rotina e veio parar aqui na hora do almoço, só pra sentar do meu lado e percorrer aqueles quase 2 km! E como “quem tem mãe não tem medo” (mentira, eu tava morrendo de medo ainda!! rsrs), eu fui! Dirigi! Cheguei! E depois no final da tarde fui de novo, agora sozinha! E assim entrei na rotina de ir e voltar, duas vezes por dia, dirigindo da minha casa pra escola.

Muuuuito aos pouquinhos fui estou, ainda, na verdade, ampliando minha “zona de conforto volantístico”. Ainda é uma zona pequena, mas agora já consigo acreditar que ela é ampliável! rs

Semana passada tive uma boa prova disso: santa mamãe entrou em ação de novo e veio aqui “me buscar” pra me acompanhar na aventura de ir dirigindo até a casa dela! rs
Tinha muito medo de ir pra lá, ela mora longe (caminho deserto, lobo mau e tal….), e pra chegar lá preciso pegar marginal Pinheiros, Castello Branco, serra, enfim… E quinta feira passada, com mãe do lado e crias atrás (e torcida de marido, pai e irmão! rs) EU FUI DIRIGINDO ATE ALDEIA!!!

Foi tudo tranquilo pelo caminho – tudo menos eu! hahaha

Mas mesmo tensa, eu senti que venci uma barreira enorme! Fiquei muito orgulhosa de mim!!!

Falta criar coragem de ir sem co-piloto agora. E de expandir mais e mais meus horizontes automobilísticos…

Acho, aliás, que essa expansão vai ser essencial nessa coisa de se adaptar a São Paulo e tal… vai facilitar, por exemplo, uns encontros com queridos que até agora não conseguiram acontecer… Tomara!!!

Torçam aí também! Me convidem! hahaha

“Deixar o teu amor crescer e ser muito tranquilo” – 18 meses

Filho:

Ontem você completou 1 ano e meio de vida aqui fora!

E nesses últimos tempos você anda tão crescido! Chegou na fase de buscar (e às vezes exigir! rs) autonomia: quer se trocar sozinho, comer sozinho, se lavar, tomar água e o que mais puder fazer sem ajuda!

Tem sido tão delicioso acompanhar!!

Aliás, assim como aconteceu com a Cecília, meio sem perceber estou parando de te chamar (tanto! hehehe) de “meu bebê”, como sempre chamei… aos meus olhos – e seus ouvidos – você tem se tornado o “Seu Menininho”.

E ao mesmo tempo que o coração aperta de saudade prévia e o pulmão suspira num certo alívio, o cérebro fica perdido, sem saber o que pensar desse tempo ma-lu-co que tá voando demais!

Você, Meu Menino, tá ficando bravo, mas continua me ensinando TANTO sobre leveza que eu só posso mesmo observar e aprender! Com seu sorriso tão fácil e presente, seu abraço apertado acompanhado de tapinha nas costas, sua mãozinha pronta pra cumprimentar entusiasmada qualquer um que te olhe… essa simpatia tão enorme e tão sua! São verdadeiras lições pra todos aqui de casa!

Que honra poder ser sua aprendiz, filho! Obrigada!

E que flutuemos juntos infinitamente, meu amor! ❤

 

18 meses

O melhor garoto propaganda que essa empresa já viu! rs

 

“Ainda ontem”

Logo menos completamos 7 meses morando em São Paulo.

Que loucura! Parece que chegamos outro dia!

As crianças já aprenderam que aqui todo mundo fala com todo mundo na rua. Dante ate desenvolveu seu show de “olá!” e “tchau” pra quem vê passando. Cecília perdeu muito a timidez e agora já consegue responder pra (quase) todo mundo que pergunta o nome dela e do irmão.

Ela já quase não fala portunhol e ele tá soltando a língua em “paulistanês” mesmo!

E esses, pra mim, são grandes sinais de que os dois estão adaptados, não tenho dúvidas!

Já eu… bom, ainda não (re?)aprendi a dar beijinho em TODO MUNDO quando chego e saio dos lugares e passo umas boas vergonhas…

(Mas, sério, é literalmente TODO MUNDO! ceis já repararam no exagero que é isso nessa terra, gente?! Hahaha)

Ainda não me reencontrei nesse lugar.

(Mas também ainda não me reencontrei em mim, então já sei que esse buraco é mais embaixo.. hahaha)

Não reencontrei o encanto que em algum momento tive por essa cidade. E não consigo nem vislumbrar o que faz as pessoas amarem esse lugar..rs

Mas já estou acostumada à vida que levamos por aqui, ao bairro, ao dia a dia, à “rotina” (entre aspas, porque com essa ainda estou enrolada!)

Ainda tenho a sensação de que “estou me acostumando porque voltei outro dia” e vou tomando vários sustos ao notar que já não foi tão “outro dia” assim!

Se existe “puerpério” de “desexpatriação”, já sei que o meu aqui será longo…rs

Mas sei também que é um processo e que, passinho por passinho, uma hora já não vou mais me sentir “de fora” na cidade que um dia foi minha…

Com sorte, logo eu olharei por essa janela e verei beleza na cidade e não só numa eventual luz de chuva…

Será?!

“Melhor ainda é poder voltar”

Depois de três anos sem cruzar a Cordilheira, finalmente cá estamos nós outra vez, em Santiago!

Viemos passar uma semana, rever uns amigos queridos e conhecer os novos membros das família deles! ❤️

Eu estava mega ansiosa, há anos (3, provavelmente! rs) morro de vontade de voltar pra cá… sabia que seria emocionante, mas está sendo mais forte do que suspeitava!

Já tive mil crises de mini choro, a começar no avião, enquanto cruzávamos a Cordilheira, depois chegando no meu bairro, entrando em casa, fuçando nas coisas dos armários… reencontrando minha vida daqui!

(deixamos nosso apê do jeitinho que estava, alugamos mobiliado por 2 anos e no último ano ele está no Airbnb)

Eu tinha um certo medo de chegar aqui e me decepcionar, descobrir que o amor todo que sinto por esse lugar estava, na verdade, nublado por nostalgia e boas memórias, mas que nada…

Ao contrário, viver Santiago com eles, tem sido ainda mais encantador!

A chegada foi muito curiosa: ao mesmo tempo que tinha aquela sensação de “nossa! 3 anos sem vir aqui! É tempo demais!”, em pouquíssimo tempo estava me sentindo em casa!

Absolutamente em casa! Descobrindo o que estava diferente ou não e o que tem de novo no bairro, me decepcionando com o estado de algumas coisas da casa (que raiva das pessoas que não cuidam!!), mas com o coração “em casa”, como se eu nunca tivesse saído daqui, como se tivesse apenas passado umas férias curtas em algum outro lugar…!

Ao mesmo tempo, tem essa sensação tão nova de olhar meus filhos brincando nessa sala e me emocionar muitíssimo! Meus filhos na minha casa, no sofá onde estourou a bolsa no parto da Cecília, no quarto que decoramos com tanto carinho, na minha cozinha da geladeira preta, na minha varanda amada! Que cenas mais lindas!!!

Que delícia andar por essas ruas com eles (e descobrir que minha birra com as calçadas de Sp não é só birra! rs), ir virando as esquinas em puro estado de reconhecimento!

Que falta faz a Maní, que por tanto tempo foi minha companheira fiel nesses percursos!

Isso sem falar na coisa linda, linda que é sentar com os amigos e sentir que estamos continuando a conversa de outro dia – ainda que o assunto seja todo de “atualização dos últimos tempos”! rs

Que coisa importante que é vir ver de pertinho – e cheirar e apertar – as crias dessas pessoas tão especiais pra gente e pra nossa história!

Que saudade imensa vou sentir de tudo isso quando essa semana acabar! ❤️❤️❤️

Ê dureza que é essa vida de ir se expatriando sem parar..rs