Roda mundo, roda gigante

Esse ano a TPM veio com roupa de saudade antiga.

Do Chile, do espanhol, dos lares passados, até dos suburbios que eu jurava que não sentiria falta…

TPM misturada com ” inferno astral” – vulgo “então é (seu) natal, e o que vc fez?”.

Acho que tenho pensado tanto nas dualidades humanas porque ando me enroscando muito por elas. Talvez esteja há tempo demais sem ler filosofia.

Tá bom, mas não é só bom. É bom, mas cabe um monte de angústia dentro.

Já no tempo, parece não caber quase nada. Essa coisa maluca que escorre e leva junto um monte de possibilidades, enquanto eu tento me agarrar em tantas delas, que fico sem mãos para o corrimão e termino descendo a escada de bunda. Termino o dia com um hematoma assustador. Termino o mês ainda tão desconjuntada que fica ainda mais difícil me agarrar no tempo, ou nas coisas que ele insiste em levar embora.

A rodinha não para de girar e a hamster que às vezes se ilude pensando que descobriu a fórmula mágica pra não enlouquecer, se vê mal-e-mal mexendo as perninhas e causando (também, mas não só) o movimento da tal rodinha.

“Por isso às vezes ela cansa, e senta um pouco pra chorar”. Ou ela foge pro cinema (onde sempre rolam umas visitas ao passado). Ou ela tenta fugir da cabeça.

Do corpo não dá pra fugir (nem da rodinha). E lutar (com ele) não é saudável.

Como é que ativa sistema nervoso parassimpático se enquanto as perninhas giram, sem fim, as rodinhas, o cérebro entende que o perigo vem sempre chegando por trás?
Métodos de meditação são mesmo a fabricação de calmas abstratas e ficcionais numa realidade humana (e capitalista e patriarcal e etc) que gira em ciclos infinitos de up and down.

Que saco.

É bom. Mas é um saco.

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