Tava aqui pensando sobre a fragilidade que nos colocamos ao assumir desejar alguma coisa.
Acho, aliás, que vem daí minha enorme e eterna dificuldade com as tomadas de decisões. Decidir é fazer uma escolha. Fazer uma escolha é assumir um querer. Querer algo de verdade é arriscar que ficar sem aquilo seria dolorido.
Aí eu vivo a vida na indecisão, que é pra não correr o risco da decepção.
Mas eu já sou bem grandinha (e com muitos anos de terapia) pra entender que essa fuga ridícula nunca me poupou de perda alguma. Pelo contrário, ao não decidir eu acabo sempre com o “não ter”, o que significa que já perco de partida.
E por mais que escrevendo assim pareça muito óbvio, acho que acabo de perceber o quanto essa “auto-engabelação” do “eu nem sabia se eu queria mesmo…” me causou uma vida de vazios e “não possibilidades”.
Percebo e sinto pena. Sinto raiva.
Mas ando aprendendo que a raiva pode ser produtiva, quando bem aplicada. hahaha
E é esse o plano agora: usar o combustível dessa raiva pra assumir um querer gigante ao qual nunca dei muita lenha. Eu quero, então eu vou tentar.
Talvez eu não consiga, já sei. E sei que não conseguir vai ser difícil pra dedéu… vai doer e aí vou precisar recorrer a ferramentas que não estou muito acostumada a usar, mas que vivo tentando ensinar aos meus filhos.
Frustração, em mim, costuma vir banhada de auto crítica das brabas e vontade de me enfiar num buraco. Mas dessa vez vou tentar usar a adultez, a terapia, a raiva e todas as ferramentas que acho que as crianças vem construindo (neles e em mim). E muitos abraços.
Com medo, com raiva, com desejo e, por todos esses motivos, cheia de fragilidade e força, vou lá tentar esse negócio… depois venho contar 😉