“E onde a pura natura”

Entonces que ontem tivemos consulta com a médica e levamos nosso Plano de Parto pra ela.

Apesar de falarmos bastante sobre o tema em todas as consultas, achei que seria importante levar o negócio escritin, tim-tim por tim-tim. Então peguei o do parto da Cecília, fiz alguns ajustes pertinentes e pronto.

Daí que ela começou a ler o negócio e ficou até quase que meio ofendida, por assim dizer…rsrs

Ela ficou chocada, com “asco”, chateada mesmo de ler aquilo tudo que pedíamos que não fosse feito… Nas palavras dela “que chocante pensar em tudo o que as mulheres precisam se preocupar e escrever pra se proteger, quando eu sei que o meu trabalho é fazer o menos possível, pra não desequilibrar nada e tudo sair bem!”

Ela é alemã e apesar de estar há um tempinho na Espanha, a formação dela é de lá e muito diferente da que vemos como padrão por aqui (e no Brasil, né?!); além disso, a enorme maioria das pacientes dela são estrangeiras e tampouco precisam se preocupar muito com coisas que a nós saltam tanto, por isso o choque!

 

É muito triste mesmo, né, pensar que temos que fazer um documento (em alguns lugares protocolado como documento oficial mesmo) pra tentar nos proteger de absurdos tão grandes e tão rotineiros, num momento tão delicado e tão natural…

(tão triste que não consigo ignorar e simplesmente não falar sobre o assunto, né?! #ativistafeelings rs)

 

Enfim, explicamos pra ela que era um modelo genérico, que de onde a gente vem (e inclusive onde pari antes) essas coisas são importantes de serem ditas e pedidas e tal… Foi uma boa conversa! E, sim, o plano de parto foi discutido item por item, esclarecemos coisas que precisávamos e etc. Produtivo!

Produtivo também pro meu amigo cérebro, que ficou pensando nas expectativas pra esse parto e chegou a uma conclusão importante: nesse parto eu quero sentir MAIS!

 

Antes do parto da Cecília quando questionada sobre o porquê de querer ter um parto normal uma das minhas principais respostas era “porque eu tenho curiosidade. quero saber como é. quero sentir. quero experimentar”. E eu consegui, senti, contraí, pari…!!!

 

Pois bem, dessa vez quero sentir MAIS!

Gostaria de sentir os tais puxos involuntários, de ouvir o tal ploft da bolsa estourando, de sentir (talvez, quem sabe, esse eu não tenho tanta certeza! hahaha) o “círculo de fogo”, a cabecinha do bebê saindo (não me lembro de ter sentido, acreditam?!?! Só lembro do corpinho escorregando) e, principalmente de sentir e guardar na memória o tão famoso cheirinho do vernix! (quase coloquei no plano de parto: me lembrem de cheirar ele!!! hehehe)

Óbvio que essas sensações todas não são escolhíveis, mas não custa desejar, né?! 🙂

Ah!! Também quero ser eu a cortar o cordão (morro de curiosidade de sentir a textura e o Lucas já fez isso da primeira vez) e, se possível, quero eu mesma pegar meu bebê logo na saída (se é que vocês me entendem – porque não consegui desenvolver a frase de um jeito melhor que esse..hahaha)

Quereres definidos. Veremos como será o “aconteceres“! hehehe

 

ps.: Faltou acrescentar ontem um dos maiores “quereres” dessa lista (deve ser ato falho, só pode! rs)

Quero MUITO conseguir me entregar mais, desligar mais a cabeça, deixar mais meu corpo tomar conta, curtir de verdade a tal da partolândia! Acho, inclusive, que esse é um caminho pra ter mais as sensações que senti falta no parto anterior, né?!

Será que eu consigo virar bicho-mamífera e me entregar profundamente dessa vez??