“Essa paulada”

Eu nunca acreditei em intuição. Nem depois que me tornei mãe…

Sei lá, não fazia sentido pra mim e eu sou dessas de “não vejo e não sei explicar, não acredito!”

Mas na semana passada tive uma experiência bem forte..uma sensação, uma percepção… Eu claramente vi e senti, mas não com meus 5 sentidos usuais – então deve ter sido o tal do meu sexto sentido, não?!

Maní está doentinha, internada… vômitos até com água, diarréia feia (sangue nunca é legal encontrar em cocô de filho – mesmo quando ele não significa fazer dieta e ficar sem comer chocolate, viu?!)…

Esse quadro feio começou no sábado de manhã. Na sexta ela parecia absolutamente normal “a olho nu” – estava sem comer, mas isso é o “absolutamente normal” dela, lembram?

Acontece que naquela manhã ela me avisou! Sério, não sei explicar… mas eu vi, ouvi e entendi!

Ela veio até mim e disse que não estava bem! (não com palavras, gente, que eu ainda não tô tão louca assim..rs)

E apesar de não encontrar nenhum sintoma, nem nada estranho nela, eu soube que algo ia acontecer. Eu simplesmente soube. Mas eu só podia ficar esperando e ver o que viria..

E veio uma gastroenterite grave! (e sem causa aparente, do jeitinho que eu adoro #sqn!)

Louca demais essa experiência!!!

Louca e, agora, doída…

Ontem fomos visita-la e encontramos um caquinho no lugar da nossa bolinha… os veterinários disseram que ela está sem dor, mas ela nos olhava e mal conseguia abrir os olhos…

Fiz carinho, tentei (em vão, claro) dar comida, beijei um monte…e saí de lá com o coração mais em pedaços do que já estava…

Desde de sábado minha vida está em hold. Textos atrasados e importantes pra ler e escrever, coisas pra planejar, sono pra dormir, fome pra matar…

Mas eu não consigo! Fico aqui, procurando por ela pela casa (antes de me lembrar que ela não está), esperando dar a hora de ligar na clínica pra ter notícias, sonhando com ela…

E se isso tudo por si só já não fosse suficiente pra partir meu coração, tem também a Chinchila…

Que chorava quando a via mal em casa, que se acaba de chorar quando temos que ir embora e deixa-la na clínica (“no-no-no-no” em looping infinito acompanha o prato) e que a chama várias vezes por dia e faz carinha triste cada vez que explico que a irmã não está…

Tá punk! Mas, com sorte, logo vai melhorar!

Torçam por nós!!
  

“Na tua presença” – 18 meses

Há um ano e meio eu carrego em meus braços o meu bem mais precioso. Há um ano e meio eu o acalento e alimento em meu seio.

Tem como não sentir saudades de tamanha felicidade???

Há um ano e meio ela nascia.

Mas só muito recentemente me caiu uma ficha: apesar da impressão de que 18 meses é um tempo longo que passou rápido demais, a verdade é que um ano e meio é uma porcentagem minúscula da vida que temos pela frente.

E enquanto uma parte minha se impressiona com o quão grande e esperta e independente e mini-gente minha bichinha está, outra parte se assusta um pouco ao se dar conta de que ainda temos muitoooos anos de cuidados e preocupações pela frente e uma terceira parte espera ansiosa por alguns “marcos”.

É mais ou menos assim: acho a coisa mais linda do mundo a Cecília querendo subir e descer TODAS as escadas que aparecem em seu caminho – ela quer explorar a nova habilidade! – mas meio que não vejo a hora de ela ser “mais habilidosa nessa habilidade” (hahaha) e conseguir fazer isso sem tombar tanto pra trás, sem que eu precise estar sempre olhando e penso “hmmm, em quanto tempo será que ela vai conseguir subir e descer verdadeiramente sozinha e eu poderei ficar tranquila?”. Mas depois me lembro que mesmo depois que isso acontecer, ainda teremos muitos tombos e joelhos ralados e queixos batidos por aqui, porque né, criança e tal…rsrs

Deu pra entender a loucura da pessoa? rs

Enfim… penso agora que essas partes todas precisam se juntar e entender que “pressa” e “maternidade” são duas palavras que não combinam. E que a beleza é o caminho, não (só) as chegadas.

Sabe numa viagem longa de avião? Não é boa idéia ficar olhando aquele contador de “tempo até o destino”. É bem mais gostoso se vamos olhando a vista, descansando, vendo um bom filme ou aproveitando a boa companhia, não é?!
Então!

Um ano e meio é muito pouco tempo. (Aos mais jovens, juro que um dia vocês concordarão comigo!rs)

Minha bichinha é só uma bichinha filhote, que ainda tem muito o que aprender e aprontar.

E enquanto ela vai crescendo e aprontando eu quero poder me deliciar. Sem pressa. Degustando cada gota. Sem ansiedade.
Quero aprender a curtir mais o “enquanto ela aprende” e não só esperar pelo aprendizado completo, o “mission accomplished”, sabem?!

Acho que assim fica mais gostoso e até menos cansativo, não é?!

É como dizem por aí: os dias são longos e os anos são curtos!

Me lembrar disso será minha “lição de casa” pelos próximos meses!

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“Na frigideira”

Eu achava que o calor que passei em São Paulo no último verão era insuportável.

E que Santiago tinha um clima duro de 4 estações do ano super bem definidas.
Eu achava que uma 34° era máximo que o (meu) corpo humano podia aguentar de calor.
Eu achava que 30% era uma umidade relativa do ar bem baixa.

Eu achava que ar condicionado era frescurinha.
E que humidificador de ar era exagero.
E que o problema de São Paulo era a combinação entre calor+umidade.
Mas, sabem como é… Vivendo – e viajando – e aprendendo…
E tô aqui, vivendo meus dias aos 40°C, com 11% de U.R., sentindo vontade de chorar cada vez que alguém me diz “em agosto é pior!”, ligando o ventilador pra sentir apenas ele jogar mais ar quente na minha cara…
E com uma chinchila que nem dorme e nem come direito, de tanto calor – não só ela, né?!
Tá tão calor que não dá vontade de comer nem chocolate. E se eu resolvo comer, 2/3 dele fica grudado na embalagem. Tão calor, aliás, que tenho que guardar meu chocolate na geladeira – o que pra mim sempre foi pecado capital! Tão calor que o biscoito no meio do Twix tá borrachento e o caramelo, líquido.

Tão calor que a tolha de banho parece que está sempre saindo da secadora.

Tão seco que não precisa passar pano no chão se cai água acidentalmente

Que quando eu abro o filtro pra encher de água, vem um vapor quente de lá de dentro.

Tão calor que não dá pra dobrar as pernas. (pq elas grudam e escorrem, sabem como?!)

Mas tão seco que, apesar dos 41°, a gente transpira pouco.

Tão calor que eu reclamo mais do que quando estava nos finalmentes da gravidez. E que até o Lucas tem reclamado um monte.
Tão calor que estamos pensando em nos mudar – pra um lugar que tenha ar condicionado, mesmo amando nosso ap atual…
Tão terrível que a Maní só aguenta duas corridinhas por dia – dentro de casa!

Que o parque diário ficou impossível! E a melhor parte do dia são as brincadeiras com água na varanda – coberta, claro!
Tão calor que descobrimos, acredite se quiser, que é melhor deixar as janelas fechadas, pro sol não entrar – lembrando que tem sol até mais de 10 da noite!

Tão calor que no dia em que a máxima chegou até os 35° eu comemorei a delícia de dia fresco que fazia!

Mas, aparentemente, ainda não tá calor suficiente pra Cecília resolver sair de cima de mim! Hahahaha
  

Juro que não pra acreditar que no inverno fará muito mais frio do que fazia em Santiago…

E juro que, não importa quanto frio faça, não vou reclamar dele!

Porque não pode ser pior do que agora!

Porque tá difícil. .. Justo agora que eu estava (estou) tão encantada com a nova vida aqui, na terra das roseiras mais maravilhosas que já vi!!!

  

(Ah! Juro também que foi antes dessa dificuldade toda começar que meu coração ficou apertadinho de saudades de “casa”… Depois volto pra contar – e chorar!rs)