Preciso contar uma coisa pra vocês… (pra desafogar, pra tentar entender melhor, pra processar, pra digerir…)
O fantasminha do desmame tem andado por aqui…
Mas primeiro, um lembrete: os órgão de saúde recomendam amamentação exclusiva até os 6 meses e continuada até pelo menos os 2 anos!
Pois bem, nesses 16 meses de Cecília mamando, muita gente me perguntou muitas vezes até quando eu iria amamentá-la e minha resposta sempre foi a mesma: não sei!
Meus planos concretos sobre a amamentação terminavam nos 6 meses exclusivos – depois disso, eu pretendia “ir vendo”…
Explico: entendo a amamentação como uma forma de relacionamento que, como todo relacionamento, envolve duas pessoas. Já dizia minha vó: “brincadeira é quando os dois se divertem!”; portanto, eu sempre soube que amamentaria enquanto estivesse bacana assim pras duas partes: pra Cecília e pra mim!
Confesso que antes de ser mãe eu achava esquisito bebês maiores sendo amamentados – mas dentro daquela incoerência desinformada, típica de quem vê as coisas só de fora, sabem?! Por sorte estava aberta pra me informar e acabei mudando de opinião antes da Cecília sequer existir na barriga!
Já com Chinchila nos braços e com a amamentação bem estabelecida me vi absolutamente apaixonada por essa relação nossa: Amamentar é um negócio cansativo, exige paciência e uma entrega e dedicação absurdas, mas também é ultra-prático e absolutamente lindo e delicioso! De forma que os meses foram passando e a amamentação simples e naturalmente ia (vai!) continuando…! Passamos pela alergia (quase 100% curada, contei?!?!), pela introdução alimentar, pelo nascimento de 16 dentes (só faltam 4, ufa!), pelas mudanças, umas pequenas doencinhas, os saltos de desenvolvimento e um monte de outros momentos gostosos pra caramba, todos especialmente temperados com “leitinho da mamãe”!
E as pessoas continuavam me perguntando, desde o clássico “nossa! Ela ainda mama?” ou o mais disfarçado “e até quando você pensa em amamentar?” até o desinformado “ainda tem leite??”… Minha resposta continuava a mesma, eu ainda não sabia (e não sei) quanto tempo mais teremos de mamá por aqui – e enquanto as coisas (leia-se hormônios..rs) estiverem equilibradas e a Cecília continuar estimulando tudo o que estimula, leite é o que não vai faltar!
É claro que os padrões de mamadas foram mudando… Cecília foi trocando, aos poucos, o mamá pelas refeições, por exemplo, e o número de vezes e a duração de cada mamada foi se alterando de acordo com cada fase. Nos últimos meses, pra vocês terem uma ideia, ela só mama(va) umas 3 ou 4 vezes no dia e outras 3 durante a noite…
Mesmo assim, por um bom tempo eu não conseguia visualizar quando e/ou como essa “prática” poderia se esgotar… chegava mesmo a pensar que iríamos bem longe, justamente porque continuava sendo bacana, prático, lindo e legal pra nós duas!
Aí quando a pequenina estava com uns 14 meses entrou numas de pedir pra mamar, ficar tipo 1 minuto no peito e sair pra brincar – voltar menos de 5 minutos depois, pedir, mamar de novo, outro minutinho e “tchau, vou brincar” (com direito a mãozinha acenando o tchau! rs).. imaginem isso num looping infinito por horas durante a tarde…
“Se é assim que é amamentar um bebê maior, não vou querer por muito mais tempo, não!” – foi a primeira vez que pensei em desmame!
Achava chato ficar ali, pendente pra uma mamada que não acontecia de verdade – algumas vezes até fora de casa, quando eu queria estar fazendo outras coisas.
Mas como quase tudo nessa vida de mãe-bebê, passou! Cecília entendeu que ela poderia ter as duas coisas – mamá e brincadeiras – sem que precisasse ser tudo ao mesmo tempo! rs
Então seguimos mais um pouco na normalidade…
Mais ou menos nesse mesmo período eu comecei a notar que nas noites em que ela acordava menos pra mamar, parecia dormir melhor, um sono mais efetivo… Acordava mais cedo e super bem disposta!
Essa constatação me fez começar a pensar no desmame noturno…
Li sobre a técnica da “Remoção Gentil” (atenção! Só pra maiores de 1 ano, hein?! Amamentação noturna tem um montão de vantagens e é super importante no primeiro ano de vida, se é demanda do bebê, já que interfere diretamente na nutrição dele!!!)
E li e li e li…
E bem lentamente fui tomando a decisão de começar a usar a tal técnica pra tirar as mamadas da noite .
Nesse meio tempo Cecília dormiu algumas noites inteiras, depois voltou a acordar de hora em hora, aí voltou a dormir e a cada mudança dela eu ia mudando de opinião também, de forma que a técnica não foi nunca aplicada com muito afinco..rs
E foi essa decisão aí que nos colocou onde estamos hoje – mas isso eu volto pra contar depois, porque essa “pequena introdução no assunto desmame” já ficou gigante demais, né?!
E se vocês soubessem o trabalho (emocional/psíquico) que é escrever sobre isso…rs
Aliás, o que a gente faz enquanto finaliza o post???