"Plenamente"

Ontem, filha, você completou um mês de vida… 30 dias – 24/02/2014!
Ontem eu tinha pensado em comprar um bolinho, fazer uma comemoração ou qualquer coisa diferente… mas ao invés disso passamos um dia normal, em casa, eu, você, Maní e seu pai… com nosso habitual silêncio, nossos abraços ao encontro no caminho, nossas refeições compartilhadas… – e foi a primeira vez que tivemos um dia assim desde que você chegou.

Até poucos dias antes tínhamos companhia na casa: sua vó Nanci e sua tia Silvia estiveram por aqui um bom tempo, me dando uma ajuda sem tamanho pra que eu pudesse me dedicar exclusivamente a você. E te dando carinhos, amor e colo de monte, tenho certeza que você sentiu!

Mas elas foram embora e, aos poucos, nós quatro vamos nos ajustando a fazer a vida voltar pros trilhos… 
Ontem tivemos nosso dia de habitual silêncio, mas com a diferença de que agora nosso silêncio é temperado de novas maneiras: tem seu choro rouco que continua apaixonante, tem Maní pedindo pra jogar o brinquedo sempre que você demanda atenção, tem seu pai contando história pra você, tem nossas conversas longas e sem sentido, tem o chiado e as músicas que inventamos pra te acalmar…

E o bonito do dia de ontem, filha, foi ver que mesmo com tudo isso novo, as coisas continuam meio iguais por aqui… é como se você sempre tivesse estado conosco, como se seu lugar já existisse aqui, prontinho, só esperando por você pra preenchê-lo! 

Esses 30 dias que passaram foram absolutamente especiais porque você chegou e nos completa!
Mas não foram “intensos” ou “loucos” ou “atropeladores”, como eu sempre ouvi as pessoas dizerem dos primeiros dias com um recém nascido!
Não foram, juro!

Eu sei que toda a ajuda que tive colaborou pra isso, mas a verdade é que foram 30 dias de SERENIDADE! 

Não vou dizer que não tive momentos difíceis, eu estaria mentindo… tive dúvidas, tive medo, tive “me deixa dormir só mais um pouquinho” de madrugada…tive, sim!

Mas muito mais do que tudo isso, tive a certeza de que nasci pra ser sua mãe!

Meus dias se resumem em dar de mamar, trocar fraldas e tentar dormir e, honestamente, nunca estive tão feliz e tão satisfeita com minhas “tarefas do dia”.
É tão natural e estou tão entregue…pra você, pra o que você precisar ou quiser. Como foi nesses primeiros 30 dias e como será em muitos outros que virão!
Parece clichê, eu sei, mas como diria a música: Sou Sua! Simplesmente! Plenamente!

E você…ah, você, filha…!!!
Você é indecisa como sua mãe, mas quando sabe o que quer, briga por isso como seu pai, com uma determinação que nunca vi igual! Dizem que você é a cara do seu pai, mas sei lá, eu te olho e vejo só você! Você é paciente e tranquila, como foi sua gestação, como foi seu parto, como tem sido nosso dia a dia e nosso amor por você!
Você é linda como a vida tem que ser – e como é, agora que você está aqui!


Ontem você descobriu que o sling é gostoso:




Ontem mamãe te vestiu de boneca pra registrar o dia especial:






E ontem, como se fosse pra comemorar, mesmo, você me deu seu primeiro sorriso!!! Inesquecível!!! E o segundo, o terceiro, o quarto… no meio da mamada da madrugada você descobriu essa nova arte e não parava mais! Viu o peito e sorriu, olhava pra mim e abria o maior sorrisão, soltava pum e sorria… uma delícia!!!
E eu descobri mais um clichê real da maternidade: quando você acha que já sente o amor maior, ele vai lá e cresce mais um monte!
Que loucura isso, filha…que loucura!

"Vem"

Escrevi no último dia do curso de parto natural com a matrona:

“Vem, filha! Vem, que aqui fora a gente vai te deixar segura e à vontade, que nem aí dentro, mas com mais amor, com muito toque, muita troca de olhar, muita troca entre nós…
Quero te conhecer! Saber quem é você, como é você, te respeitar e aprender com você!
Quero ser meu novo eu; quero ser sua, como você é minha.
Vem tranquila, vem no seu tempo, do seu jeito…
Vem nos fazer “nós quatro”!”

E agora que ela veio e nós somos 4, estou fazendo tudo isso que prometi: olho infinitamente pra ela…pego, cheiro, agarro, beijo, não quero soltar nunquinha!
A estou conhecendo a cada segundo, aprendo do que ela gosta ou não gosta, conhecendo todas suas expressões, me deliciando com seus barulhinhos… assim como estou me conhecendo como mãe..!
É tudo novo e é tudo uma delícia (pelo menos por enquanto..rs)

Me sinto COMPLETA  e aí não “sobra” tempo pra muito mais – ainda tem as outras pessoas que estão por aqui, tem a filha mais velha, gostosa que só ela, tem euzinha precisando se cuidar…

Quero continuar registrando aqui nossas aventuras e amores, mesmo que nessas passadinhas rápidas assim…Mas vocês entendem que vou sumir do resto, né?! rs
(Facebook, por exemplo, entro, vejo as notificações, leio e me emociono com as mensagens, mas não dá pra responder e nem tenho vontade de ficar lá brincando com o resto…)
Posso pedir? Tenham um pouquinho mais de paciência comigo, pode ser?! Não se sintam “não correspondidos”(rs) e não abandonem a gente!! rs
Aos pouquinhos vou aparecendo e voltando…
(Relato de Parto é promessa que juro que vou pagar!!!)

BeijosBeijos


Porque agora sou mãe de duas!

De duas descabeladas! rs


"Você, você"

Ou: “Me escutas, Cecília” – parte 1


“Já passamos pela emoção do positivo – o do palitinho xixizado e o do sangue colhido e testado, pelo primeiro ultra-som, pela divulgação da notícia, pela primeira vez de escutar o seu coração, pela primeira vez de te ver se mexendo na tela, pela primeira vez de te sentir se mexendo dentro de mim, pela descoberta do seu sexo, pelos teus movimentos compartilhados com os outros, pelas compras de todas as suas coisinhas lindas, por descobrir sua carinha da tela manchada do ultra-som…por todos os planos de você, desde a sua concepção até o teu parto, o teu quarto e o teu nome…

Tantos momentos deliciosos, tantas surpresas, tantos medos e ansiedades…

Tudo isso já passou e esse final de gravidez que falta não promete muita emoção, nenhuma surpresa, nada de novo… pelo contrário, agora devem vir o incômodos, o cansaço, muito mais ansiedade e a espera “sem fim”…

Mas o que eu percebi hoje é que na verdade estou vivendo esse momento com muito mais emoção do que todos esses outros listados aí em cima.

Agora, com essa barriga que não pára de crescer, sinto que você está cada dia mais real, mais “ser humano”, mais “indivíduo”. Cheia das suas vontades, das suas horas de “dançar”, das coisas que te incomodam e que você não deixa barato, do seu corpinho empurrando o meu com convicção, engordando com o meu (rs)…
A cada dia você deixa mais de ser uma idéia, um monte de planos, um nome… você é nossa Cecília, mas é mais! Você é de verdade, é única, é fora do nosso controle, é um ser “a parte”… você é você!

A percepção de que tudo isso que nós sonhamos e já vivemos até agora está se transformando numa mini-pessoa, numa criaturinha que vai nascer, vai crescer e vai ser só você…putz, isso me emociona mais do que posso explicar!

E me faz pensar que a gente não vai estar mesmo nunca pronto pra uma experiência desse tamanho… que a vida, a gente só conhece vivendo… 

É que eu e seu pai te “demos” a vida – e vamos te acompanhar durante todo o caminho, e vamos assistir de camarote enquanto você aprende a viver, te dando colo quando preciso, mas sabendo que desde já a experiência é só sua, meu amor! 

E perceber isso com você ainda aqui dentro, ainda sendo parte de mim, mas já sendo tão você… me inunda de um monte sentimentos que nem sei nomear!
E por não saber nomear, me enrolo escrevendo esse texto, com os olhos cheios de lágrimas e o coração cheio de tudo isso… 
Ainda há tudo pra viver, por isso esse texto fica assim, sem final, sem conclusão… não inacabado, mas sim meramente começado, como é nossa história, como é você, minha menina…! Com amor!”