“Sou feita de silêncio e palavra”
O coração trepida – batimentos que simulam um corpo em franco movimento são, dessa vez, sinal de uma mente que não consegue encontrar a próxima orientação do google maps interno.
“Eu não sei o que estou sentindo”.
Angústia sem nome às vezes parece pinicar mais.
“Esse é o tanto que eu não estou querendo ficar com meus pensamentos”.
Busco perdidamente distrações suficientes que permitam a mente encontrar um sofá e o coração freiar um pouco.
Queria acelerar o corpo pra ver se a cabeça encontra o outro pedal.
Mas nada…
E aí…não dá pra fugir de dentro da gente.
Me perco entre palavras e silêncios.
Entre conquistas, orgulhos, parcerias e felicidades tropeço no comichão constante.
Não há pomada pra essa coceira. Não há remédio pro que não é diagnosticado.
Lidar com os enroscos humanos é dolorido e bonito e fétido e poético e difícil e aliviante e exaustivo e etc.
Que saco isso de ser-humana.
Especialmente nos momentos em o corpo não dá conta do gás que me acostumei a pedir dele, porque aí a fumaça sobra só pra mim…
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Inspiro – fumaça também.
Há anos eu sei e há anos esqueço: deixar a palavra sair é o único jeito de absorver o silêncio de fato.