Eu sempre me considerei uma “pessoa do frio”, por isso vim pro Canadá já meio na certeza de que me daria bem com o inverno e que me encantaria eternamente com a neve.
Mas a pessoa que eu era na época da mudança ainda não tinha aprendido um montão de coisas que hoje eu sei. E uma das principais coisas que mudou em mim nesses 4 anos foi que aprendi a abrir caixinhas, quebrar barreiras e desafiar limitações.
Nesse país de TANTA multiplicidade eu aprendi o “perigo da narrativa única”.
Aprendi que as histórias nunca tem só um ponto de vista, que as pessoas nunca são uma coisa só.
Nem eu.
A Gabi de 2019 era “ uma pessoa do frio” e por isso vivia reclamando do verão. Eu jamais imaginei que o inverno me ensinaria a amar também o verão. Que ficaria boba de encantamento num dia de neve AND desejaria e curtiria muito o sol e o calor.
Não o tempo todo, não todos os dias.
Mas aprendi, finalmente, que dá pra ser duas coisas, sim. E três e quatro e cinco…
Assim, tudo ao mesmo tempo agora, ou não.
Aprendi a admirar a mistura, fiz as pazes com a confusão, a dúvida e a ambiguidade. Aprendi a viver o E ao invés do OU.
E é por isso que a tatuagem escolhida pra marcar essa terra ficou assim: a neve E o sol enlaçados como um só.
A arte linda e delicada é da @nadymaximo queridíssima!
