Quiçá

Tenho o tempo que o marido demora pra ler um gibi pras crianças pra escrever.

Valendo!

Só porque sim, porque tô com vontade e porque lembrei que, às vezes, pra escrever, só preciso de um página em branco na minha frente.

É verdade que a tal página não é garantia de nada. Às vezes ela só me encara e nada acontece – ou a brancura vira neblina, que vira pressão, que vira impossibilidade.

Mas na energia do momento (Mercúrio e Marte andam dançando por onde, hein?!) a página vazia tem servido de combustível esvaziante. Ou o contrário, né, porque escrever transborda, mas, ao mesmo tempo, preenche.

No tempo do gibi não cabem grandes produções. E o vazio, em si, não é uma grande promessa. (mas pensando bem, até que pode ser)

Ninguém falou que ia sair texto bom. hahaha

Mas que gostoso que é colocar palavras pra fora, ocupar espaços – meus e do papel. Lembrar de usar a voz escrita que foi tão minha por tanto tempo.

“Não textos” viraram minha especialidade.

Mesmo assim, venha me ler. Não prometo respostas, indicações, dicas imperdíveis, reflexões implacáveis.

Não faço promessas, aliás.

Uso o vazio para ser e convidar a existências outras – minhas aqui e suas aí do outro lado.

Porque se eu posso terminar essas poucas linhas mais leve, de tão preenchida, talvez você também possa se alimentar do petisco das possibilidades.

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