A voz da dona e a dona da voz

Nossa, que saudades disso aqui!! Faz tanto tempo que parece que eu nem sei mais como blogar – depois vcs me contam se eu perdi ou não a capacidade (se é que algum dia já a tive!) hahahaha – cheguei com #dramamodeon, sentiram, né?! rs

As coisas aqui estão meio de cabeça para baixo, mas aos poucos, devagarinho, vou tentando – e querendo e precisando – voltar! Prometo!
Mas hoje venho com motivo específico: é que até o dia 04/10 tá rolando uma ação coletiva de divulgação e aprofundamento na discussão da Violência Obstétrica – e, claro, a “Louca dos Partos” aqui não poderia ficar de fora, né?!

Então… você já ouviu falar sobre Violência Obstétrica??
Pois é, a grande maioria das pessoas nunca ouviu! Mas, infelizmente, 25% das mulheres que tiveram filhos no Brasil viveram na pele essa atrocidade! 1 em cada 4 mulheres – isso é coisa pra caramba!!! E, o que pra mim é pior, algumas delas nem conseguem identificar exatamente o que lhes aconteceu…

Então, primeiro, o bê-a-bá:

Imagem: "Parto do Princípio"

Imagem: “Parto do Princípio”

A Violência Obstétrica pode ser sutil, pode ser “só” um comentário irônico, pode ser “só” uma empurradinha na barriga pra “ajudar” o bebê a sair (como a matrona tentou fazer no meu parto, aliás – HUMPF eterno pra ela!!), mas ela também pode ser brutal, escancarada, traumatizante….

E um dos grandes problemas  é que ela é TÃO praticada rotineiramente que muitas das ações que configuram (legalmente, inclusive) uma VO são consideradas “normais” por muita gente… Só que isso precisa mudar!!!

Não adianta nada eu vir aqui contar pra vocês todos os benefícios lindos e saudáveis de um parto normal quando, na verdade, um número assustador dos (poucos) partos normais que acontecem no Brasil são, na verdade, “anormais”, cheios de intervenções desnecessárias, cheios de agressões e com uma absoluta falta de respeito à parturiente e ao bebê!
Estudando durante a minha gravidez eu virei, sim, ativista do parto normal. Defendo, cheia de garra, o direito e a capacidade que toda mulher tem de parir. Mas, defendo, acima de tudo, o direito que toda mulher tem de ser respeitada no momento do seu parto – aliás, pré, parto e pós parto!!!

No documentário “Violência Obstétrica – A Voz das Brasileiras” você pode conhecer alguns relatos – aviso: não é nada “levinho”, ok?! Os depoimentos são doídos e são pesados, assim como a experiência dessas mulheres! Só que o melhor jeito de lidar com um tema desses é, justamente, não deixar calar! É dar voz a quem sofreu pra evitar que outras tenham que continuar passando por isso!
E é aí que entra a ação coletiva que falei lá em cima!!

Na semana passada a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou uma declaração oficial para a PREVENÇÃO E ELIMINAÇÃO DA VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA nas Instituições de Saúde de todo o mundo!! É o primeiro documento oficial e mundial sobre esse tema e sua existência, com tradução oficial para o português,  traz à luz a grande importância desse assunto na realidade obstétrica atual – no mundo e no Brasil!

viol_ncia_obst_trica_OMS

E aproveitando que o assunto está “fresco”, o blog “Cientista que Virou Mãe” fez um chamado: que nós coloquemos o assunto em pauta! Que falemos sobre ele! Que não o deixemos banalizar (mais)! Que busquemos, juntos, soluções possíveis!

Você pode fazer sua parte divulgando o documento da OMS, postando nas redes sociais com a hashtag #VOBR2014, participando de discussões, enfim…opções é que não faltam! O importante é, como nunca canso de repetir: nos munir de informação!!!

Pra ficar bem claro, repito os links importantes:

O documento oficial da OMS: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/134588/3/WHO_RHR_14.23_por.pdf

Pra saber mais sobre a ação coletiva: http://www.cientistaqueviroumae.com.br/2014/09/prevencao-e-eliminacao-da-violencia.html

Sobre Violência Obstétrica: http://partodoprincipio.blogspot.com.br e https://www.youtube.com/watch?v=eg0uvonF25M

Façamos nossa parte!! 1 em cada 4 é mulher demais sendo desrespeitada num momento tão importante!!! Não quero essa realidade pro meu próximo parto! Nem pro seu próximo parto! Nem pro parto da minha filha – se/quando um dia ele vier a acontecer…rs

Não quero!!! E você??