Vertigo

O cansaço não parece condizente com a realidade.

O relógio marca uma imensidão de passos, andares e distâncias percorridos.

O corpo cansado – e sentido e pesado – dá conta de coisa pra caramba, as de dentro e as de fora. Haja treino de força pra sustentar tanta carga nessa vida.

Mas vira e mexe o tamanho da exaustão me soa como um sintoma –  pós covid,  anemia, depressão, idade?

Hoje estava pensando no que mais estou carregando quando subo as escadas, o que mais vai e vem pela cidade em que tanto circulo… não à toa resolvi reler meu querido Kundera. 

Que bonito o quão abstrato podem ser os conceitos de peso e leveza quando a gente olha pra eles com lentes coloridas…

A vida pode pesar mesmo quando tá tudo bem.
(E que curiosa essa sensação de não estar vivendo uma crise profissional e de identidade hahahaha)

Às vezes o peso é o que nos segura no chão, outras é preciso leveza pra sair do lugar. E às vezes é exatamente o contrário.

E o cansaço? O que ele me conta, o que me pede, o que me cobra, o que me tira?

Do que nos alimentamos – eu, meus monstros, minhas cargas e minhas baterias?

A frase de encerramento da terapia hoje foi “que difícil esse negócio de ser gente”. 

Perguntas não são respostas, mas abrem cada porta dentro da gente, que sobra até espaço pra espalhar móveis, colocar quadros, trocar o ar… e a canseira depois de um dia de mudança é um negócio que eu conheço muito bem!

Boa noite!

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