Chegou a época do ano em que parece que o ano já acabou e que eu não fiz nada dele ainda.
E um pouco nesse clima de música de natal da Simone – 8 de outubro, Gabriela, socorro! – fui reler textos que publiquei nos últimos meses.
Achei divertido e curioso o tanto de “hoje” e “futuro” que povoou meu primeiro semestre. Eu estava realmente me sentindo a dona do tempo, a madura das ansiedades, a mãe do viver e (não) deixar passar.
Há!
Corta pra: “8 de outubro, Gabriela, socorro!”
E pra agonia das promessas (de escrita, inclusive) que não cumpri, das oportunidades que não aproveitei (quais mesmo?), da decepção de “já não foi esse ano que realizei aquele sonho”.
Quando o futuro atropela o agora já sei que estou passando tempo demais no celular, que estou botando responsabilidade extra em coisas que mal mereciam a mínima e que estou precisando sacudir a cabeça com mais força, pra ver se uns parafusos voltam a se afrouxar um pouquinho…
E como não sou dona, madura ou mãe dessas coisas que vivem me afogando, às vezes eu esqueço que, importante mesmo é continuar a nadar nesse rio, sem perder de vista a margem que me mostra o caminho, o silêncio da minha própria companhia nesse mundo submerso e o ar, que precisa continuar fluindo pra vida continuar existindo com prazer.
(inspira bem fundo e solta bem devagar…fecha o olho…ouve o nada…ouve e nada.)