Essa semana por aqui está rolando o ” March Break”, uma espécie de “semana do saco cheio”, em que as crianças não tem aula e muita gente aproveita pra fugir do frio e pegar calor em algum lugar tropical. Mas por conta do El Niño o clima anda muito maluco nessas terras e mesmo sem ter ido viajar, deu pra curtir juntos sol e muito ar livre nos últimos dias – uma delícia!
Aí ontem veio a chuva. E um dia de ficar em casa, de boa, na preguiça. Mas, aparentemente, no memorando das crianças veio faltando (que expressão maravilhosa hahaha) a parte do “de boa”. E tivemos um daqueles dias em que tédio vira provocação entre irmãos e brigas sem fim.
Ali, no meio do caos, convidei os dois pra fazer cookies – numa tentativa de entreter, adoçar, conectar….
Nos poucos minutos em que os biscoitos assavam e as crianças, curiosas, estavam de olhos atentos no forno, abri meu tablet e me deparei com uma “lembrança” de 5 anos atrás.
2019, March Break, crianças em casa, caos, muffins assando e crianças curiosas de olhos atentos no forno.
Impossível não sorrir e não refletir – sobre o quanto a vida é dos ciclos.
`As vezes me esqueço disso e fico achando que o caminho é só pra frente, que a gente avança em linha reta. E aí, quando me vejo num cenário com gosto de passado me frusto achando que estagnei, que os progressos sentidos foram todos ilusórios.
Só que as crianças estão aqui, crescendo e evoluindo bem na frente dos meus olhos, de uma forma que não deixa dúvidas do quanto o futuro já é hoje mesmo. E se olhando pra eles me lembro de que a vida é de constante movimento, me surpreendo também ao perceber o quanto algumas receitas são eternas – e acabam, então, sempre voltando.
Escrevi outro dia que conforme eles crescem o que eu sabia já não serve mais. Mas essa é só meia verdade. Os desafios aumentam e eu preciso aprender mais, mas tem uma porção de saberes e construções que ainda nos acompanham.
Da mesma forma que o colo dos meus pais me acalenta, do alto dos meus 37 anos, meus filhos, tão crescidos, ainda precisam de conexão e relações adocicadas.
Me parece que a vida tem cara de valsa – dois pra lá, dois pra cá. Espero, então, poder sempre apreciar o ritmo e o movimento. Ir e vir com as ondas do tempo. E assar um bolinho quando for hora de parar e se recompor.
(o “essa semana” e “ontem” do texto já estão passado. hahaha
Ainda que as crianças estejam crescidas, a presença dos dois por tantos dias em casa bagunça minha rotina e as coisas ficam meio penduradas por aí…
No final o atraso foi bom porque uma conversa com uma amiga hoje teve super influência em como esse texto se concluiu 🙂 )