“Não dá pra falar muito, não”

Essa noite sonhei que eu e o Lucas estávamos visitando aquela que seria nossa nova casa, recém construída, ainda vazia e cheirando a tinta. Era uma mansão enorme e incrível, com 8 pias no banheiro, pra cada um escolher qual quer usar em qual circunstância e, no quintal, uma espécie de parque de diversões com uns brinquedos muito malucos e divertidos! Mas o mais legal dessa casa era que quase toda a volta dela dava diretamente pro mar, como se ela fosse uma ilha. E de uma das varandas principais, esse mar dava pro Brasil! A gente chamava da janela e nossos amigos e familiares apareciam na praia do lado de lá pra dar um oi, ver a gracinha nova da Cecília ou até dar um mergulho e vir nadando nos visitar! Imagina que sonho?! ❤

Hoje faz 5 anos que nos mudamos do Brasil pela primeira vez. O que significa também que faz pouco mais de 1 ano que estamos morando aqui na Espanha.

Ao longo desses anos escrevi sempre sobre esse nosso aniversário, alguns post que eu gosto muito, aliás e  vocês podem ler aqui, aqui e aqui.
Mas já notaram que eu escrevi pouquíssimo sobre a vida na Espanha?

 A verdade é que eu, que me achava A ADAPTADA, expatriada de profissão (rs), não me adaptei completamente aqui.

Não consigo explicar racionalmente a saudade que sinto do Chile, porque não deve mesmo ser racional, afinal, aqui a qualidade de vida é melhor, é mais seguro, vivemos num bairro que parece de mentirinha de tão charmoso e todas aquelas vantagens famosas de se morar na Europa. Mas a verdade é que deixei um tantão do meu coração lá e esse tantão certamente faz falta pra que o aqui possa me conquistar de vez!

Como eu já disse, essa coisa de se saber tão longe ainda pega forte pra mim.

Sei lá, é psicológico mesmo..rs. Mas era muito mais fácil este longe do meu país e das minhas pessoas quando eles estavam mais perto e mais acessíveis.

Enfim, esse poço de emoções descontroladas que sou eu agora (hahaha) não tem um post emocionado sobre o aniversário de hoje. Acho que não me abri o suficiente pra aprender coisas com a vida na Espanha e vir aqui escrever sobre os aprendizados do último ano. 

O que sim fica claro pra mim é que não importa  quantos anos passem, cada um deles é contado, é sentido e é significativo quando se trata de mudança, de distância e de vida nova – adjetivo, aliás, que parece nunca perder o sentido e o frescor nas aventuras do lado de cá!

10 pensamentos sobre ““Não dá pra falar muito, não”

  1. Que post lindo, Gabi! Talvez o tempo te faça sesentir mais pertencente ao lugar, talvez você arrume um jeito de lidar com tudo isso. E esse jeito, talvez só venha, de novo, com o tempo. Sabe eu me sentia exatamente assim na Alemanha. Todo mundo falava que era um lugar dos sonhos, uma vida perfeita, segura e tudo mais, mas eu nunca me senti pertencendo àquilo. Apesar de falar alemão, apesar de ter amigos. Eu senti um alívio enorme ao saber que sairimos de lá, uma sensação que não comentava muito, porque eu era louca de sair da Alemanha. Eu sou muito grata à Alemanha, ela foi uma escola pra mim, e é claro que eu sinto falta de muitas coisas, sobretudo de algumas pessoas. Mas você entende, né? De fato, não é reacional, porque ao pisar aqui no uk eu me senti mais daqui. Louco isso! Boa sorte, eu te desejo. Beijos

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    • É isso, Gabi!!
      Falta essa sensação de pertencimento, apesar de todos os lados ótimos – que são tantos que a gente sente que nem pode comentar muito essa falta, né?!

      Que delícia essa nova sensação aí em UK, desejo que vc pertença muitíssimo a esse lugar!!
      Beijo

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  2. Gabi, só posso te oferecer um abraço!!!!j
    Não sei como é essa sensação de estar longe, moro hoje na casa em que cresci. São quase 30 anos no mesmo endereço, quando nova queria rodar o mundo, hoje não sei se tenho essa coragem!!!
    A você, meus parabéns pelos 5 anos e sorte, felicidade e serenidade na jornada.
    (E gente, um banheiro com 8 pias…pra que tanta?)

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    • Nossa, deve ser muito curioso isso de estar há quase 30 anos no mesmo endereço!
      Eu morro de curiosidade de visitar as casas onde morei na infância!

      E, de fato, 8 pias é um tanto exagerado, eu até pensava isso no sonho! Hahaha

      Bjs e obrigada

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  3. Que sonho massa, Gabi! E se pudesse ser realidade eu moraria numa casa dessas, longe mas nem tanto. Era só pegar um barquinho e desembarcar na cada da minha família no Brasil. Esse tanto de pia eu descartaria,porque né… pia demais pra poucas mãos.

    Sobre estar tão longe, eu te entendo. Talvez seja o fato que a distância aumentou muito, mas pode ser simplesmente porque o Chile tenha sido um lugar muito especial pra você. E tenha sido tão dificil deixar o Chile e depois de morar lá qualquer outro país seria complicado. Eu espero que você se sinta mais em casa aí na Espanha. Eu conheço pessoas maravilhosas daí, principalmente de quando fiz o Camiño de Santiago, e gosto muito do país, da comida, da cultura, da siesta…

    Beijos do outro lado do Atlantico,
    Rita 🙂

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    • É, Rita, “longe mas nem tanto” podia ser a chave, né?! rs
      E, ok, ok.. Tb não preciso de tantas pias! rs

      Olha, acho que é uma mistura das duas coisas, o país e as coisas que vivi ali foram especiais… Mas se escolhi viver essa vida meio nômade, melhor começar a me acostumar com essas mudanças..rs
      A Espanha é mesmo um lugar muito bacana! Eu gosto, só não amo ainda..hehehe quem sabe um dia?!

      Beijos pra vcs aí tb tão longe!!

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  4. Gabii!! ai ai… no auge do hormonios em ebuliçao… imagino o que seja Espanha para vc!! É difícil pacas! Eles sao maravilhosos… o povo mega legal e talz… mas tem um pero… sei lá, viu… e eu… em meio 100% espanhol… sempre penso em como será o Jaiminho mais para frente… (mas isso já é outro tema! hohoho).
    Estar loooonge é duro… antes vc estava em ponte aerea quase!! Mas fique bem! Veja as coisas bacanas que tem aqui!! 🙂
    E eu que ando meeega desaparecida… (aff, viu!) parabéns pelo meninaoo!! Tao delicia!! quero saberrrrr!! E depois conversamos sobre a guarderia da Cecilia… essa parte me interessa… hohoho

    beijo enorme

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    • Cami, e olha que eu vim com família e tudo! Admiro pessoas que, como vc, vão praticamente sozinhas enfrentar uma aventura dessas…
      Tenho meus “peros”, claro, mas faz parte, né?!
      Jayminho tá sendo criado por uma brasileira e um espanhol escolhido a dedo, eu não me preocuparia! Hehehe

      Beijos e obrigada pela força!

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  5. Assim como a Mari não sei como é morar longe, mas imagino que apesar de muito bom é também muito dolorido ter de ficar tão longe da família. Muita força para você, que logo logo você se apaixone pela Espanha assim como se apaixonou pelo Chile!Bjs

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