“Nessa data querida”

Há exatamente 4 anos começávamos nossa aventura de expatriados!

Já não sei se 4 anos é muito ou é pouco, mas sei que a experiência de continuar cumpliendo años fora do meu país ainda é bastante emocionante – pro bem e pro mal…!

Há dois anos escrevi:

“Mudei porque aprendi a conviver diariamente com a saudade, aprendi que o amor e a distância não são tão incompatíveis como se costuma dizer, aprendi que morrer de vontade não mata, aprendi que apoio e abraços virtuais também dão conta, mas também aprendi a força de um abraço de verdade.
Aprendi que meu marido é meu lar, aprendi que (meu) cachorro é um ser absolutamente amável, aprendi que a maternidade (mesmo a canina) é de um amor sem tamanho. 
Aprendi que não só a neve tem a capacidade macia de absorver as quedas e ao mesmo tempo gelar até a alma.
Aprendi que minha casa tem minha cara, o cheiro da Maní e o conforto do Lucas.
Aprendi que família se escreve com quantas letras você bem entender. 
Que chuva é bem melhor quando é rara. E que calor é menos pior quando é seco. 
Aprendi que o cérebro faz misturas malucas de idiomas. E que algumas coisas a gente só pode dizer mesmo na nossa língua materna.
Aprendi o significado de pátria e o significado de “hogar”.
Aprendi que clichê não é coisa de linguística, mas de coração”

Agora, 2 anos depois, tudo isso é mais intenso – acho que especialmente por causa das duas grandes mudanças dos últimos tempos: a chegada da Cecília e a mudança de país.

Nosa família tem mais letras agora, os abraços estão um pouco mais distantes e “nossa casa” são várias casas, em vários lugares, mas a atual ainda não tem cheiro, nem cara de ninguém, só bagunças de todos nós! rs (sim! já temos casa!! Logo venho contar, prometo!)

Agora o dia 12/02 não é mais nosso “Aniversário de Chile, aqueles gostinhos de novidade e de “não pertencimento” provisório (de “não sou nem turista, nem local”) voltaram a estar presentes e temos mais uma data comemorativa no calendário: aniversário de expatriação e aniversário de Espanha (26/01, pra não esquecer!).

E sobre a saudade, agora também multiplicada…bom, bem providencialmente me deparei sem querer com um texto que eu não lembrava de ter escrito, mas que achei lindo (modéstia, cade você? rs) e que faz muito sentido no momento:

https://queridoscuriosos.com/2013/02/24/obscuro-escuro-claro/

9 pensamentos sobre ““Nessa data querida”

  1. Querida, ambos os textos são belíssimos! E sim, na vida de expatriada a gente realmente aprende que dá pra ter saudade e viver ao mesmo tempo. Desejo à vocês, à essa família agora maior, uma linda vida de descobertas, alegrias eaprendizados nesta nova pátria que agora se apresenta. Eu sou suspeita, pois também morro de saudade e tudo mais, mas não troco essa minha, essa nova vida mambembe por nada! Beijão, flor!

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    • Obrigada, Gabi, pelos lindos desejos!
      Espero que a gente se cruze por aqui, hein?! Quero muito!!
      E, olha, está dando muito trabalho mudar com as filhas, mas tb não troco a vida de agora pela que tinha antes da mudança inicial!!
      Beijo grande!

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  2. Pingback: “Não dá pra falar muito, não” | Aos queridos, curiosos e pacientes

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